BD europeia

Discussão de filmes; a arte pela arte.

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Alquimista

Apercebeste q estás a dizer q a BD evolui em sintonia com o cinema ?
Portanto se o cinema nos 70s era mais pensado e lento tb a BD o era.
Se agora o cinema é mais agilizado, tb a BD o é.

Parece-me perfeitamente natural.

Mas permite-me discordar de ti pq a BD Europeia está muito bem e recomenda-se. Os velhos autores amadureceram e os novos são espantosos. Isto aliado às novas possibilidades gráficas faz com q a BD estja TALVEZ no seu melhor perido de sempre.

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Argaroth01
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Post by Argaroth01 »

Não esquecer outras adaptações que aí vêm:

. Blueberry de Jan Kounen, com Vincent Cassel
http://www.imdb.com/title/tt0276830/

. The Daltons (inspirado nos vilões de Lucky Luke, que também aparece) de Phillip Haim
http://www.imdb.com/title/tt0368668/
Shivers
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Post by Shivers »

acrescento tb o terceiro filme da saga Astérix: Astérix e os Vikings

http://www.imdb.com/title/tt0371552/ para 2006

<hr noshade size="1">ShiVerS
28:06:42:12

<i>''You handle us?! You know your predecessors had much more respect'' - Merovingian </i>
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alquimista
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Post by alquimista »

<blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote">Alquimista

Apercebeste q estás a dizer q a BD evolui em sintonia com o cinema ?
Portanto se o cinema nos 70s era mais pensado e lento tb a BD o era.
Se agora o cinema é mais agilizado, tb a BD o é.<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">

Podia era ter evoluido no estilo mas mantendo o mesmo tipo de historias interessantes e imaginativas.
O que eu contesto é a fraca qualidade de quase tudo o que sai a nivel de historias. Uma pessoa lê um album inteiro e parece que não acompanhou historia nenhuma, apenas passamos os olhos por sequências estilizadas.
Estou a falar de uma maneira geral. Claro que ainda existem coisas excelentes que felizmente ainda não aderiram ao estilo comics americano.
Mas que a nivel de historias a BD europeia já não é o que era nos anos 70 inicios de 80 , isso já não é. Hoje para se obter uma historia com a imaginação, profundidade e tamanho de por exemplo um Bob Morane, parece que são precisos pelo menos tres albuns de 45 paginas quando mais de metade delas não passa de sequências tipo Marvel em vez de contar a historia.

<blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote">Isto aliado às novas possibilidades gráficas faz com q a BD estja TALVEZ no seu melhor perido de sempre.
<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">

Aqui discordo totalmente. Não ha nada mais desprovido de talento que uma bd toda colorida por computador por exemplo. Qualquer puto com um photoshop consegue mandar cá para fora um album em dois meses e nem precisa de saber desenhar ou sequer conhecer o processo narrativo de uma historia. Basta meter visuais artificialmente criados que metam pinta.
Para mim o valor de uma boa coloração, está não no visual obtido por computador mas sim na técnica e no trabalho de quem pintou á mão. Uma coisa é um gajo ter olho para a cor e espetar lindos dégradées num desenho com o photoshop. Outra coisa é o talento de alguém que para conseguir obter um dégradée da maneira tradicional tem de saber exactamente o que está a fazer e ser ele próprio com o seu talento a conseguir combinar a quantidade e intensidade de cor de forma a obter esse mesmo efeito.
Qual é o talento de um tipo que não tem absolutamente trabalho nenhum na criação de um efeito de pintura e apenas se limita a aplica-lo num desenho ? Para mim esse "artista" não passa de um decorador em vez de ser um desenhador ou um verdadeiro autor. Limita-se apenas a saber arrumar efeitos que já estão practicamente pré-defenidos num desenho e se passarmos uma caixa de lápis para as mãos dessa pessoa nem sabe o que fazer com eles.

O que não quer dizer que não se possa usar um computador para criar uma bd. Existem autores fabulosos vindos da area do design que o usam de uma maneira realmente inovadora, tratando cada vinheta quase como um folheto grafico e depois agrupando tudo com resultados surpreendentes.
Agora, esses autores souberam realmente criar uma nova forma de fazer BD e essa não contesto. O que eu contesto é o uso do computador para simular técnicas tradicionais e infelizmente como é um processo rápido de se produzir cada vez as editoras lançam cá para fora mais albuns assim. A Bd está cada vez mais parecida com Hamburguers e isso para mim é que é triste.

