Sunshine (2007) - Danny Boyle

Discussão de filmes; a arte pela arte.

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Rocha
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Post by Rocha »

Adorei o filme!

Fazem-se tão poucos filmes de sci-fi de jeito que fico sempre com uma fominha por mais.

Este Sunshine está mesmo muito bem conseguido.

Quanto a rigor técnico... só tenho a dizer que, não faz sentido mandar uma nave tripulada ao sol para largar uma carga explosiva. Uma nave não tripulada fazia o mesmo.
No filme, não é mostrado nenhum factor que justifique a presença humana na nave.

8/10

PS.: Quero mais naves e sci-fi a sério que isto tem andado pouco fornecido.
CouchPotato
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Post by CouchPotato »

E ninguém me sabe dizer qual é a última música dos créditos finais? Ou onde é que posso ir procurar essa informação? Não está no IMDB nem no site oficial do filme...
Bladder
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Post by Bladder »

CouchPotato wrote:E ninguém me sabe dizer qual é a última música dos créditos finais? Ou onde é que posso ir procurar essa informação? Não está no IMDB nem no site oficial do filme...
Ainda bem que sou um barra no Google :twisted: :

"The track on the closing credits called ‘Peggy Sussed’ by Underworld. This was first available as a RiverRun download on underworldlive.com (I think its on LovelyBrokenThing)…it was also released as the 3rd Track on a 12″ Vinyl which included a couple of (very different) remixes. I just saw the movie and there are several Underworld pieces of music."


Cumps.
CouchPotato
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Post by CouchPotato »

:oops: ok não me lembrei de pesquisar por aí mas obrigado pela lembrança! descobri a música que procurava, não era essa dos Underworld mas uma que dá depois: é dos I am Kloot e chama-se Avenue of hope e pelo que li de alguns foruns está a criar um certo culto à custa do filme. Obrigado!
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Darkav
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Post by Darkav »

Bem... já há muito tempo que não via um filme de Sci-Fi que me desse tanto gozo.

A maioria das imperfeições técnicas apontadas aqui, não consigo entender como as viram de imperfeições. Por mim, acho que são mais imbirrações :-) Existe uma distinção feita em sci-fi que já vem da literatura que é a subdivisão entre "hard sci-fi" e simplesmente "sci-fi". E curiosamente, o Sunshine está na categoria de Hard SF...

O filme para mim foi um Event Horizon meets Solaris, com uns cheiros da atmosfera do 2001 e Alien, mas sendo refrescante. Gostei bastante do filme.
Argaroth01
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Post by Argaroth01 »

Darkav wrote: Existe uma distinção feita em sci-fi que já vem da literatura que é a subdivisão entre "hard sci-fi" e simplesmente "sci-fi". E curiosamente, o Sunshine está na categoria de Hard SF...
Errado. Existe Sci-Fi como categoria principal. Hard Sci-Fi é uma sub-categoria. Existe também a "New Wave of Science Fiction", onde a abordagem é mais centrada nos personagens do que na tecnologia (que é a ênfase da Hard Sci-Fi). Também existe "Military Sci-Fi". "Science-Fantasy". Tantas mais.
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Darkav
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Post by Darkav »

Darkav wrote:Existe uma distinção feita em sci-fi que já vem da literatura que é a subdivisão entre "hard sci-fi" e simplesmente "sci-fi".
Argaroth01 wrote:Errado. Existe Sci-Fi como categoria principal. Hard Sci-Fi é uma sub-categoria.
Epá... por mais que leia as duas frases, não consigo ver a diferença. Mas sim, foi isso mesmo que quis dizer :-P
Argaroth01
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Post by Argaroth01 »

Darkav wrote:Epá... por mais que leia as duas frases, não consigo ver a diferença. Mas sim, foi isso mesmo que quis dizer :-P
Pronto. O que conta é a intenção :wink:
Thanatos
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Post by Thanatos »

