Linda Lovelace
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Vá lá pá, não te vitimizes!Então quer dizer que daqui para a frente não posso dizer que um filme é mau?

Eu não acho, nem teria que achar que tenhas de fazer isto ou aquilo. Acho sim que este espaço tem regras mas elas não interferem na liberdade de opinião de cada um.
Assim do mesmo modo que tu vais fazendo as tuas "prescrições" tens é q estar preparado para levares no totiço quando for o caso!

Al-Pacinho,antes conhecido por AL!
- Rui Santos
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O filme foi um sucesso a nível internacional. Proibido foi cá em Pt...
Por isso a tua justificação apenas é valida para cá.
Em relação aos EUA, foi o primeiro filme a "massificar/comercializar" a pornografia como já aqui foi dito antes.
Vendo o filme hoje, não trás nada de novo nem de diferente... mas há luz de então entendo o choque.
Por isso a tua justificação apenas é valida para cá.
Em relação aos EUA, foi o primeiro filme a "massificar/comercializar" a pornografia como já aqui foi dito antes.
Vendo o filme hoje, não trás nada de novo nem de diferente... mas há luz de então entendo o choque.
Rui Santos - 54 Anos | 23 Anos DVDMania
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Olá pessoal
O filme não estreou nas nossas salas de cinema? Naquela altura, depois do 25 de Abril, já havia salas que passavam esses filmes ou não?

O filme não estreou nas nossas salas de cinema? Naquela altura, depois do 25 de Abril, já havia salas que passavam esses filmes ou não?
Para quem quer regressar ao esplendor do passado, visite:
http://cinemasparaiso.blogspot.com
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Olá Wavey!
Será a Pornografia um Género Cinematográfico?
No ano de 1972 a América estava profundamente envolvida na guerra do Vietname, um país quase perdido no continente Asiático que passou a ser bem conhecido dos americanos através das imagens chegadas através do pequeno écran. Mas nesse mesmo ano estreava-se um filme pornográfico intitulado “Garganta Funda”/"Deep Throat" que iria dar que falar no novo mundo.
Inicialmente, o movie seria mais um de uma indústria que se estava a desenvolver e cujo circuito cinematográfico de distribuição era bastante restrito, assim como o parque exibicional. No entanto as autoridades estatais decidiram encetar uma profunda perseguição ao filme e aos seus autores, sendo a película proibida em 25 Estados.
Como sempre… o fruto proibido é o mais apetecido e estava-se no início dos anos setenta, os das célebres contestações ao poder… foram as próprias autoridades a fazerem a maior publicidade a um filme rodado em seis dias e cujo custo orçou a pequena quantia de 25 mil dollars… fizeram dele um “campeão” de bilheteira rendendo até hoje a soma de 600 milhões de dollars.
Gerard Damiano, o realizador do filme, escreveu o “argumento” em seis dias, o que na época era o chamado período “standard”… recordamos que o hoje bem conhecido cineasta Barry Sonnenfeld (“Família Adams”/”Men in Black”) e ex-director de fotografia no período negro da sua vida em que se viu sem trabalho e sem recursos económicos foi obrigado a colocar um anúncio a procurar emprego na sua área e foi contratado para este “género cinematográfico” e durante seis meses por ali esteve, bem no fundo do poço, como confessou recentemente numa entrevista e em três dias era rodado um filme, com provas de “casting” incluídas. Quando Barry conseguiu finalmente deixar o meio, confessava ele na dita entrevista, levou ainda bastante tempo para esquecer o mundo onde por força das circunstâncias fora obrigado a trabalhar. Já Gerard Damiano, um ex-cabeleireiro, nunca conseguiu sair deste ramo sendo inúmeros os filmes por ele assinados.
Quanto aos actores, a protagonista feminina de seu nome Linda Lovelace, ficou célebre por determinadas sequências, mas muitos anos depois de ter abandonado este “género cinematográfico” iniciou uma campanha contra o dito ramo… até que faleceu num acidente de viação.