Nada contra a Bd-gráfica feita por computador, tudo contra o uso do computador para substituir as técnicas tradicionais, pois isso inunda o mercado com sub-produtos cada vez piores. Isto aliado ao estilo comics é do pior que pode haver e do mais descaracterizante que já aconteceu á BD. Dantes havia identidade, actualmente há uma formula.

Obviamente que há excelentes excepções, mas estou apenas a falar daquilo que me preocupa actualmente, pois não gostaria daqui a dois ou trés anos que a minha escolha na compra de bd se resumisse apenas entre uma "pintada" por photoshop ou outra por Painter produzidas por uma geração que não tem mais referencia nenhuma do que o estilo telefilme na cabeça.

Para mim estamos num dos piores periodos a nivel de BD de sempre. Não em qualidade, pois os poucos resistentes que ainda existem estão cada vez melhores. Acontece que essas pequenas "ilhas" de qualidade nunca estiveram tão cercados por produtos (não passam disso) de tão fraca qualidade e que só impressionam uma geração que já nem tem capacidade para apreciar mais do que aquilo que alguem lhes impingiu ser a referência.

Nos comics americanos, salvam-se as graphic novels que estão cada vez , felizmente mais adultas e melhores em termos gráficos. Aliás ha uma coisa curiosa, enquanto parece que fora dos EUA há uma intenção óbvia das editoras para publicarem o maior numero de sub-produtos Bd disfarçados de obras de arte a imitarem o pior dos comics americanos especialmente no que toca ao uso de novas tecnologias, os EUA parece que de repente tomaram consciência que artificialismos rascas e fáceis não significavam necessáriamente qualidade e muitas vendas e estão agora empenhados em produzir excelentes Bds voltando a usar os processos tradicionais.
Por algum motivo os anos da substituição da coloração tradicional pela coloração em computador foram os piores anos de vendas da historia dos comics americanos.
E isso não tarda muito vai acontecer por aqui.

O entusiasmo pelas novas tecnologias, não significa uma melhoria ou evolução na Bd. bem pelo contrário. A Bd técnicamente teve dos piores anos de sempre por causa desta moda de que qualquer pessoa pensa que pode produzir algo só porque tem um computador e conhece os clichés impingidos.

Não tenho nada contra as novas tecnologias enquanto instrumento de "arte-final" para Bd e ilustração. Melhoramentos de linhas, sombras, cor, etc. Agora quererem a força fazer crer no publico que a informática é a 7º Maravilha da ilustração numa altura em que ainda é completamente impossivel disfarçar o cheiro a plástico sem arte que sai das "linhas de montagem", isso é uma anedota.
Felizmente que as coisas ja começaram a mudar. E se a tendencia for a mesma do costume, espero que daqui a uns anos a Bd volte a ser o que já foi, não um produto, mas principalmente um trabalho e uma obra feita com dedicação e amor pelo artista que a produz.
Não há nada de errado que a BD volte a ser como um bom livro/romance, pois actualmente salvo valorosas excepções , não passa da mais rasca revista Maria.

A arte da Bd nunca teve a ver com técnologia para evoluir e vai continuar a não precisar dela para nada.
O que não implica que não exista Bd feita por computador, mas isso tem de se tornar apenas numa outra forma de fazer Bd e não no Meio que vai substituir o tradicional só porque algum gerente de editora acha que assim pode vender mais rapidademente.
O computador é uma optima maneira de se fazer um certo tipo de Bd e de ilustração baseada no design grafico mas nunca será para uma substituição da Bd tradicional como ela sempre foi feita. Com o talento de quem TEM MESMO de saber desenhar para produzir algo memoravel.

O problema é que o sistema hoje em dia, com em tudo, tenta ao maximo convencer os putos de que o que é cool é o que se pode impingir rapidamente. E isso para mim é que é preocupante.
Um amigo meu professor de desenho, passa-se com os putos pois a maioria deles acha que uma ilustração todas cheia de efeitos photoshop é muito melhor do que uma ilustração tradicional.

