Tópico sobre política

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Samwise
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Re: Tópico sobre política

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José Miguel, para tua consideração, dois livritos que não me importava nada de ler:

https://www.amazon.com/Russian-Version- ... rds=stalin
Graham Lyons has taken the two main textbooks used in the senior forms of Russian secondary schools and here presents, in direct translation, the story of the War as seen through Russian eyes. Anyone remotely familiar with 'history' as taught on the western side of the Iron Curtain will read with bemused fascination of the 'real' origins of the Second World War, of the 'true' meaning of the Russo-German Non-Aggression Pact, of why the Russians stopped before Warsaw - and so on, and so on. But why indeed should one version be any more 'true' than the other? This fascinating book not only presents the other side of the coin but poses the much deeper question of the true meaning of the evidently much-abused word 'history'.

https://www.amazon.com/Gulag-after-Stal ... rds=stalin
In The Gulag after Stalin, Jeffrey S. Hardy reveals how the vast Soviet penal system was reimagined and reformed in the wake of Stalin's death. Hardy argues that penal reform in the 1950s was a serious endeavor intended to transform the Gulag into a humane institution that reeducated criminals into honest Soviet citizens. Under the leadership of Minister of Internal Affairs Nikolai Dudorov, a Khrushchev appointee, this drive to change the Gulag into a "progressive" system where criminals were reformed through a combination of education, vocational training, leniency, sport, labor, cultural programs, and self-governance was both sincere and at least partially effective.

The new vision for the Gulag faced many obstacles. Reeducation proved difficult to quantify, a serious liability in a statistics-obsessed state. The entrenched habits of Gulag officials and the prisoner-guard power dynamic mitigated the effect of the post-Stalin reforms. And the Soviet public never fully accepted the new policies of leniency and the humane treatment of criminals. In the late 1950s, they joined with a coalition of party officials, criminologists, procurators, newspaper reporters, and some penal administrators to rally around the slogan “The camp is not a resort” and succeeded in reimposing harsher conditions for inmates. By the mid-1960s the Soviet Gulag had emerged as a hybrid system forged from the old Stalinist system, the vision promoted by Khrushchev and others in the mid-1950s, and the ensuing counterreform movement. This new penal equilibrium largely persisted until the fall of the Soviet Union.
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.

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Re: Tópico sobre política

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Abuso político da psiquiatria na União Soviética

Na União Soviética, ocorreu um abuso político sistemático da psiquiatria e se baseava na interpretação de que a dissidência política se tratava de um problema psiquiátrico. Era chamado de "mecanismos psicopatológicos" da dissidência.

Durante a liderança do secretário-geral Leonid Brezhnev, a psiquiatria foi usada como uma ferramenta para eliminar adversários políticos ("dissidentes") que expressavam abertamente crenças contrárias ao dogma oficial. O termo "intoxicação filosófica" foi muito utilizado para diagnosticar transtornos mentais em casos onde pessoas discordavam da ideologia vigente ou faziam críticas ao governo. O artigo 58-10 do Código Penal de Stalin — cujo artigo 70 fora movido para o Código Penal da RSFSR de 1962 — e o artigo 190-1 do Código Penal da RSFSR, junto com o sistema de diagnóstico de doença mental desenvolvido pelo acadêmico Andrei Snezhnevsky, criaram as condições necessárias sob as quais crenças fora da normalidade poderiam ser facilmente transformadas em processos criminais, e isto, por sua vez, em diagnósticos psiquiátricos. Dentro dos limites da categoria diagnóstica, os sintomas de pessimismo, má adaptação social e conflito com as autoridades foram, por si só, suficientes para um diagnóstico formal de "esquizofrenia progressiva".

A fé religiosa de presidiários, incluindo ex-ateus bem-educados que adotaram uma religião, foi considerada uma forma de doença mental e que precisava ser curada. Documentos altamente classificados, publicados após a dissolução da União Soviética, demonstram formalmente que as autoridades usaram a psiquiatria como uma ferramenta para reprimir a dissidência.

Mesmo após a caída da União Soviética, o abuso da psiquiatria na Rússia ainda continua e ameaça ativistas dos direitos humanos com diagnósticos psiquiátricos.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Abuso_pol ... %C3%A9tica

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É com muita pena que leio que esta aberração ainda continua na atualidade na Rússia :-(
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No Angel wrote:Abuso político da psiquiatria na União Soviética

Na União Soviética, ocorreu um abuso político sistemático da psiquiatria e se baseava na interpretação de que a dissidência política se tratava de um problema psiquiátrico. Era chamado de "mecanismos psicopatológicos" da dissidência.