Como todos sabemos, as relações entre este “género cinematográfico” e outras “associações” de carácter muito duvidoso eram conhecidas de muitos, mas o filme ficou na História também porque toda uma população quis saber de que se tratava, gerando a tal famigerada quantia de milhões de dollars, depois do crítico de cinema Ralph Blumenthal do "New York Times" ter chamado a atenção para o cilme considerando-o um cult-movie... as salas esgotaram e o circuito de distribuição normal, abriu o parque exibicional ao filme... sabemos depois o que se passou, com as célebres entrevistas aos actores mais liberais de Hollywood onde se destacaram Warren Beatty e Jack Nicholson.
Como refere Roland Barthes no seu célebre ensaio “A Câmara Clara” “o erotismo é o desejo leve, enquanto a pornografia é o desejo pesado”… aquele que dá a ver não no seu esplendor mas na sua crueza e se a pornografia nos dias de hoje cada vez é mais cruel nas cenas apresentadas, por outro lado até hoje ainda não foi descoberto esse “género” dentro do “género” que é o “snuff-movie” de que fala a película “8 mm” de Joel Schumacher.
Numa época em que um determinado género de documentarismo começa a estar na moda… (onde toda a escola do documentarismo é esquecida) o produtor Brian Grazer convidou Fenton Bailey e Randy Barbato (anteriormente tinham assinado para o pequeno écran uma série sobre o cinema pornográfico e cujo narrador era Buck Henry… co-realizou com Warren Beatty “O Céu Pode Esperar”, e que já passou num canal da tv cabo) para fazerem um documentário acerca do “fenómeno ”Deep Throat” e desta vez intitulado “Inside Deep Throat” trinta anos depois, documentário esse que para além de ter depoimentos de gente famosa do cinema até ao cidadão comum, possui narração de Dennis Hooper.
Se muitos dirão que o “género” começou nos anos setenta, recordamos esse filme passado no cinema Quarteto, intitulado “Porno Pop” que era uma montagem de curtas-metragens realizadas durante o período do mudo… ou seja da época dos nossos bisavós.
Paul Thomas Anderson abordou de excelente forma essa época e os seus intérpretes/personagens no famoso “Boogie Nights” de que todos devem estar recordados… mas nós, pela nossa parte, recomendamos esse filme espantoso escrito e realizado por esse nome grande da cinéfilia que é Paul Schrader e o seu “Hard-Core” que em Portugal teve o título de “Rapariga na Zona Quente”… com um George C. Scott numa das suas maiores interpretações de sempre e um Peter Boyle (Táxi Driver) na figura do detective que o ajuda… não vamos fazer a sinopse… e se muitos acham moralista o final… ele é sinceramente o final certo como retrato da época.
Tanto "Garganta Funda" como "Por Detrás da Porta Verde", este com a Marilyn Chambers (que irá surgir como principal protagonista em "Rabid" de David Cronenberg) já tiveram exibição na Cinemateca muitos anos depois e as sessões esgotaram . Goste-se ou não, "Garganta Funda" é o icone do cinema porno, se depois se fizeram melhores filmes... isso é outra questão... mas já agora recordo que aquele actor chamado John Derek, da geração de James Dean e em tempos dirigido por Nicholas Ray, realizou um porno intitulado "I Love You" que também passou no nosso país. Alguns anos depois, lançaria a sua Bo Derek como "10 - Uma Mulher de Sonho".
Como curiosidade final dessa época as salas que exibiam este género cinematográfico estavam também elas divididas em extractos sociais... "Cinebolso" para a 1ª divisão... referindo sempre se o filme era soft ou hard e "Capitólio" para a 2ª divisão e por fim o "Olímpia" para a 3ª divisão com as suas sessões contínuas.
Terminamos como iniciámos com a pergunta… será a Pornografia um Género Cinematográfico… a resposta já foi dada por Roland Barthes … o desejo leve, aquele que se dá a descobrir em todo o seu esplendor será sempre o mais belo e o seu nome chama-se erotismo… e o mais belo beijo erótico da História do Cinema está em “Rear Window”/”Janela Indiscreta” de Alfred Hitchcock… quando Grace Kelly entra no apartamento de James Stewart e se debruça para ele e o beija longamente nos lábios enquanto o seu cabelo acaricia a pele do seu amado.
RUI LUÍS LIMA
Será a Pornografia um Género Cinematográfico?