Portanto, quanto a mim, a Bd de uma forma geral nunca foi tão má como actualmente.
Só o facto de já não existirem historias que se possam chamar isso é logo a principal razão para o meu descontentamento. Depois este uso abusivo dos computadores para fabricar produtos vem dar a ultima machadada no assunto.
Conheço imensa gente que deixou por completo de comprar Bd por causa disso e pessoal que era verdadeiro colecionador mesmo agora até tem medo de entrar numa livraria e espreitar as edições. Seja de onde forem parecem todas comics-hamburger e cada historia tem volumes que nunca mais acaba para contar uma colecção de clichés banais em vez de nos surpreender com imaginação.
[8D]


Luis Peres (34 (já?!) anos)
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Post by Argaroth01 »

<blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote">A arte da Bd nunca teve a ver com técnologia para evoluir e vai continuar a não precisar dela para nada.<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">

Lápis e tinta são o quê então ? Agora se falarmos de alta-tecnologia, aí sim.[;)]
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Post by alquimista »

Hehehe, claro.
O que eu discuto é o uso abusivo de uma "alta-tecnologia" que permite descartar por completo o talento do artista enquanto criador que domina a origem da propria técnica base do desenho ou pintura, em vantagem da rapidez de produção de algo que deveria ser uma arte intimista e de repente se pode tornar num hamburger.
Eu não compro arte pre-fabricada e muito menos ilustração plastificada. Dou demasiado valor ao esforço de alguém que tem de aprender por ele próprio a criar efeitos que permitam criar mundos completamente pessoais até ao minimo traço. A substituição dessa arte e talento por algo que pode ser produzido apenas com o arrastar de um rato para mim é o unico problema. Ou melhor a banalização desse processo de modo a que se torne na norma fazendo esqueçer o verdadeiro esforço e acima de tudo conhecimento que é necessário para alguem criar uma ilustração por mais simples que possa parecer.
Por mim, apesar de tudo ha lugar para as duas coisas, quem quiser comprar hamburgers compra, quem não quer vai ao restaurante. O problema é quando os McDonalds começam a dar mais dinheiro e os restaurantes a desaparecerem por consumirem muito tempo na produção e não permitirem um lucro mais global.

Esta historia da arte tradicional vs computador, é um pouco como o LEGO.
Antigamente, só existiam os blocos básicos e um puto se queria ter por exemplo um Robot Extraterrestre para brincar, tinha de ser ele próprio a criar cada parte desse mesmo robot em detalhe, até mesmo construir as próprias articulações que imaginou no seu design. No final obtinha o SEU robot, o seu design feito com as peças do Lego, mas que mais ninguém tinha.
Hoje em dia, qualquer puto, pode comprar logo o seu próprio robot LEGO já com todo o processo imaginativo concluido, dispensando practicamente toda a parte de imaginação e criatividade no design desse mesmo robot. Vejam o exemplo dos BIONICLES de LEGO. São a antitese completa do conceito original do produto pois em vez de estimularem a criatividade dos putos, dão-lhes um produto já terminado, apenas vindo desmontado e mais nada. Cada peça do corpo do robot, já tem o design criado e não pode ser alterado por quem brinca com ele. A unica coisa que pode fazer é diferentes combinações nas colocações dessas mesmas peças, mas por o design estar completamente pronto nunca obterá um robot que não seja um Bionicle.
Resultado, lá se vai o estimulo ao sonho e á imaginação da criança. Substituido pelo apelo a identificação com um produto popular já criado, já sonhado para ele.
Estamos a criar uma geração de pessoas que daqui a anos vão achar o mais natural que os clichés venham todos em peças separadas. Essas pessoas vão crescer a pensar que criatividade é encontrar mil maneiras diferentes de misturar refencias já inventadas e muito pouca gente dar-se-á á maçada careta de ter de inventar algo de realmente novo. Até porque será logo olhado como um maluco que não segue o resto dos carneiros.
Isto já se aplica totalmente aos nossos dias de uma forma quase assustadora e o cinema comercial é um bom exemplo disso.

A BD produzida por computador de forma a enganar o publico no que toca á tentativa de imitação dos processos tradicionais para mim é o tipico exemplo deste sistema aplicado a algo como a Arte.
Nem precisam se preocupar em perceber ou sequer imaginar o degradée de um efeito de cor. Basta arrastar o rato , clicar e pronto. Uma ilustração feita pelo "ilustrador"-A não tem a minima diferença da feita pelo "ilustrador"-B, mais reduzidos a condição de empregados de linha de montagem do sistema do que outra coisa. A própria negação do objectivo da Arte, ser ÚNICA e principalmente pessoal.

