The Fountain (2006) - Darren Aronofsky

Discussão de filmes; a arte pela arte.

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Edward Brock
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Post by Edward Brock »

O que é que querem dizer com isso mais exactamente?
Bladder
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Post by Bladder »

Edward Brock wrote:O que é que querem dizer com isso mais exactamente?
Epah, quer dizer que para quem ingere cogumelos alucinogéneos o filmeco é wow...

Mais nada.

Simplesmente não tem ponta por onde se lhe pegue. Ou antes tem se quiseres convidar uma janada amante de Paulo Coelho a ver este filme a meio de uma trip.

Fico-me pelo meu Carlos Castaneda, menos piroso.
Edward Brock
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Post by Edward Brock »

Acho essa uma visão extremamente minimlista sobre o filme.
Quem lê o teu post fica com a ideia de que o filme são 90 miutos de visões alucinogénicas, o que é tão (in)justo como fazer a mesma afirmação sobre, por exemplo, o 2001 (sempre o 2001...). Em ambos os casos essas "visões" são apenas uma pequena parte do filme e ambas são inseridas num determinado contexto.
Bladder
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Post by Bladder »

A visão pretendia-se minimalista, o filme não merece mais.

Já aqui tudo foi dito pelos foristas.

Na verdada a crónica do Eurico de Barros onde ele expõe a sua perspectiva é bastante exacta.

Uma idéia mirabolante pobremente executada, a meu ver. Talvez nas mãos de um Guillermo Del Toro o filme se safasse mas com este realizador não.

Lamento, mas não consigo apreciar o filme, sóbrio pelo menos não.

Não se trata só das visões idiotas, mas também da idéia omnipresente e condutora do filme, aqui tratada de maneira muito desequilibrada. Os saltos temporais estão mal conseguidos, tentaram meter o quê? 3 filmes num só? Estou sempre aberto a novas idéias, se forem expostas de maneira interessante, mas este subproduto não me convence. o meu suspense of belief congelou a meio. O filme é demasiado presunçoso para me agradar.
Gollum
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Post by Gollum »

Insano wrote:
A fotografia é fantástica(sendo este um daqueles raros filmes em que os actores "têm" corpos e não são só um busto animado

Permita-me que discorde.... mas de fotografia o filme não têm nada de fantástico.
A tua opinião vale tanto como a minha. Foi realmente a impressão com a qual fiquei.
It never hurts for potential opponents to think you’re more than a little stupid and can hardly count all the money in your hip pocket, much less hold on to it. --Amarillo Slim on Poker
p_alucinado
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Post by p_alucinado »

Finalmente pude ver o filme e só tenho a dizer que superou imenso as minhas expectativas. Não é apenas um filme e ouve alguém aqui que usou as palavras certas para definí-lo: é um poema! É magia! São estes filmes que me fazem ter fé no cinema. Nem sei se devo falar sobre ele. É, acho que não o vou fazer mesmo. É daquelas obras de que não se deve saber nada antes de a ver.

Compreendo que não seja para todos os públicos e que nem todas as opiniões e/ou gostos sejam iguais mas tenho um reparo a fazer à crítica de Eurico de Barros: não há dúvida que está maravilhosamente escrita mas não lhe faria menos mal ser um pouco menos pretensiosa e paternalista.

Aronofsky é grande e está a crescer. Um dia ainda vai ser considerado um dos maiores de sempre, mas talvez isso só vá acontecer depois dele estar morto. It's a weird world... :roll:
Um clássico por semana, visto pela primeira vez, em UMA PARAGEM NO DRIVE-IN (http://umaparagem.blogspot.pt)
diesel
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Post by diesel »

Devo dizer que encontrei uma explicaçao bastante simples para o filme e que é tao aobvia como a agua.
Quem diz que este filme nao é um hino ao cinema nao bate bem da cabeça.prontos.esta confirmado.hehe

Ja agora o Darren Aronofsky disponiblizou no seu novo site o comenatrio audio ao The Fountain,coisa que os execs la da Warner nao o deixaram fazer no dvd.Jo o ouvi e é um bom comentario ao filme e ás experiencias e peripecias que foi faze-lo.Ele gastou 6 ou 7 anos a faze-lo
José
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Re: The Fountain (2006) - Darren Aronofsky

Post by José »

Vaiado e ignorado aquando do seu lançamento, The Fountain gerou entretanto um fenómeno de culto de se lhe tirar o chapéu. Mesmo não sendo uma obra-prima e recorrendo, por vezes, a excessos visuais que remetem para uma certa filosofia new age de trazer por casa, a verdade é que contém, no seu âmago, uma linda e ternurenta história sobre a espiritualidade do amor, a exaltação da vida e a aceitação da morte.

Rachel Weisz e Hugh Jackman fazem um par maravilhoso, com uma química imensa e delicada – são eles a nossa batuta emocional, que nos fazem imergir nesta hipnótica e comovente viagem fragmentada. Entendo que, à partida, o filme possa parecer desconexo, algo pomposo e até pretensioso. Mas se se fizer um esforço para analisar mais a fundo, ver-se-á que tem realmente uma história para contar, com todo o sentido; complexa e desafiadora, é certo, mas com coração e significado. Um romance arrebatador (e arrebatado), maior do que a vida e a morte, sob a alçada estruturante da ciência, da arte e da metafísica.

