O fim da DVD Review
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Sim, de facto é uma pena que este nicho de mercado não esteja preenchido em Portugal e que esta revista tenha chegado ao fim.
Mas a actual relação preço/conteúdo, quanto a mim, não justificava minimamente a sua compra. Eu até era um dos resistentes, mesmo quando o pessoal aqui começou a dizer (muito) mal, mas acabei por deixar de comprar há uns meses pois ao ler aquilo até parecia que vivia no UK!
Mas a actual relação preço/conteúdo, quanto a mim, não justificava minimamente a sua compra. Eu até era um dos resistentes, mesmo quando o pessoal aqui começou a dizer (muito) mal, mas acabei por deixar de comprar há uns meses pois ao ler aquilo até parecia que vivia no UK!
João Casimiro
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Também só comprei meia dúzia de vezes e sempre me arrependi do que tinha pago para ler artigos de qualidade duvidosa em pouco menos de meia hora.
Sinceramente (e agora acho que vou ser polémico) acho que não há lugar no mercado para produtos medíocres. Regra geral, há muito por onde escolher e, como tal, se uma revista quer ter relevância, tem que ter um conteúdo a corresponder. Principalmente a corresponder ao preço! Caso contrário, é só mais um monte de papel a encher as prateleiras dos Press Centers deste país...
Por outro lado, é um facto que não há, para o mercado português, uma alternativa credível neste âmbito. Há a Premiere, mas essa não está claramente orientada para o DVD (e a sua qualidade também é duvidosa).
Eu, pessoalmente, não sinto muito a falta deste tipo de revistas, pois toda a informação de que necessito está na Net. Este forum, em particular, é incomparavelmente mais útil do que qualquer revista dedicada ao tema. Nesse sentido, é-me perfeitamente indiferente o fim de actividade da DVD Review.
Sinceramente (e agora acho que vou ser polémico) acho que não há lugar no mercado para produtos medíocres. Regra geral, há muito por onde escolher e, como tal, se uma revista quer ter relevância, tem que ter um conteúdo a corresponder. Principalmente a corresponder ao preço! Caso contrário, é só mais um monte de papel a encher as prateleiras dos Press Centers deste país...
Por outro lado, é um facto que não há, para o mercado português, uma alternativa credível neste âmbito. Há a Premiere, mas essa não está claramente orientada para o DVD (e a sua qualidade também é duvidosa).
Eu, pessoalmente, não sinto muito a falta deste tipo de revistas, pois toda a informação de que necessito está na Net. Este forum, em particular, é incomparavelmente mais útil do que qualquer revista dedicada ao tema. Nesse sentido, é-me perfeitamente indiferente o fim de actividade da DVD Review.
A meu ver Portugal não tem público alvo suficiente para uma revista exclusiva sobre esta temática. Ou se faz uma coisa tosca, basicamente uma tradução de uma revista estrangeira e logo sem grande interesse, porque o nosso mercado é diferente. Ou então faz-se uma coisa mais à séria, com informação relevante sobre o mercado Nacional. Aqui vejo dois problemas:
- os custos de produção dessa revista poderiam inflaccionar de tal forma o preço da mesma que grande parte do público alvo não comprava
- segundo percebi, algumas distribuidoras nacionais não querem/não sabem informar acerca do que vão lançar com a antecedência suficiente e não fornecem material atempadamente à imprensa para este poder ser analisado
- os custos de produção dessa revista poderiam inflaccionar de tal forma o preço da mesma que grande parte do público alvo não comprava
- segundo percebi, algumas distribuidoras nacionais não querem/não sabem informar acerca do que vão lançar com a antecedência suficiente e não fornecem material atempadamente à imprensa para este poder ser analisado
João Casimiro
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não é nada polémico, é muito razoavel - quando num clic se obtem montes de informação, uma revista ou oferece qualquer coisa de relevante e bom ou morre.e agora acho que vou ser polémico) acho que não há lugar no mercado para produtos medíocres.
Esta morreu - das vezes que a comprei nunca descobri nada que não tivesse sabido primeiro neste forum!
E para citar o meu pai a citar o meu avó "quem não tem competência não se estabelece"
Os Meus DVD's
Cliquem nos banners (publicidade do Google). Ajudem o DVdMania
"Those of you who think you know everything are annoying to those of us who do" (David Brent)
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casimiro wrote:- segundo percebi, algumas distribuidoras nacionais não querem/não sabem informar acerca do que vão lançar com a antecedência suficiente e não fornecem material atempadamente à imprensa para este poder ser analisado
Ou não avisam sequer. Material é quase nem vê-lo. É muito complicado saber junto das distribuidoras as novidades atempadamente. Apenas a Lusomundo tem uma estrutura mais profissionalizada. Chega a ser trágico, o Rui Brazuna sacrifica-se muito para fazer as páginas em DVD.