Argaroth01 wrote:
Darkav wrote: Existe uma distinção feita em sci-fi que já vem da literatura que é a subdivisão entre "hard sci-fi" e simplesmente "sci-fi". E curiosamente, o Sunshine está na categoria de Hard SF...
Errado. Existe Sci-Fi como categoria principal. Hard Sci-Fi é uma sub-categoria. Existe também a "New Wave of Science Fiction", onde a abordagem é mais centrada nos personagens do que na tecnologia (que é a ênfase da Hard Sci-Fi). Também existe "Military Sci-Fi". "Science-Fantasy". Tantas mais.
E se quisermos ser mesmo picuinhas sci-fi é tido como uma expressão pejorativa sobre SF (Science Fiction), ou seja sci-fi é normalmente aplicado pelos entusiastas da SF a séries de TV e outros media menos exigentes nos tropos da "verdadeira" SF, seja lá isso o que for. :wink:

Dos sub-géneros o meu favorito ainda é a space opera. Divertimento por divertimento...
EMPIRE
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Post by EMPIRE »

Eu vi ontem o filme.... e adorei.
E queria só deixar aqui um apontamento ao pessoal que está farto de referir o facto de um dos personagens ter sobrevivido a um passeio no espaço sem fato.

Cientistas já disseram várias vezes, que isso era possível de acontecer, porque apesar do frio ser imenso, não mata imediatamente, e como ele se embrulhou em isolamento térmico, era possível sobreviver alguns segundos, mas ficaria com queimaduras de frio, como de resto aconteceu.

Portanto deixem-se de coisas, e não apontem o dedo a coisas que não percebem.

Haaa.... e não. o vácuo do espaço não faz uma pessoa explodir ao contrário do que muito boa gente pensa.


Em relação a quem diz mal da história do comandante da Icarus I ter ficado doido e sem explicação...
Ora vejamos... uma viagem de 2 anos fechado numa nave com meia duzia de pessoas, numa missão da qual depende toda a humanidade, e com alta probabilidade de não voltarem vivos. Realmente... quem é que teria problemas psicológicos com tal cenário. Um dos maiores problemas de mandar uma eventual missão a marte, é o tempo de viagem, que com a tecnologia que temos agora, demoraria para aí 1 ano para ir e vir. Tal como estar fechado num submarino, estar fechado no espaço é um factor muito incerto na tripulação.

Não sabem como ele sobreviveu durante 7 anos? Tinha muito oxigéncio providenciado pelo jardim (porque a nave para todos os efeitos ainda funcionava), e água, e tinha comida que teria dado para o regresso de 6 ou 7 pessoas de volta a terra (e com alguma margem de erro de certeza, porque se acontecesse algum problema estavam logo condenados à morte, e quem planeia missões espaciais pensa nisso). Como só ficou ele vivo naquela nave.... tinha comida para ter aguentado 7 anos e provavelmente mais ainda.

Aliás, a tripulação do Icarus 2 até falou da história da comida e do oxigénio não dar para todos, e alguém ter que morrer e tal. Não sei como é que não conseguem fazer a associação.

E o facto de estarem numa sala que dá vista para o sol apesar de terem o escudo à frente? Se tivessem reparado no filme, essa sala dá precisamente para o centro do escudo, e quando o psicólogo da missão fica na Icarus I e decide matar-se, dá para ver o sol a percorrer a face do escudo, e vê-se perfeitamente a janela daquela sala no meio.
Thanatos
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Post by Thanatos »

EMPIRE wrote:Haaa.... e não. o vácuo do espaço não faz uma pessoa explodir ao contrário do que muito boa gente pensa.
Vivendo e aprendendo. Eu também era uma dessas pessoas que, pelos vistos erradamente, pensava que o vácuo provocava a descompressão dos tecidos internos, nomeadamente a corrente sanguínea com o efeito aparente de "explosão".

Aliás agora que leio isto vejo que tens toda a razão:
In The USAF Flight Surgeon's Guide, Fischer lists the following effects due to mechanical expansion of gases during decompression.