Durante a liderança do secretário-geral Leonid Brezhnev, a psiquiatria foi usada como uma ferramenta para eliminar adversários políticos ("dissidentes") que expressavam abertamente crenças contrárias ao dogma oficial. O termo "intoxicação filosófica" foi muito utilizado para diagnosticar transtornos mentais em casos onde pessoas discordavam da ideologia vigente ou faziam críticas ao governo. O artigo 58-10 do Código Penal de Stalin — cujo artigo 70 fora movido para o Código Penal da RSFSR de 1962 — e o artigo 190-1 do Código Penal da RSFSR, junto com o sistema de diagnóstico de doença mental desenvolvido pelo acadêmico Andrei Snezhnevsky, criaram as condições necessárias sob as quais crenças fora da normalidade poderiam ser facilmente transformadas em processos criminais, e isto, por sua vez, em diagnósticos psiquiátricos. Dentro dos limites da categoria diagnóstica, os sintomas de pessimismo, má adaptação social e conflito com as autoridades foram, por si só, suficientes para um diagnóstico formal de "esquizofrenia progressiva".

A fé religiosa de presidiários, incluindo ex-ateus bem-educados que adotaram uma religião, foi considerada uma forma de doença mental e que precisava ser curada. Documentos altamente classificados, publicados após a dissolução da União Soviética, demonstram formalmente que as autoridades usaram a psiquiatria como uma ferramenta para reprimir a dissidência.

Mesmo após a caída da União Soviética, o abuso da psiquiatria na Rússia ainda continua e ameaça ativistas dos direitos humanos com diagnósticos psiquiátricos.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Abuso_pol ... %C3%A9tica

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É com muita pena que leio que esta aberração ainda continua na atualidade na Rússia :-(
No Angel, tu ainda te vais surpreender muito com a quantidade, diversidade, e inventividade de pretextos de que as ditaduras se servem, e serviram no passado, para silenciar quaisquer focos de oposição. Este é apenas mais um, relativamente pacífico até, considerando as alternativas mais simples: prisão, tortura para obter uma confissão falsificada, e morte por traição à patria.

Isto faz-me lembar uma história de um polaco ou ucraniano (já não me recordo bem) que foi vítima primeiro da invasão alemã na 2ª guerra, e depois da "libertação" pelas forças da União Soviética. A diferença entre a tortura alemã e a tortura soviética não era nenhuma, mas na alemã torturavam-te para obter segredos, e na soviética torturavam-te para aceitares as acusações que eles já tinham preparado de antemão.
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No Angel
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Re: Tópico sobre política

Post by No Angel »

Samwise wrote:
No Angel wrote:Abuso político da psiquiatria na União Soviética

Na União Soviética, ocorreu um abuso político sistemático da psiquiatria e se baseava na interpretação de que a dissidência política se tratava de um problema psiquiátrico. Era chamado de "mecanismos psicopatológicos" da dissidência.

Durante a liderança do secretário-geral Leonid Brezhnev, a psiquiatria foi usada como uma ferramenta para eliminar adversários políticos ("dissidentes") que expressavam abertamente crenças contrárias ao dogma oficial. O termo "intoxicação filosófica" foi muito utilizado para diagnosticar transtornos mentais em casos onde pessoas discordavam da ideologia vigente ou faziam críticas ao governo. O artigo 58-10 do Código Penal de Stalin — cujo artigo 70 fora movido para o Código Penal da RSFSR de 1962 — e o artigo 190-1 do Código Penal da RSFSR, junto com o sistema de diagnóstico de doença mental desenvolvido pelo acadêmico Andrei Snezhnevsky, criaram as condições necessárias sob as quais crenças fora da normalidade poderiam ser facilmente transformadas em processos criminais, e isto, por sua vez, em diagnósticos psiquiátricos. Dentro dos limites da categoria diagnóstica, os sintomas de pessimismo, má adaptação social e conflito com as autoridades foram, por si só, suficientes para um diagnóstico formal de "esquizofrenia progressiva".

A fé religiosa de presidiários, incluindo ex-ateus bem-educados que adotaram uma religião, foi considerada uma forma de doença mental e que precisava ser curada. Documentos altamente classificados, publicados após a dissolução da União Soviética, demonstram formalmente que as autoridades usaram a psiquiatria como uma ferramenta para reprimir a dissidência.