No ano de 1972 a América estava profundamente envolvida na guerra do Vietname, um país quase perdido no continente Asiático que passou a ser bem conhecido dos americanos através das imagens chegadas através do pequeno écran. Mas nesse mesmo ano estreava-se um filme pornográfico intitulado “Garganta Funda”/"Deep Throat" que iria dar que falar no novo mundo.
Inicialmente, o movie seria mais um de uma indústria que se estava a desenvolver e cujo circuito cinematográfico de distribuição era bastante restrito, assim como o parque exibicional. No entanto as autoridades estatais decidiram encetar uma profunda perseguição ao filme e aos seus autores, sendo a película proibida em 25 Estados.
Como sempre… o fruto proibido é o mais apetecido e estava-se no início dos anos setenta, os das célebres contestações ao poder… foram as próprias autoridades a fazerem a maior publicidade a um filme rodado em seis dias e cujo custo orçou a pequena quantia de 25 mil dollars… fizeram dele um “campeão” de bilheteira rendendo até hoje a soma de 600 milhões de dollars.
Gerard Damiano, o realizador do filme, escreveu o “argumento” em seis dias, o que na época era o chamado período “standard”… recordamos que o hoje bem conhecido cineasta Barry Sonnenfeld (“Família Adams”/”Men in Black”) e ex-director de fotografia no período negro da sua vida em que se viu sem trabalho e sem recursos económicos foi obrigado a colocar um anúncio a procurar emprego na sua área e foi contratado para este “género cinematográfico” e durante seis meses por ali esteve, bem no fundo do poço, como confessou recentemente numa entrevista e em três dias era rodado um filme, com provas de “casting” incluídas. Quando Barry conseguiu finalmente deixar o meio, confessava ele na dita entrevista, levou ainda bastante tempo para esquecer o mundo onde por força das circunstâncias fora obrigado a trabalhar. Já Gerard Damiano, um ex-cabeleireiro, nunca conseguiu sair deste ramo sendo inúmeros os filmes por ele assinados.
Quanto aos actores, a protagonista feminina de seu nome Linda Lovelace, ficou célebre por determinadas sequências, mas muitos anos depois de ter abandonado este “género cinematográfico” iniciou uma campanha contra o dito ramo… até que faleceu num acidente de viação.
Como todos sabemos, as relações entre este “género cinematográfico” e outras “associações” de carácter muito duvidoso eram conhecidas de muitos, mas o filme ficou na História também porque toda uma população quis saber de que se tratava, gerando a tal famigerada quantia de milhões de dollars, depois do crítico de cinema Ralph Blumenthal do "New York Times" ter chamado a atenção para o cilme considerando-o um cult-movie... as salas esgotaram e o circuito de distribuição normal, abriu o parque exibicional ao filme... sabemos depois o que se passou, com as célebres entrevistas aos actores mais liberais de Hollywood onde se destacaram Warren Beatty e Jack Nicholson.
Como refere Roland Barthes no seu célebre ensaio “A Câmara Clara” “o erotismo é o desejo leve, enquanto a pornografia é o desejo pesado”… aquele que dá a ver não no seu esplendor mas na sua crueza e se a pornografia nos dias de hoje cada vez é mais cruel nas cenas apresentadas, por outro lado até hoje ainda não foi descoberto esse “género” dentro do “género” que é o “snuff-movie” de que fala a película “8 mm” de Joel Schumacher.
Numa época em que um determinado género de documentarismo começa a estar na moda… (onde toda a escola do documentarismo é esquecida) o produtor Brian Grazer convidou Fenton Bailey e Randy Barbato (anteriormente tinham assinado para o pequeno écran uma série sobre o cinema pornográfico e cujo narrador era Buck Henry… co-realizou com Warren Beatty “O Céu Pode Esperar”, e que já passou num canal da tv cabo) para fazerem um documentário acerca do “fenómeno ”Deep Throat” e desta vez intitulado “Inside Deep Throat” trinta anos depois, documentário esse que para além de ter depoimentos de gente famosa do cinema até ao cidadão comum, possui narração de Dennis Hooper.
Se muitos dirão que o “género” começou nos anos setenta, recordamos esse filme passado no cinema Quarteto, intitulado “Porno Pop” que era uma montagem de curtas-metragens realizadas durante o período do mudo… ou seja da época dos nossos bisavós.