Por isso para mim as tecnologias modernas têm o seu lugar , enquanto oportunidade de se criar novos métodos de produzir arte plástica, agora métodos que não tentem interferir no processo humano de se necessitar do talento do artista para se criar um quadro. Ou uma Bd.
O problema é que as regras do Mercado vêm no computador e nas novas tecnologias, não uma nova ferramenta que pode produzir coisas tão fascinantes como a arte tradicional, mas sim uma maneira de reproduzir o tradicional de uma forma mais rápida e rentavel e esse é que é o problema.
Básicamente a ecónomia novamente lixa tudo.
E o mais cómico é que as sucessivas faixas etárias nem notam os carneiros que estão a ser treinados para ser.


Luis Peres (34 (já?!) anos)
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Boas Alquimista

Porra, tu quando respondes RESPONDES EM GRANDE, eh eh ...

"Para mim estamos num dos piores periodos a nivel de BD de sempre. Não em qualidade, pois os poucos resistentes que ainda existem estão cada vez melhores. Acontece que essas pequenas "ilhas" de qualidade nunca estiveram tão cercados por produtos (não passam disso) de tão fraca qualidade e que só impressionam uma geração que já nem tem capacidade para apreciar mais do que aquilo que alguem lhes impingiu ser a referência."

-> E nos anos 70/80 passava-se precisamente a mesma coisa só q nós aqui em PT estávamos tão limitados pelo pouco q existia q ñ nos apercebiamos do muito mais q existia.
Dou-te o exemplo da televisão: Só tinhamos a RTP 1 e mamavamos com prazer tudo o q nela passa-se. Hoje temos 58 canais e achamos q é quase tudo uma bosta.
A quantidade de produtos com qualidade continua a ser a mesma (na minha opinião é até superior)mas dilui-se entre tanta oferta.
E ñ te esqueças q a falta de poder de escolha dos anos 70/80 nos condicionou o gosto, pq ao ñ termos todos os pontos de comparação ficámos limitados e obrigados a gostar do pouco q existia.
Na realidade, hoje quando olho para os primeiros numeros da Tintin (por exemplo) encontro muitas coisas banalissimas e reconheço q se tivesse acesso a todo o leque existente na altura aquelas BDs nunca me teriam agradado.

-> "A arte da Bd nunca teve a ver com técnologia para evoluir e vai continuar a não precisar dela para nada."

E ainda estávamos a ver/ler hieroglifos... Não me parece logico questionar-se a evolução natural das coisas e a utilização de todas as tecnicas disponiveis para realizar algo, pq se ñ teriamos tb q debater os efeitos especiais no cinema q pelo teu raciocinio retiram fidelidade aos filmes.

-> "Um amigo meu professor de desenho, passa-se com os putos pois a maioria deles acha que uma ilustração todas cheia de efeitos photoshop é muito melhor do que uma ilustração tradicional."

Espero bem q o teu amigo ñ passe aos seus alunos as suas opiniões pessoais, e principalmente q ñ os avalie segundo tal, pq ñ é essa a função de um professor de desenho.

Concordo contigo na questão das historia hoje serem contadas em N volumes. É o efeito Matrix meu amimgo....
O Tarantino podia ter feito apenas um volume do KB, mas percebeu q dois rendiam muito mais guito.

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Post by alquimista »

<blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote">A quantidade de produtos com qualidade continua a ser a mesma (na minha opinião é até superior)mas dilui-se entre tanta oferta.
<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">

Concordo absolutamente. Infelizmente gostaria que não houvesse tanta oferta mas houvesse mais qualidade geral. Pelo menos mais visivel.
Mas é o problema da "democratização" da técnologia. Estimula sempre o mercado e toda a gente desata a produzir coisas que de outro modo nunca viriam sequer a poder ser consideradas como opção de oferta no mercado.
Fico sempre frustrado quando tento comprar Bd e só encontro clones de clones que por sua vez já são clones...em 300 simpaticos volumes...

<blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote">E ainda estávamos a ver/ler hieroglifos... Não me parece logico questionar-se a evolução natural das coisas e a utilização de todas as tecnicas disponiveis para realizar algo, pq se ñ teriamos tb q debater os efeitos especiais no cinema q pelo teu raciocinio retiram fidelidade aos filmes.<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">

Repara que não é isso que contesto no campo da Bd. Como disse existem excelentes BDs realizadas aproveitando o computador como novo meio de as criar. Mas são Bds especificas que só poderiam ser mesmo criadas assim e por isso o computador torna-se mesmo num novo instrumento para criação de algo novo.

O que odeio é a banalização de se pintar Bds com computador a metro quando esse trabalho poderia ser feito com grande valor artistico se deixassem os criadores trabalhar no seu proprio ritmo e não ao ritmo do mercado, usando o seu talento e não se reduzindo ao papel de decoradores de vinhetas com cores bonitas e efeitos fotograficos para o qual nem precisam de ter talento para os colocar numa imagem.
O problema é que vivemos numa era onde a individualidade é cada vez mais reprimida pois não gera lucro suficiente, como tal o campo da Arte é logo dos primeiros a sofrer essa influencia.

Uma coisa é o uso das técnicas disponiveis para se criar uma nova forma de fazer Bd só possivel de produzir recorrendo a essas mesmas novas tecnicas que necessitam obviamente do talento de quem as usa. Outra coisa é usar essas mesmas técnicas para substituir algo que não precisa de ser substituido só porque é mais rentavel para quem lança o produto. Imagino como ficariam as Bds em aguarela do Hermaan por exemplo se fossem a partir de agora todas coloridas a metro por computador. Perderiam toda a personalidade. Se calhar já não editaria dois ou tres albuns por ano e sim uns dez ou doze, mas já não seria Bd de autor e sim apenas mais um produto.

Em relação ao efeitos especiais, eu tambem prefiro de longe ver uma nave em maquete do que um CGI. Por muito avançados que os computadores estejam ,nada se pode comparar a assinatura pessoal de um criador, seja escultor ou desenhador.
Como ja disse um dia por aqui, para mim não ha diferença nenhuma entre a qualidade de uma nave feita em CGI actualmente e uma nave de cartão pendurada por um fio dos filmes dos anos 50. Para mim são ambos maus efeitos. A diferença é que os de agora são bonitos e muito espalhafatosos e os dos anos 50 eram imediatamente reconheciveis pelo seu baixo orçamento.
Prefiro de longe uma maquete da Galactica ao mais bonito Babylon 5 apesar de adorar a série.
Para mim um bom efeito é aquele que esquecemos que existe e nada me decepciona mais do que ver cinema de animação CGI a fingir de naves espaciais em filmes.
Por alguma razão até mesmo o pessoal dos efeitos actualmente so recorre ao CGI em deterimento das maquetes quando não o pode evitar pois parece ser unanime que uma maquete detalhada é sempre a melhor maneira de tornar real uma fantasia sonhada.

Para mim a tecnologia sera sempre um suporte e nunca o meio para se criar algo que substitui o trabalho e a imaginação do artista.
Quanto mais trabalho com computadores mais gosto do tradicional. Cinco anos de 3dStudio e quase 10 de Photoshop fez-me admirar cada vez mais o trabalho que dá criar-se algo a partir do nada, usando apenas uma caneta e um papel. Nada me dá mais prazer do que desenhar algo de raiz, criando eu proprio tudo o que aparece num desenho final sem precisar de recorrer a novas tecnologias para aldrabar aquilo que não consigo fazer.
Se fosse possivel neste trabalho , preferia não ter de estar em frente a um Pc mas sim a um estirador rodeado de tintas. Embora reconheça que no design gráfico a tecnologia seja o que nos salva muitas vezes pela sua imediatez de resultados, em termos artisticos é um vazio absoluto.
Eu pelo menos nunca me senti minimamente realizado apesar de ao longo destes 10 anos ja ter feito , milhares de graficos , dezenas de posters e centenas de visuais para tudo e mais alguma coisa. A verdade é que com um Pc para mim é tudo demasiado fácil e nem precisaria de saber desenhar para fazer alguma coisa de jeito. Assim isto não tem graça nenhuma.[8D]

Apesar de se calhar não parecer, eu não tenho nada contra as novas tecnologias. O problema não esta ai, o problema está na forma com que são usadas e no desleixo imaginativo que esse tipo de comportamento estimula. Dantes para se criar Arte imaginativa uma pessoa tinha mesmo de se esforçar e ter talento. Actualmente como os meios informáticos permitem criar imagens todas bonitinhas, já ninguem se importa muito e passar para além disso e realmente tentar dar substância a essas imagens. Tá giro, tá parecido a...está pronto.
Isso para mim é tudo menos estimulante.