Mesmo após a caída da União Soviética, o abuso da psiquiatria na Rússia ainda continua e ameaça ativistas dos direitos humanos com diagnósticos psiquiátricos.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Abuso_pol ... %C3%A9tica

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É com muita pena que leio que esta aberração ainda continua na atualidade na Rússia :-(
No Angel, tu ainda te vais surpreender muito com a quantidade, diversidade, e inventividade de pretextos de que as ditaduras se servem, e serviram no passado, para silenciar quaisquer focos de oposição. Este é apenas mais um, relativamente pacífico até, considerando as alternativas mais simples: prisão, tortura para obter uma confissão falsificada, e morte por traição à patria.

Isto faz-me lembar uma história de um polaco ou ucraniano (já não me recordo bem) que foi vítima primeiro da invasão alemã na 2ª guerra, e depois da "libertação" pelas forças da União Soviética. A diferença entre a tortura alemã e a tortura soviética não era nenhuma, mas na alemã torturavam-te para obter segredos, e na soviética torturavam-te para aceitares as acusações que eles já tinham preparado de antemão.
Eu sei bem do que a mente humana é capaz no que toca a criar métodos de tortura do mais cruel e maquiavélico que pode existir... é pena que o ser humano em vez de usar o intelecto pro Bem e pra ajudar os outros o use pra criar métodos de causar sofrimento inimaginável.
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Re: Tópico sobre política

Post by Samwise »

Numa altura em que se discute a interferência da Rússia no último processo eleitoral nos EUA, deixo três artigos sobre Trump e sobre a ameaça do Fascismo na América contemporânea, publicados pelo Washington Post, um órgão de comunicação social devoto ao partido democrata (portanto, tenham em conta que há sempre uma dose elevada de parcialidade nos juízos de valor - é de esperar).

https://www.washingtonpost.com/opinions ... aedd05a607

https://www.washingtonpost.com/postever ... a4717bdd19

https://www.washingtonpost.com/opinions ... ative_2_na
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Re: Tópico sobre política

Post by Samwise »

Foi ontem no Parlamento que aconteceu isto:



E o que é que sucede depois nas bancadas? Aplausos de todas as forças políticas, menos do PCP. Interessante quando o Bloco de Esquerda aplaude de pé, e envia até deputados para cumprimentar a Isabel Moreira, e da parte do PCP ausências e silêncio.

Há uns meses atrás, quando o Luaty estava na prisão a fazer greve de fome, o PCP também decidiu permanecer em silêncio, a ponto de ter incomodado até alguns dos seus simpatizantes:
Angola: carta aberta aos meus amigos do PCP

Castro Guedes, 20 de Outubro de 2015

Escrevo-vos de cidadão para cidadão, muito para lá retórica da política, na defesa do inalienável direito político da liberdade de expressão. Escrevo-vos também num acto solidário de artista para outro artista, privado dessa mesma liberdade e da sua própria liberdade. Escrevo-vos sem saber se, à hora da publicação desta carta, Luaty Beirão foi libertado ou se morreu, mas, seja o que seja, quero perguntar-vos: porquê, então, o silêncio?

Não se ofendam. Com Apolinário, e como aprendi com o meu avô Amílcar Castro, sei que “a verdade é uma força que ultrapassa a própria dimensão em que combato”. E fico atónito, meus amigos do PCP. É que eu vi passarem por casa dos meus avós maternos muitos e muitos comunistas abnegados na luta pela liberdade na nossa Pátria, ali chegando, às vezes acabados de fugir das prisões da ditadura. Prisões onde também familiares meus estiveram, e um cumpriu pena e outro sofreu torturas. E não consigo entender a vossa ausência na luta pela libertação de um preso de consciência. Porquê, então, o silêncio político?

Nada é suficiente para aceitar qualquer terrorismo de Estado. Todavia, outros factos, num quadro histórico diverso e numa época incomparavelmente diferente da de hoje, não vêm para aqui ao caso e não os vou meter no mesmo saco, nem cabe aqui confundi-los. Escrevo-vos, meus amigos do PCP, por um homem e um símbolo luso-angolano, preso por um regime de matriz fascista no plano interno e de feição neoliberal da globalização da intensificação de miséria dos povos no plano externo. De resto evidente na gula dos seus investidores no nosso Portugal privatizado em saldo por Passos e Portas. Porquê, então o silêncio político vosso?