Gastrointestinal Tract During Rapid Decompression.
One of the potential dangers during a rapid decompression is the expansion of gases within body cavities. The abdominal distress during rapid decompression is usually no more severe than that which might occur during slower decompression. Nevertheless, abdominal distention, when it does occur, may have several important effects. The diaphragm is displaced upward by the expansion of trapped gas in the stomach, which can retard respiratory movements. Distention of these abdominal organs may also stimulate the abdominal branches of the vagus nerve, resulting in cardiovascular depression, and if severe enough, cause a reduction in blood pressure, unconsciousness, and shock. Usually, abdominal distress can be relieved after a rapid decompression by the passage of excess gas.
The Lungs During Rapid Decompression.
Because of the relatively large volume of air normally contained in the lungs, the delicate nature of the pulmonary tissue, and the intricate system of alveolar airways for ventilation, it is recognized that the lungs are potentially the most vulnerable part of the body during a rapid decompression. Whenever a rapid decompression is faster than the inherent capability of the lungs to decompress (vent), a transient positive pressure will temporarily build up in the lungs. If the escape of air from the lungs is blocked or seriously impeded during a sudden drop in the cabin pressure, it is possible for a dangerously high pressure to build up and to overdistend the lungs and thorax. No serious injuries have resulted from rapid decompressions with open airways, even while wearing an oxygen mask, but disastrous, or fatal, consequences can result if the pulmonary passages are blocked, such as forceful breath-holding with the lungs full of air. Under this condition, when none of the air in the lungs can escape during a decompression, the lungs and thorax becomes over-expanded by the excessively high intrapulmonic pressure, causing actual tearing and rupture of the lung tissues and capillaries. The trapped air is forced through the lungs into the thoracic cage, and air can be injected directly into the general circulation by way of the ruptured blood vessels, with massive air bubbles moving throughout the body and lodging in vital organs such as the heart and brain.
The movement of these air bubbles is similar to the air embolism that can occur in SCUBA diving and submarine escape when an individual ascends from underwater to the surface with breath-holding. Because of lung construction, momentary breath-holding, such as swallowing or yawning, will not cause sufficient pressure in the lungs to exceed their tensile strength.
Decompression Sickness.
(also known as "Bends")
Because of the rapid ascent to relatively high altitudes, the risk of decompression sickness is increased. Recognition and treatment of this entity remain the same as discussed elsewhere in this publication.
Hypoxia.
While the immediate mechanical effects of rapid decompression on occupants of a pressurized cabin will seldom be incapacitating, the menace of subsequent hypoxia becomes more formidable with increasing altitudes. The time of consciousness after loss of cabin pressure is reduced due to offgassing of oxygen from venous blood to the lungs. Hypoxia is the most immediate problem following a decompression.
Physical Indications of a Rapid Decompression.
...
(a) Explosive Noise. When two different air masses make contact, there is an explosive noise. It is because of this explosive noise that some people use the term explosive decompression to describe a rapid decompression.
(b) Flying Debris. The rapid rush of air from an aircraft cabin on decompression has such force that items not secured to the aircraft structure will be extracted out of the ruptured hole in the pressurized compartment. Items such as maps, charts, flight logs, and magazines will be blow out. Dirt and dust will affect vision for several seconds.
(c) Fogging. Air at any temperature and pressure has the capability of holding just so much water vapor. Sudden changes in temperature or pressure, or both, change the amount of water vapor the air can hold. In a rapid decompression, temperature and pressure are reduced with a subsequent reduction in water vapor holding capacity. The water vapor that cannot be held by the air appears in the compartment as fog. This fog may dissipate rapidly, as in most fighters, or not so rapidly, as in larger aircraft.
(d) Temperature. Cabin temperature during flight is generally maintained at a comfortable level; however, the ambient temperature gets colder as the aircraft flies higher. If a decompression occurs, temperature will be reduced rapidly. Chilling and frostbite may occur if proper protective clothing is not worn or available.
(e) Pressure.
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Post by Argaroth01 »