“Cada cabeça, sua sentença” - como se diz na gíria - e este é, realmente, um daqueles radicais objectos capaz de dividir toda a gente em mil e um pedaços. Mas insisto, apesar de longe de ser perfeito, vale muito a pena juntar as pecinhas deste puzzle esotérico.
Samwise
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Re: The Fountain (2006) - Darren Aronofsky

Post by Samwise »

José wrote: April 16th, 2020, 10:15 am Vaiado e ignorado aquando do seu lançamento, The Fountain gerou entretanto um fenómeno de culto de se lhe tirar o chapéu. Mesmo não sendo uma obra-prima e recorrendo, por vezes, a excessos visuais que remetem para uma certa filosofia new age de trazer por casa, a verdade é que contém, no seu âmago, uma linda e ternurenta história sobre a espiritualidade do amor, a exaltação da vida e a aceitação da morte.

Rachel Weisz e Hugh Jackman fazem um par maravilhoso, com uma química imensa e delicada – são eles a nossa batuta emocional, que nos fazem imergir nesta hipnótica e comovente viagem fragmentada. Entendo que, à partida, o filme possa parecer desconexo, algo pomposo e até pretensioso. Mas se se fizer um esforço para analisar mais a fundo, ver-se-á que tem realmente uma história para contar, com todo o sentido; complexa e desafiadora, é certo, mas com coração e significado. Um romance arrebatador (e arrebatado), maior do que a vida e a morte, sob a alçada estruturante da ciência, da arte e da metafísica.

“Cada cabeça, sua sentença” - como se diz na gíria - e este é, realmente, um daqueles radicais objectos capaz de dividir toda a gente em mil e um pedaços. Mas insisto, apesar de longe de ser perfeito, vale muito a pena juntar as pecinhas deste puzzle esotérico.
yes-) salut-)

--

“Cada cabeça, sua sentença” - já agora, isto resume aquilo que penso sobre a "normalidade das coisas". Ou seja, arte e entretenimento, pelo lado do público/apreciador, são antes de tudo experiências pessoais e intrasmissíveis. Podemos "fazer um relato" mais ou menos analítico e revelador de como as percepcionámos, mas apenas para mostrar perspectivas de entendimento, satisfazer a curiosidade alheia, e, quem sabe, "ajudar" a tomar decisões sobre o consumo ou não determinado produto/experiência. Nunca, em qualquer caso, poderemos fazer "replicar" de forma objectiva as nossas... "sentenças", o nosso "gosto", a nossa "experiência"...

... pelo menos enquanto não inventarem uma maquineta como a do Brainstorm ou a do Strange Days... eh-) :-)))
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.

«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death

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Ludovico
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Re: The Fountain (2006) - Darren Aronofsky

Post by Ludovico »

Samwise wrote: April 16th, 2020, 10:28 am
José wrote: April 16th, 2020, 10:15 am Vaiado e ignorado aquando do seu lançamento, The Fountain gerou entretanto um fenómeno de culto de se lhe tirar o chapéu. Mesmo não sendo uma obra-prima e recorrendo, por vezes, a excessos visuais que remetem para uma certa filosofia new age de trazer por casa, a verdade é que contém, no seu âmago, uma linda e ternurenta história sobre a espiritualidade do amor, a exaltação da vida e a aceitação da morte.

Rachel Weisz e Hugh Jackman fazem um par maravilhoso, com uma química imensa e delicada – são eles a nossa batuta emocional, que nos fazem imergir nesta hipnótica e comovente viagem fragmentada. Entendo que, à partida, o filme possa parecer desconexo, algo pomposo e até pretensioso. Mas se se fizer um esforço para analisar mais a fundo, ver-se-á que tem realmente uma história para contar, com todo o sentido; complexa e desafiadora, é certo, mas com coração e significado. Um romance arrebatador (e arrebatado), maior do que a vida e a morte, sob a alçada estruturante da ciência, da arte e da metafísica.

“Cada cabeça, sua sentença” - como se diz na gíria - e este é, realmente, um daqueles radicais objectos capaz de dividir toda a gente em mil e um pedaços. Mas insisto, apesar de longe de ser perfeito, vale muito a pena juntar as pecinhas deste puzzle esotérico.
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Mas isso tudo aplica-se entre cinéfilos e não entre espectadores desinteressados.
Nenhum cinéfilo vai preferir um Academia de Policia acima de Citizen kane.
Eu sou dos tais que detestou "The Fountain",as únicas coisas decentes são os atores,porque de resto é de fugir.Para mim tem um guião desastroso.Fui vê-lo ao cinema e dei mal empregue o dinheiro.Que há quem goste,claro que há porque há sempre cinéfilos que gostam.
"Sempre as horas,as horas,as horas......"
Samwise
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Re: The Fountain (2006) - Darren Aronofsky

Post by Samwise »

Não, Ludovico. Isto verifica-se em relação a todas as pessoas, e até para lá da apreciação de peças de arte ou produtos de entretenimento. Aplica-se perante tudo o que puderem consumir ou apreciar - bens/serviços/experiências. A um nível mais básico (sensorial), indivíduo x gosta de queijo, indivíduo y não gosta de queijo.

O caso que apontas é uma circunspecção condicional - que não invalida o que eu disse - apenas define regras condicionantes que permitem evidenciar padrões comportamentais aproximados, dentro de um determinado grupo de pessoas. Claro que dentro de um universo de apreciadores de cinema, a probabilidade de haver quem prefira a Police Academy ao Citizen Kane deve andar próxima do zero. Não invalida que dentro desse mesmo conjunto de cinéfilos, não haja quem adore o CK, quem o deteste, que ache assim-assim, e até quem nunca o tenha visto.
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