Paul Thomas Anderson abordou de excelente forma essa época e os seus intérpretes/personagens no famoso “Boogie Nights” de que todos devem estar recordados… mas nós, pela nossa parte, recomendamos esse filme espantoso escrito e realizado por esse nome grande da cinéfilia que é Paul Schrader e o seu “Hard-Core” que em Portugal teve o título de “Rapariga na Zona Quente”… com um George C. Scott numa das suas maiores interpretações de sempre e um Peter Boyle (Táxi Driver) na figura do detective que o ajuda… não vamos fazer a sinopse… e se muitos acham moralista o final… ele é sinceramente o final certo como retrato da época.
Tanto "Garganta Funda" como "Por Detrás da Porta Verde", este com a Marilyn Chambers (que irá surgir como principal protagonista em "Rabid" de David Cronenberg) já tiveram exibição na Cinemateca muitos anos depois e as sessões esgotaram . Goste-se ou não, "Garganta Funda" é o icone do cinema porno, se depois se fizeram melhores filmes... isso é outra questão... mas já agora recordo que aquele actor chamado John Derek, da geração de James Dean e em tempos dirigido por Nicholas Ray, realizou um porno intitulado "I Love You" que também passou no nosso país. Alguns anos depois, lançaria a sua Bo Derek como "10 - Uma Mulher de Sonho".
Como curiosidade final dessa época as salas que exibiam este género cinematográfico estavam também elas divididas em extractos sociais... "Cinebolso" para a 1ª divisão... referindo sempre se o filme era soft ou hard e "Capitólio" para a 2ª divisão e por fim o "Olímpia" para a 3ª divisão com as suas sessões contínuas.
Terminamos como iniciámos com a pergunta… será a Pornografia um Género Cinematográfico… a resposta já foi dada por Roland Barthes … o desejo leve, aquele que se dá a descobrir em todo o seu esplendor será sempre o mais belo e o seu nome chama-se erotismo… e o mais belo beijo erótico da História do Cinema está em “Rear Window”/”Janela Indiscreta” de Alfred Hitchcock… quando Grace Kelly entra no apartamento de James Stewart e se debruça para ele e o beija longamente nos lábios enquanto o seu cabelo acaricia a pele do seu amado.
RUI LUÍS LIMA
RUI LUÍS LIMA
Olá Rui
O Capitólio também exibiu filmes pornográficos? Isso foi em que altura? Não sabia que aquela sala monumental tinha passado filmes desse género. Sabia queo o Cinebolso, o Olimpia os passavam, mas o Capitólio?
Já agora Rui, o Cinebolso outrora não tinha sido o Quinteto? Podes-me falar um pouco mais das salas de cinema que haviam em Lisboa?
Houve um tópico muito interessante sobre antigas salas de cinema em Lisboa. Seria bom se participasse, e desses um pouco de pistas acerca de algumas salas de cinema que existiram, mas que, infelizmente, já desapareceram da face da terra.
Aqui fica o link para esse tópico:
http://forum.dvdmania.org/viewtopic. ... c&&start=0

O Capitólio também exibiu filmes pornográficos? Isso foi em que altura? Não sabia que aquela sala monumental tinha passado filmes desse género. Sabia queo o Cinebolso, o Olimpia os passavam, mas o Capitólio?
Já agora Rui, o Cinebolso outrora não tinha sido o Quinteto? Podes-me falar um pouco mais das salas de cinema que haviam em Lisboa?
Houve um tópico muito interessante sobre antigas salas de cinema em Lisboa. Seria bom se participasse, e desses um pouco de pistas acerca de algumas salas de cinema que existiram, mas que, infelizmente, já desapareceram da face da terra.
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Olá Wavey
É verdade, o cinema "Capitólio" após o 25 de Abril dedicou-se ao género porno... até havia longas filas para a bilheteira... (e não eram as do teatro)... eu e o meu grupo de "cinéfilos" ríamos quando íamos ao S.Jorge após lermos os títulos nos cartazes.... íamos de propósito lá beber café só para comentarmos com ironia e imaginarmos o argumento.