Thanatos wrote:Dos sub-géneros o meu favorito ainda é a space opera. Divertimento por divertimento...
Também conhecida por "science-fantasy". Apesar de gostar também, prefiro a "new wave of science-fiction". Michael Moorcock, Ursula K. Le Guin, Roger Zelazny.
Thanatos
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Post by Thanatos »

Argaroth01 wrote:
Thanatos wrote:Dos sub-géneros o meu favorito ainda é a space opera. Divertimento por divertimento...
Também conhecida por "science-fantasy". Apesar de gostar também, prefiro a "new wave of science-fiction". Michael Moorcock, Ursula K. Le Guin, Roger Zelazny.
Hummm science fantasy não é space opera. Na science fantasy temos normalmente uma mistura de SF com fantasia nomeadamente a nível de uso de magia, seres com características mitológicas etc. como por exemplo Star Wars (a Força e inúmeros aliens) ou Flash Gordon. Já Space Opera descarta elementos de magia ou feitiçaria. É como a hard SF mas sem tanta preocupação com a tecnologia em si. Se bem que com a renascença do sub-género nos últimos tempos isso esteja a mudar.

Quanto à "new wave" já é mais "old wave". Os autores que falas já foram chão que deram uvas. Há por aí muito melhor agora para ler: Michael Chabon, China Miéville, Jeff VanDermeer, Paul di Fillipo, Scott Lynch entre outros. :wink:
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Post by Argaroth01 »

Thanatos wrote:Hummm science fantasy não é space opera. Na science fantasy temos normalmente uma mistura de SF com fantasia nomeadamente a nível de uso de magia, seres com características mitológicas etc. como por exemplo Star Wars (a Força e inúmeros aliens) ou Flash Gordon. Já Space Opera descarta elementos de magia ou feitiçaria. É como a hard SF mas sem tanta preocupação com a tecnologia em si. Se bem que com a renascença do sub-género nos últimos tempos isso esteja a mudar.
Pode não ser exactamente a mesma coisa, mas tem ligação. Space Opera sempre teve uma conotação negativa para o género, pelo menos na forma como se originou o termo. Space-Fantasy, de uma certa forma, aglutinou o termo nas suas características, o que não quer dizer que não possa existir separadamente.
Thanatos wrote:Quanto à "new wave" já é mais "old wave". Os autores que falas já foram chão que deram uvas. Há por aí muito melhor agora para ler: Michael Chabon, China Miéville, Jeff VanDermeer, Paul di Fillipo, Scott Lynch entre outros. :wink:
Não interessa. Foram dos autores mais marcantes do sub-género. Que hajam mais agora, é perfeitamente natural. Se melhores, aí já não sei.
Thanatos
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Post by Thanatos »

Argaroth01 wrote: Pode não ser exactamente a mesma coisa, mas tem ligação. Space Opera sempre teve uma conotação negativa para o género, pelo menos na forma como se originou o termo. Space-Fantasy, de uma certa forma, aglutinou o termo nas suas características, o que não quer dizer que não possa existir separadamente.
A única ligação é no sentido pejorativo dos termos. Tal como sci-fi. O problema é que o renascimento gradual da space opera, graças a autores como Alastair Reynolds e Peter F. Hamilton, obrigou a retirar a space opera do gueto em que andava há quase 40 anos. Hoje em dia o sentido pejorativo ligado ao termo space opera já não faz muito sentido. E ligar a science fantasy ainda menos.
Argaroth01 wrote:Não interessa. Foram dos autores mais marcantes do sub-género. Que hajam mais agora, é perfeitamente natural. Se melhores, aí já não sei.
Interessar interessa sempre porque convém não ficar preso às glórias do passado. Senão passados 30 anos ainda se anda a remastigar e regurgitar o mesmo. E nada melhor para descobrir novos autores do que lê-los. Já quanto à inclusão do Zelazny (e isto escapou-me no post anterior) na "categoria" de new wave writer não concordo em absoluto. Mal por mal poderias ter referido um Aldiss por exemplo que é muito mais representativo da época. :wink:

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