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Post by alan_smithee »

<blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote"><i>Originally posted by alquimista</i>
Aliás ha uma coisa curiosa, enquanto parece que fora dos EUA há uma intenção óbvia das editoras para publicarem o maior numero de sub-produtos Bd disfarçados de obras de arte a imitarem o pior dos comics americanos especialmente no que toca ao uso de novas tecnologias, os EUA parece que de repente tomaram consciência que artificialismos rascas e fáceis não significavam necessáriamente qualidade e muitas vendas e estão agora empenhados em produzir excelentes Bds voltando a usar os processos tradicionais.
<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">
Para mim, desde alguns anos a esta a parte, a melhor BD do “planeta” é produzida na América do Norte (EUA e Canadá).

È verdade, que em relação a BD europeia, como não domino muito bem o francês, fico condicionado ao que é traduzido em pt, e como tal, posso ter uma perspectiva errada da Bd produzida na Europa.
Mas olhando só, para o que é traduzido em pt, não me seduz particularmente (com algumas excepções). Acho mesmo, que está muito distante da qualidade dos anos 80 por ex.

Já em relação a actual BD norte americana, em particular a chamada “Bd underground ou independente” (que já agora, de independente não tem nada [}:)]) é do melhor que se produz, não só agora, mas em toda a história da BD.
Bd essa, que na sua “maioria” é editada apenas por duas editoras. A mítica editora americana Fantagraphics (http://www.fantagraphics.com/) e a canadiana Drawn & Quarterly (http://www.drawnandquarterly.com/)

Mencionei estas duas editoras, porque lá estão “concentrados” pelo menos uma dezena de autores excepcionais.
(Por ex. das 10 melhores BD’s que li nos últimos anos, 9 vieram destas duas editoras.
Apenas uma obra destas duas editoras foi traduzida para português, “O Mundo Fantasma” de Daniel Clowes. Em breve é possível (talvez) que “Palestine” de Joe Sacco conheça uma edição em pt.)


um abraço
Kyle Jaspers
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Post by Kyle Jaspers »

Quanto ao Michel Vaillant, a crítica de Novembro da revista Ciné Live era bastante positiva, pelo que há hipóteses de o filme ser uma boa surpresa.
É que nem me falem do "Driven"...

Para o Michel, não há data de estreia prevista. Directamente pra DVD, suponho.

Entretanto, m....s como o "Daddy day care" e o "Elf" estreiam em sala.


MC´s
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tocoelho
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Post by tocoelho »

<blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote">
Para o Michel, não há data de estreia prevista.
<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">

Há sim senhor!

Segundo o 7ª Arte estreia dia 29!

Um abraço,

Tocoelho
seabra
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Post by seabra »

Creio que ninguém falou ainda, neste tópico, numa das minhas bandas desenhadas favoritas: 'Blake e Mortimer', de E. P. Jacobs. Com os seus elementos de ficção científica, aventura, policial e espionagem daria, se bem adaptada, uma excelente obra cinematográfica em perspectiva.
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Mad Dog
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Post by Mad Dog »

Sem querer entrar na discussão profunda que aquí vai, sou leitor assíduo dos comics publicados tanto pela Marvel como pela DC, americanos,(através de uns downloads - há malta a passar isso tudo a scanner, incluindo as edições dos anos 60 e 70 que apareceram por cá em brasileiro) e continuo agora a gostar tanto como gostava quando era puto. É claro que a idade prejudica estas coisas, um miúdo deixa-se levar mais por aquelas histórias, mas não noto que tenha havido uma descida de qualidade nesse tipo de BD. Devo dizer até que a DC tem uma sub-editora chamada Vertigo que edita BD de alta qualidade em termos de argumento, coisas absolutamente fantásticas (a arte às vezes para o meu gosto é um bocado para o radical).
Isto acaba por ser um bocado como os filmes, há quem goste de coisas mais "populares", há quem seja mais "elitista" e há quem goste de tudo no geral e de nada em particular.
De qualquer forma, como disse no início, não me quero envolver na conversa do alquimista e do user porque não conheço muita BD fora dos universos Marvel e DC.