É lamentável sem dúvida mas não de estranhar...para quem conhece um pouco o mercado editorial/publicitário deste país sabia que a RGB Editores andava a passar dificuldades já desde de Setembro de 2004. Downsizing foi uma das prioridades na altura e a DVD Review foi a publicação que mais foi afectada para além do aumento da informação/tradução de conteúdos de UK.
Abraço,
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"...drink one drop from me...and I'll give you...eternity..."
HDTV Philips PFL 9664H 47"; Playstation 3 80GB; Denon AVR 1802; KEF KHT 2005; Monster Audio Cables
Ricardo - Lisboa
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Certo. E no entanto... é/foi possível fazer uma revista de DVD centrada quase exclusivamente no mercado de edições nacionais. Basta pesquisar os índices das DVD Review de 2003 e início de 2004 (será que a DVDmania os tem em arquivo para os que não se quiserem dar ao trabalho de folhear as revistas?) e contar os títulos de DVDs analisados por revista, sempre com base em discos provenientes das editoras nacionais. Dá muito trabalho, exige um esforço enorme de relações públicas, e uma grande dose de sacrifício como já foi apontado. Repito: mas é/foi possível. Se isso tem custos que não cobrem as receitas, já é outra questão. E se isso, para alguns leitores, não corresponde à ideia de informação de qualidade, também é outra questão. Neste caso puramente de gosto.Nuno Antunes wrote:casimiro wrote:- segundo percebi, algumas distribuidoras nacionais não querem/não sabem informar acerca do que vão lançar com a antecedência suficiente e não fornecem material atempadamente à imprensa para este poder ser analisado
Ou não avisam sequer. Material é quase nem vê-lo. É muito complicado saber junto das distribuidoras as novidades atempadamente. Apenas a Lusomundo tem uma estrutura mais profissionalizada. Chega a ser trágico, o Rui Brazuna sacrifica-se muito para fazer as páginas em DVD.
Pela minha parte, nunca gosto de ver uma revista morrer. Defeito de ser jornalista de profissão, certamente.
PMM
Para mim correspondia. Nessa altura eu era comprador regular, apesar de no capítulo de notícias e novidades a informação da revista não ser nova (as coisas apareciam por aqui primeiro quase sempre, já que é um canal imediato).E se isso, para alguns leitores, não corresponde à ideia de informação de qualidade, também é outra questão
Mas a parte das críticas aos DVDs eram para mim importantes. Não que eu fosse comprar ou não pelo simples facto de dizerem que era bom ou mau na revista mas sempre era mais uma opinião a ter em conta.
João Casimiro
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- Ricardo Ribeiro
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Olá,
Como sabem, a partir de determinada altura estive envolvido no projecto DVD Review, primeiro, na redacção de materiais diversos e relativamente abundantes; depois, após a reestruturação, apenas com uma página de artigo livre, complementada muito pontualmente por um trabalho de fundo, como foi o caso dos artigos dedicados a Os Pequenos Vagabundos e Verão Azul. Isto para dizer que, apesar de envolvido, reservo-me o direito a ter opinião e a expressá-la, o que vou tentar fazer seguidamente.
A DVD Review teve um percurso atípico como revista. Como sabemos há pistas mais ou menos seguidas, que começam invariavelmente por um arranque em grande. No início há grandes sonhos e projectos. Quer-se fazer tudo em grande e o capital de investimento não escasseia. Além disso, de um ponto de vista meramentre economicista, há que conquistar leitores, e sobretudo assinantes, para cativar potenciais anunciantes e iniciar-se assim o eterno ciclo: Qualidade -> Leitores -> Anunciantes -> Qualidade.
Ainda falando na generalidade das revistas, são poucas as que conseguem sustentar os padrões de qualidade apresentados nas primeiras edições; se algo dos elementos do ciclo se quebra ou é reduzido, todos os outros o são. E é assim que geralmente as revistas perdem qualidade com o decorrer do tempo; algumas, depois de descida a fasquia, mantém-se estáveis; outras desaparecem mesmo. E poucas são as que conseguem manter ou mesmo aumentar o grau de qualidade apresentado incialmente.