O caso de Luaty Beirão ocorre num regime bem semelhante às velhas oligarquias e plutocracias da América Latina, como a Cuba contra quem Fidel y los barbudos subiram à Sierra Maestra para descer com o apoio popular e derrubar Baptista. É um regime que assenta num modelo social bem longe daquilo porque se bateram Agostinho Neto, Pinto de Andrade e muitos outros, incluindo Nito Alves e milhares de anónimos angolanos combatendo nas fileiras do MPLA. Aliás, no olhar tranquilo e determinado – quase místico de ascensão à utopia da justiça total – de Guevara morto e no de Luaty Beirão, disposto a levar até ao fim a greve da fome, há muita proximidade. Tal como o olhar hipócrita da filha do Presidente, quando vai em jacto particular a Paris tomar chá ou às compras nos costureiros da Avenue Montaigne, se identifica com o ar hipocritamente cândido de Imelda Marcos a nadar entre milhares de sapatos! Porquê, então, o silêncio político vosso, incompreensível?

Angola está no ranking dos cinco países de maiores desigualdades sociais; 70% da população vive com menos do que o equivalente a cerca de 50 euros por mês (ao câmbio anterior à desvalorização imparável do kwanza); está em 186.º lugar de esperança de vida (menos de 38 anos para os homens, e de 40 para as mulheres), dos países integrantes da ONU (198), segundo fontes da mesma, e abaixo do Uganda, da Eritreia ou da Somália… e de ex-colónias portuguesas, como Timor Lorosae e Guiné, qualquer uma delas com recursos naturais incomparavelmente menores. Angola é um país de saque e violência policial; a falta de saneamento nos musseques eleva brutalmente a taxa de mortalidade infantil por difteria e onde tudo falta: equipamentos médicos, escolas, alimentação, vestuário. Por contraste com o luxo concentrado na pequeníssima elite em torno do Presidente e seu generalato privado. Porquê, então, o silêncio político vosso, incompreensível e contraditório?

O que acontece com Luaty Beirão em Angola, lembra-me o Portugal de Salazar: onde o cantor Zeca Afonso foi preso por escrever canções de protesto social; onde, para lá dos prazos legais no ordenamento jurídico-constitucional do regime soberano, havia as “medidas de segurança” da PIDE, que permitiram que dezenas de antifascistas ficassem eternamente nas masmorras; onde o dirigente comunista Militão Bessa Ribeiro morreu preso em greve da fome. Porquê, então, o silêncio político vosso, incompreensível e inexplicável, inaceitável?

Desculpem, meus amigos do PCP, mas não consigo de todo discernir sequer uma razão lógica ou ideológica que me deixem lugar à mais pequena explicação para este silêncio vosso, incompreensível e inexplicável, inaceitável. Creiam, meus amigos do PCP, que a indignação por tamanho choque é proporcional à tristeza que me invade por ser cometida por um partido de memórias que respeito, meus amigos do PCP. Um regime, cuja prática é antípoda daquela sobre que o próprio MPLA se ergueu. Dos Santos, além do criminoso que é, é um traidor, um cleptocrata abjecto. Porquê, então, o silêncio político vosso em convergência com o dos que o fazem pela susceptibilidade dos mercados e do respeitinho pelos poderosos do mundo?

Porquê, então, o silêncio político vosso de quem, sem ironia, em Portugal se bateu até à morte pela liberdade e se mantém firme entre os que lutam contra a exploração sem limites e a opressão? Porquê?
Embora o Sr. indique que não entende o "porquê" deste silêncio, na prática até entende muito bem. O PCP é/foi apoiante do MPLA desde sempre, em estreita concordância com a posição do Bloco de Leste...

O que é inexplicável é o que as ideologias fanáticas fazem com a defesa de certos valores morais: só se defendem quando é conveniente. E nesses casos defendem-se vigorosamente.
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Re: Tópico sobre política

Post by Samwise »

Embora compreensivelmente centrado na figura do Soares, este artigo explica bem, e resumidamente, alguns eventos da época mais turbulenta do PREC:

http://observador.pt/especiais/as-3-hor ... de-soares/
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Re: Tópico sobre política

Post by Rui Santos »

Ainda no mesmo assunto (Mario Soares) a sua morte teve o condão de aparecerem excelentes artigos.
http://observador.pt/especiais/o-papel- ... lonizacao/
E este absolutamente imprescindível para se compreender como as redes sociais funcionam...
https://www.publico.pt/2017/01/08/polit ... ei-1757560