---
A minha colecção:

http://www.dvdprofiler.com/mycollection ... jorgequina

Auf!
Bruno Dias
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Post by Bruno Dias »

<blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote"><i>Originally posted by seabra</i>
<br />Creio que ninguém falou ainda, neste tópico, numa das minhas bandas desenhadas favoritas: 'Blake e Mortimer', de E. P. Jacobs. Com os seus elementos de ficção científica, aventura, policial e espionagem daria, se bem adaptada, uma excelente obra cinematográfica em perspectiva.
<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">

é a bd da minha infancia (mais do que o Tintin e o Asterix). li-os primeiro na biblioteca e depois fui comprando-os. a marca amarela continua a ser o meu preferido e tem tudo para se tornar um excelente filme.

em relação à bd franco-belga como em tudo não se pode generalizar. é obvio que certas capas denotam logo que é bd "feita a martelo" mas nem tudo é assim tão mau. existem histórias ao nivel dos melhores filmes e arte gráfica de qualidade. dois exemplos:

Philippe Dupuy e Charles Berbérian:

http://www.duber.net/index1.htm

eles até estiveram em Lisboa e editaram um livro sobre a sua visão de Lisboa. Nada de CGI portanto. Um excerto de uma entrevista que está no site deles:

<blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote">Pour revenir sur les villes, comment dessinez-vous ? Vous vous rendez toujours sur place ?

Ch. B. : Oui, on se promène. Nous n'y allons que rarement ensemble, à part notre voyage à New York.

Ph. D. : Charles est allé en premier à Lisbonne, après il m'a dit "il faut absolument que tu y ailles" Barcelone, nous y sommes allés ensemble deux jours, après moi j'y suis retourné une semaine, et j'ai dit à Charles "il faut absolument que tu y ailles" et voilà ! Le carnet de croquis, c'est une bonne manière de progresser dans notre travail, de découvrir des choses, mais c'est surtout fabuleux pour découvrir une ville, parce qu'on est obligé de porter un autre regard que purement touristique ou superficiel. Moi j'adore ça d'autant que je ne prends jamais de photos, vu que je ne suis pas très doué pour ça. Et comme je ne suis pas très doué, je ne regarde pas les photos après, alors qu'avec le carnet j'ai le temps de bien regarder les choses. C'est de là que viennent les ambiances.

<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">


Joann Sfar:

<blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote">On te compare souvent à un feuilletoniste. Comment expliques-tu ta productivité, d'autant que plus les albums s'enchaînent, meilleurs ils semblent être ?

J.S. : Depuis l'âge de 15 ans, je dessine ou j'écris environ deux pages chaque jour. Tout simplement parce que ça me rend heureux. Cette immersion quotidienne dans la fiction m'aide à mieux comprendre le réel. On a tort de raconter que les joueurs et les écrivains "s'évadent du réel". Je crois au contraire que le passage par le mythe permet de mieux comprendre le monde... Comme chez Platon! <hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">

Recomendo "Petrus Barbygère", é uma série deslumbrante em termos gráficos. Os dois primeiros albuns de "Professeur Bell" são também desenhados por ele. Mas as histórias loucas dele também valem a pena.

http://www.bedetheque.com/index.php?S=278

e não é feito em CGI porque eu já vi o Sfar a fazer desenhos à minha frente e para mim! [8D]
alan_smithee
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Post by alan_smithee »

<blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote"><i>Originally posted by Bruno Dias</i>
em relação à bd franco-belga como em tudo não se pode generalizar. é obvio que certas capas denotam logo que é bd "feita a martelo" mas nem tudo é assim tão mau. existem histórias ao nivel dos melhores filmes e arte gráfica de qualidade. dois exemplos:
<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">
[:)]

Também eu "tenho" dois exemplos de BD franco-belga de grande qualidade:

Cristophe Blain, para mim, a maior revelação francesa dos últimos anos. O seu “Isaac o Pirata” é da melhor bd que se faz nos nossos dias, e Baru que surpreendeu-me completamente com a sua saga “Os Anos Sputnik”.



um abraço

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