Ora todos os que acompanharam a DVD Review já sabem que o seu percurso foi deveras estranho tendo em conta estas "leis" que regem a vida das revistas. A DVD Review começou com uma qualidade muito duvidosa: grande parte dos textos eram meras traduções da edição inglesa, o que torna o produto mais barato mas ameaça um desfazamento grave em relação ao mercado nacional e, naturalmente, ao interesse do leitor português; depois, era a qualidade do papel e uma paupérrima revisão, que número após número nos apresentava textos cheios de gralhas e erros.
Então, a meio do percurso, deu-se uma revolução, e tudo mudou: em poucos meses a revista era quase 100% portuguesa, a qualidade do papel foi melhorada, o grafismo foi redesenhado para melhor e as irrirantes gralhas passaram a ser insignificantes. Nesta fase, reconheço, cheguei a ficar aborrecido com as críticas continuadas que a revista despertava, nomeadamente nestes fóruns. Abstive-me de intervir de forma vincada, dada a minha posição "suspeita". Mas irritei-me várias vezes com críticas que pareciam referir-se ainda a uma revista que já não existia, ou simplesmente chegavam a ser pertinentes mas esqueciam tudo o que de bom estava a ser feito. Como sempre, e mesmo neste tópico vejo isso, é mais fácil ver e apontar o que está mal, tão fácil como não ver e não referir o que está bem e é de qualidade.
Contudo, esta fase em que a revista alcançou um grau de qualidade notável era dispensiosa. Os custos de publicação subiram em flecha, e por motivos diversos a publicidade continuava a não aparecer. É que como todos sabemos a generalidade das editoras portuguesas, que se supunha serem os anunciantes potenciais em posição de destaque, são bem conhecidas pela sua falta de visão, desorganização e ganância. E contra isto, nada se pode. Quando a generalidade das editoras tudo quer e nada pretende dar, o futuro não se adivinha risonho. Algumas chegaram a propôr pagar publicidade em DVD's. Patético.
Bom, e com um cenário destes, ninguém se poderia espantar pelo desaparecimento da revista. Só que não foi isso que sucedeu. A RGB entendeu por bem operar um downsizing qualitativo mais ou menos assumido. A estrutura do corpo redactorial foi simplificada, e, sobretudo, voltou-se aos tempos das traduções da versão inglesa. Ou seja, seria isto ou o fim, e, com toda a naturalidade, escolheu-se aquilo que ainda poderia ser feito. Mas, na minha opinião, estava desfeito o ciclo enunciado no início deste meu post. Se os anunciantes já não aderiam quando havia qualidade, com o decréscimo desta só dificilmente se poderia pensar numa recuperação da situação. Possivelmente uma das ideias que presidiu a esta extensão da vida da DVD Review passava por um "congelamento" da situação, na expectativa que novos ventos soprassem nas posições de responsabilidade das empresas que com toda a naturalidade deveriam ter suportado publicitariamente o projecto DVD Review. Veremos se agora, sem este veículo de informação, continuarão a ter a publicidade gratuita que iam obtrendo, quanto mais não fosse pela análise dos seus produtos. Evidentemente que não: apesar do carácter e aspecto necrófago de algumas editoras nacionais, não será possível continuar a extrair tal publicidade gratuita do corpo da defunta DVD Review.
Como sabem, a partir de determinada altura estive envolvido no projecto DVD Review, primeiro, na redacção de materiais diversos e relativamente abundantes; depois, após a reestruturação, apenas com uma página de artigo livre, complementada muito pontualmente por um trabalho de fundo, como foi o caso dos artigos dedicados a Os Pequenos Vagabundos e Verão Azul. Isto para dizer que, apesar de envolvido, reservo-me o direito a ter opinião e a expressá-la, o que vou tentar fazer seguidamente.
A DVD Review teve um percurso atípico como revista. Como sabemos há pistas mais ou menos seguidas, que começam invariavelmente por um arranque em grande. No início há grandes sonhos e projectos. Quer-se fazer tudo em grande e o capital de investimento não escasseia. Além disso, de um ponto de vista meramentre economicista, há que conquistar leitores, e sobretudo assinantes, para cativar potenciais anunciantes e iniciar-se assim o eterno ciclo: Qualidade -> Leitores -> Anunciantes -> Qualidade.
Ainda falando na generalidade das revistas, são poucas as que conseguem sustentar os padrões de qualidade apresentados nas primeiras edições; se algo dos elementos do ciclo se quebra ou é reduzido, todos os outros o são. E é assim que geralmente as revistas perdem qualidade com o decorrer do tempo; algumas, depois de descida a fasquia, mantém-se estáveis; outras desaparecem mesmo. E poucas são as que conseguem manter ou mesmo aumentar o grau de qualidade apresentado incialmente.