Quanto ao Cinebolso, dedicou-se ao género embora os filmes fossem de outras origens... países nórdicos ou alemães geralmente softs e quando eram hard-core havia o anúncio a indicar na bilheteira... muito boa gente na época (era a novidade) e o local era mais ou menos discreto dos olhares mundanos e muitas "personalidades da época" foram vistas a saírem da sala, recatadamente, um pouco antes de a "fita" terminar... e depois havia aquele restaurante onde se podia estar calmamente a almoçar... abstenho-me de citar nomes...hi!hi!!
Como deves saber, o cinema Quarteto o primeiro Multiplex a surgir em Lisboa, teve a sua época áurea com enchentes atrás de enchentes e a distribuidora "Animatógrafo", do António Cunha Teles, estava sempre em grande forma trazendo as últimas novidades... e foi assim que o Pedro Bandeira Freire... esse grande amante da sétima arte, decidiu arriscar e ficar com o Cinebolso, fazendo uma programação idêntica à do Quarteto... e como tinha nascido a tal quinta sala.... o seu nome foi "Quinteto"!!!!....
Depois os Centros Comerciais começaram a surgir como cogumelos... o passeio de fim-de-semana de muita gente e os distribuidores/exibidores apostaram nos multiplex... fenómeno exportado dos States como sabes... O Pedro Bandeira Freire acabou por, ao fim de um ano mais ou menos, deixar o Quinteto que voltou a chamar-se Cinebolso e voltou à antiga programação.
Quanto às salas de cinema as memórias são muitas. Mas recomendo-te duas obras uma em livro e a outra em filme.
O BOOK.... Um dos meus livros preferidos porque tinha muito a ver com as minhas memórias é a obra "Os Mais Antigos Cinemas de Lisboa" do Dr. Félix Ribeiro Fundador da Cinemateca Nacional e a quem devemos tudo!!!
Perdi o livro num empréstimo.... uma amizade que terminou.
O MOVIE.... Uma curta-metragem do Lauro António.:. "Vamos ao Nimas" que nos mostra as diversas reacções dos espectadores perante o cinema numa daquelas salas da (segunda divisão) de Bairro.... uma perfeita delícia.... Histórias há muitas... com o tempo elas vão ficando por aqui. Prometo ir ao tópico das salas de cinema!
Saudações Cinéfilas Wavey!

É verdade, o cinema "Capitólio" após o 25 de Abril dedicou-se ao género porno... até havia longas filas para a bilheteira... (e não eram as do teatro)... eu e o meu grupo de "cinéfilos" ríamos quando íamos ao S.Jorge após lermos os títulos nos cartazes.... íamos de propósito lá beber café só para comentarmos com ironia e imaginarmos o argumento.
Quanto ao Cinebolso, dedicou-se ao género embora os filmes fossem de outras origens... países nórdicos ou alemães geralmente softs e quando eram hard-core havia o anúncio a indicar na bilheteira... muito boa gente na época (era a novidade) e o local era mais ou menos discreto dos olhares mundanos e muitas "personalidades da época" foram vistas a saírem da sala, recatadamente, um pouco antes de a "fita" terminar... e depois havia aquele restaurante onde se podia estar calmamente a almoçar... abstenho-me de citar nomes...hi!hi!!
Como deves saber, o cinema Quarteto o primeiro Multiplex a surgir em Lisboa, teve a sua época áurea com enchentes atrás de enchentes e a distribuidora "Animatógrafo", do António Cunha Teles, estava sempre em grande forma trazendo as últimas novidades... e foi assim que o Pedro Bandeira Freire... esse grande amante da sétima arte, decidiu arriscar e ficar com o Cinebolso, fazendo uma programação idêntica à do Quarteto... e como tinha nascido a tal quinta sala.... o seu nome foi "Quinteto"!!!!....
Depois os Centros Comerciais começaram a surgir como cogumelos... o passeio de fim-de-semana de muita gente e os distribuidores/exibidores apostaram nos multiplex... fenómeno exportado dos States como sabes... O Pedro Bandeira Freire acabou por, ao fim de um ano mais ou menos, deixar o Quinteto que voltou a chamar-se Cinebolso e voltou à antiga programação.
Quanto às salas de cinema as memórias são muitas. Mas recomendo-te duas obras uma em livro e a outra em filme.