Aquilo que antes era um rumor, torna-se uma verdade na imundice que são as redes sociais.
As redes sociais tem muita coisa boa, mas tem também demasiado lixo, a recente polémica sobre as eleições do EUA é só por si merecedor de uma discussão gigantesca.
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Re: Tópico sobre política

Post by Samwise »

O Observador é um jornal interessante. Se por um lado (o lado que menos me agrada, mas que me interessa ler à mesma) é um meio de comunicação social colocado ao serviço de interesses de direita, onde se expressam todos os dias artigos de opinião fortemente críticos e politizados, por outro lado publica com enorme frequência reportagens e investigações aprofundadas, fundamentadas, e sempre bastante interessantes, sobre tudo e mais alguma coisa (incluindo política). Sobre o Soares surgiram uma série de óptimos artigos.

Sobre as Redes Sociais, é o costume. Quando é para lavar "roupa suja", a bola de neve cresce rápida e desenfreadamente. Mesmo que permita o contraditório, o tipo de dinâmica envolvida no meio leva muita gente a não questionar e a não averiguar o que por lá se escreve...
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Post by Rui Santos »

Samwise wrote:O Observador é um jornal interessante. Se por um lado (o lado que menos me agrada, mas que me interessa ler à mesma) é um meio de comunicação social colocado ao serviço de interesses de direita, onde se expressam todos os dias artigos de opinião fortemente críticos e politizados, por outro lado publica com enorme frequência reportagens e investigações aprofundadas, fundamentadas, e sempre bastante interessantes, sobre tudo e mais alguma coisa (incluindo política). Sobre o Soares surgiram uma série de óptimos artigos.

Sobre as Redes Sociais, é o costume. Quando é para lavar "roupa suja", a bola de neve cresce rápida e desenfreadamente. Mesmo que permita o contraditório, o tipo de dinâmica envolvida no meio leva muita gente a não questionar e a não averiguar o que por lá se escreve...
yes-)
100% de acordo. O observador tem uma orientação clara... só isso já é extremamente positivo.
Concordo com tudo o resto que dizes...
A única razão para um dia implementar um botão like por aqui é posts desses.
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Re: Tópico sobre política

Post by Samwise »

Eu prefiro órgãos de comunicação social que sejam mais isentos, ou mais pluralistas, como o Público e o Expresso, que publicam diariamente artigos de opinião de personalidades políticas e comentadores de "todas as cores". Quando há um claro sentido político num jornal do género, e nada tendo contra a liberdade de expressão, com é óbvio, creio que se perde em credibilidade e isenção. Um exemplo mais extremo no pólo oposto seria o intragável e inclassificável Jornal do Avante (que não é um órgão de comunicação social no mesmo sentido que os outros três casos são), que para mim tem credibilidade zero e uma equipa de profissionais do "enrolanço" a escrever com afinco. O Observador não está a esse nível, até porque é generalista, não se dedica só à política e não publica só para os "sócios", mas o painel que o rege tem um declarado pendor direitista.
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Post by Samwise »

Partindo do pressuposto de que uma notícia como esta não tem nenhum subtexto político (o interesse é puramente popula...errr... científico) , teria imensa piada, aliás, seria verdadeiramente revolucionário que aparecesse no Jornal do Avante... :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: orgulho-)
Last edited by Samwise on January 12th, 2017, 12:10 am, edited 1 time in total.
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Re: Tópico sobre política

Post by Rui Santos »

É um clickbait... se o Avante necessitasse de dinheiro, e fosse gerido como uma página de FB... não tenhas dúvidas que apareceria :)
Infelizmente os nossos jornais são cada vez mais feitos para terem soundbites como notícias de forma a clicarmos nas mesmas. (mesmo que o conteúdo nada tenha de jornalístico, e que muitas vezes as noticias não batam certo com o título da mesma)
Existe uma página do FB extremamente interessante e que pode ser consultada sem registo, que tem identificado e criticado muitos dos truques mais recentes.
https://www.facebook.com/ostruques/?ref=page_internal O FB agora é que anda insuportável e quase que obriga ao registo para se ver tudo.
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Post by Samwise »

Boa partilha. Não conhecia e já tenho leitura para os próximos tempos. :-)
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Re: Tópico sobre política

Post by Rui Santos »

Samwise wrote:Boa partilha. Não conhecia e já tenho leitura para os próximos tempos. :-)
Vais adorar muito do que lá encontras... é uma das coisas boas raras do FB, e para o qual acho o FB uma ferramente perfeita.
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