Ora todos os que acompanharam a DVD Review já sabem que o seu percurso foi deveras estranho tendo em conta estas "leis" que regem a vida das revistas. A DVD Review começou com uma qualidade muito duvidosa: grande parte dos textos eram meras traduções da edição inglesa, o que torna o produto mais barato mas ameaça um desfazamento grave em relação ao mercado nacional e, naturalmente, ao interesse do leitor português; depois, era a qualidade do papel e uma paupérrima revisão, que número após número nos apresentava textos cheios de gralhas e erros.
Então, a meio do percurso, deu-se uma revolução, e tudo mudou: em poucos meses a revista era quase 100% portuguesa, a qualidade do papel foi melhorada, o grafismo foi redesenhado para melhor e as irrirantes gralhas passaram a ser insignificantes. Nesta fase, reconheço, cheguei a ficar aborrecido com as críticas continuadas que a revista despertava, nomeadamente nestes fóruns. Abstive-me de intervir de forma vincada, dada a minha posição "suspeita". Mas irritei-me várias vezes com críticas que pareciam referir-se ainda a uma revista que já não existia, ou simplesmente chegavam a ser pertinentes mas esqueciam tudo o que de bom estava a ser feito. Como sempre, e mesmo neste tópico vejo isso, é mais fácil ver e apontar o que está mal, tão fácil como não ver e não referir o que está bem e é de qualidade.
Contudo, esta fase em que a revista alcançou um grau de qualidade notável era dispensiosa. Os custos de publicação subiram em flecha, e por motivos diversos a publicidade continuava a não aparecer. É que como todos sabemos a generalidade das editoras portuguesas, que se supunha serem os anunciantes potenciais em posição de destaque, são bem conhecidas pela sua falta de visão, desorganização e ganância. E contra isto, nada se pode. Quando a generalidade das editoras tudo quer e nada pretende dar, o futuro não se adivinha risonho. Algumas chegaram a propôr pagar publicidade em DVD's. Patético.
Bom, e com um cenário destes, ninguém se poderia espantar pelo desaparecimento da revista. Só que não foi isso que sucedeu. A RGB entendeu por bem operar um downsizing qualitativo mais ou menos assumido. A estrutura do corpo redactorial foi simplificada, e, sobretudo, voltou-se aos tempos das traduções da versão inglesa. Ou seja, seria isto ou o fim, e, com toda a naturalidade, escolheu-se aquilo que ainda poderia ser feito. Mas, na minha opinião, estava desfeito o ciclo enunciado no início deste meu post. Se os anunciantes já não aderiam quando havia qualidade, com o decréscimo desta só dificilmente se poderia pensar numa recuperação da situação. Possivelmente uma das ideias que presidiu a esta extensão da vida da DVD Review passava por um "congelamento" da situação, na expectativa que novos ventos soprassem nas posições de responsabilidade das empresas que com toda a naturalidade deveriam ter suportado publicitariamente o projecto DVD Review. Veremos se agora, sem este veículo de informação, continuarão a ter a publicidade gratuita que iam obtrendo, quanto mais não fosse pela análise dos seus produtos. Evidentemente que não: apesar do carácter e aspecto necrófago de algumas editoras nacionais, não será possível continuar a extrair tal publicidade gratuita do corpo da defunta DVD Review.
Compreendo esta afirmação, é dominada por um racionalismo indiscutível, mas mesmo assim, a leitura em papel ainda é um acto insubstituivel. A net não se leva para a praia ou para a casa de banho; para alguns, não se leva para a mesa de cabeceira; certamente que não se leva para uma sala de espera. Pessoalmente, apesar do uso intensivo da Net, continuo a precisar de alimento intelectual servido em prato de papel.Eu, pessoalmente, não sinto muito a falta deste tipo de revistas, pois toda a informação de que necessito está na Net.
Num país onde há revistas sobre vinhos, sobre a pesca de um tipo particular de peixe, sobre piscinas e sobre tantas outras especificidades, não se pode duvidar que o DVD e o cinema em casa dispõem de público alvo mais do que suficiente. O que não há em Portugal é uma massa anunciante normal, neste segmento temático, o que inviabiliza uma revista exclusiva sobre estes assuntos.A meu ver Portugal não tem público alvo suficiente para uma revista exclusiva sobre esta temática.
Ricardo Ribeiro
O Mundo da Viagem em...
http://papaleguas.wordpress.com | http://cruzamundos.wordpress.com
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