O BOOK.... Um dos meus livros preferidos porque tinha muito a ver com as minhas memórias é a obra "Os Mais Antigos Cinemas de Lisboa" do Dr. Félix Ribeiro Fundador da Cinemateca Nacional e a quem devemos tudo!!!
Perdi o livro num empréstimo.... uma amizade que terminou.
O MOVIE.... Uma curta-metragem do Lauro António.:. "Vamos ao Nimas" que nos mostra as diversas reacções dos espectadores perante o cinema numa daquelas salas da (segunda divisão) de Bairro.... uma perfeita delícia.... Histórias há muitas... com o tempo elas vão ficando por aqui. Prometo ir ao tópico das salas de cinema!
Saudações Cinéfilas Wavey!

RUI LUÍS LIMA
Oi RuiRui Luís Lima wrote:O Pedro Bandeira Freire acabou por, ao fim de um ano mais ou menos, deixar o Quinteto que voltou a chamar-se Cinebolso e voltou à antiga programação.
O BOOK.... Um dos meus livros preferidos porque tinha muito a ver com as minhas memórias é a obra "Os Mais Antigos Cinemas de Lisboa" do Dr. Félix Ribeiro Fundador da Cinemateca Nacional e a quem devemos tudo!!!

Sabias que foi exibido no Quinteto esse excelente filme do Ridley Scott chamado Blade Runner - Perigo Eminente? Estreiou no Quarteto e no Quinteto em 1983. Consegui esta informação graças à consulta que fiz nos computadores da Biblioteca da Cinemateca Portuguesa.

Sabes de mais alguns filmes importantes que tenham estreado no Quinteto?
Esse livro que perdeste ainda está á venda? Se tiver, onde o posso comprar?
Já que me sugeriste um livro, eu sugiro-te outro:
- Cinemas de Portugal, de José Manuel Fernandes - Edições Inapa.
Livro de capa dura, de 147 páginas que foi amplamente divulgado neste fórum e que eu comprei na FNAC (por encomenda) pela módica quantia de 42 €. Confesso que não tive problema em largar o dinheiro porque de facto compensa. O único senão é que não aborda todas as salas de cinema, deixando de fora o Condes, o Nimas, o Star, o Berna, o 7ª arte, o Quarteto, etc. Fala sobretudo daqueles cinemas monumentais como o Éden, o Monumental (com belissimas fotos com aqueles enormes posters dos filmes...que saudades!), o S. Jorge, a Voz do Operário, o Capitólio, o Cinearte, o Paris, o Pathé, o Roxy, etc.
Já agora, sabes de algum site que tenha fotos dessas salas de cinema?
Para quem quer regressar ao esplendor do passado, visite:
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Books /Cinemas
Olá Wavey
O "Blade Runner" estreou no cinema "Quarteto", mas eu acabei por o ver no Cinema Castil onde também foi estreado, na semana seguinte é que o revi no Quarteto. Depois vi o Director's Cut no Nimas.
Quanto ao livro do Arq.José Manuel Fernandes infelizmente ainda não o consegui adquirir, já estive com ele na mão por várias vezes e depois acabei por optar por outros... mas continuo na sua busca.
No respeitante ao do Dr.Felix Ribeiro, cuja leitura é aliciante, e que podes encontrar na biblioteca da Cinemateca Nacional, está repleto de fotografias, embora a preto e branco representantes perfeitas da verdadeira nostalgia do cinema... também ando na sua busca, depois daquela perda irreparável.
Saudações Cinéfilas e Boas Escritas!

O "Blade Runner" estreou no cinema "Quarteto", mas eu acabei por o ver no Cinema Castil onde também foi estreado, na semana seguinte é que o revi no Quarteto. Depois vi o Director's Cut no Nimas.
Quanto ao livro do Arq.José Manuel Fernandes infelizmente ainda não o consegui adquirir, já estive com ele na mão por várias vezes e depois acabei por optar por outros... mas continuo na sua busca.
No respeitante ao do Dr.Felix Ribeiro, cuja leitura é aliciante, e que podes encontrar na biblioteca da Cinemateca Nacional, está repleto de fotografias, embora a preto e branco representantes perfeitas da verdadeira nostalgia do cinema... também ando na sua busca, depois daquela perda irreparável.
Saudações Cinéfilas e Boas Escritas!

RUI LUÍS LIMA