No Country for Old Men (2007) - Joel Coen, Ethan Coen
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Porra, tá mesmo difícil de conseguir ir ver isto ao cinema.Na 1ª tentativa na6ª passada, ia a comprar bilhete, o cartaz estava afixado, " ah e tal, houve um problema com a cópia e tal, e ainda não chegou à cidade, ainda vem a caminho". Ok, deve vir a pé pensei eu. Nem se dignam a colocar um aviso nem nada. Tudo a dar com o nariz na bilheteira.
Esta 5ª, tento novamente. A sala até estava mais ou menos composta, malta claramente para apreciar o filme, passa pubs, passa trailers ...
Aparece a produtora Paramount Vantage que emoção... PPPUUUFFFF falha de energia em todas as salas. Lá deu pa ver 2s de filme . Esperou-se uns minutos ( bastantes ainda ), os mecos do cinema passaram lá duas vezes a desculpar-se, mas acabei por vir buscar o money de volta.
Tive pena foi de não estar a ver o Hannah Montana. Deve ter sido algo de meter os Tokyo Hotel no bolso quando falhou a luz
Arre, este agora só quando sair o dvd talvez.
Esta 5ª, tento novamente. A sala até estava mais ou menos composta, malta claramente para apreciar o filme, passa pubs, passa trailers ...
Aparece a produtora Paramount Vantage que emoção... PPPUUUFFFF falha de energia em todas as salas. Lá deu pa ver 2s de filme . Esperou-se uns minutos ( bastantes ainda ), os mecos do cinema passaram lá duas vezes a desculpar-se, mas acabei por vir buscar o money de volta.
Tive pena foi de não estar a ver o Hannah Montana. Deve ter sido algo de meter os Tokyo Hotel no bolso quando falhou a luz

Arre, este agora só quando sair o dvd talvez.
CC - 174 MoC - 73 BFI - 21
Grande filme. Aquele género de filmes que não dão para afastar os olhos do ecrã, tão bem ritmada está toda aquela narrativa.
A interpretação do Bardem é realmente muito boa, entrando para a galeria dos psicopatas mais assustadores da história do cinema. Desde logo aquela primeira morte, com o rosto de Bardem em primeiro plano, é memorável. O filme conquista-me aí, nunca mais me perdendo.
Como aqui foi dito, é um filme com um registo mais próximo ao Fargo, com aquele humor negro que vai povoando algumas das cenas mais violentas e com as personagens, por mais secundárias que sejam, a terem todas elas um qualquer traço que lhes dá um maior protagonismo. Esse gosto pelo detalhe é muito aliciante no cinema dos Coen.
Depois há um belo número de cenas memoráveis, algumas com uma originalidade que hoje em dia vai sendo cada vez mais rara no cinema. Aquela perseguição no rio é assustadoramente brilhante.
Não posso é dizer que o final do filme me tenha convencido por completo. Aquele final algo inconclusivo soube-me a pouco, ficando com a ideia de que falta ali qualquer coisa para um fecho mais em beleza.
A interpretação do Bardem é realmente muito boa, entrando para a galeria dos psicopatas mais assustadores da história do cinema. Desde logo aquela primeira morte, com o rosto de Bardem em primeiro plano, é memorável. O filme conquista-me aí, nunca mais me perdendo.
Como aqui foi dito, é um filme com um registo mais próximo ao Fargo, com aquele humor negro que vai povoando algumas das cenas mais violentas e com as personagens, por mais secundárias que sejam, a terem todas elas um qualquer traço que lhes dá um maior protagonismo. Esse gosto pelo detalhe é muito aliciante no cinema dos Coen.
Depois há um belo número de cenas memoráveis, algumas com uma originalidade que hoje em dia vai sendo cada vez mais rara no cinema. Aquela perseguição no rio é assustadoramente brilhante.
Não posso é dizer que o final do filme me tenha convencido por completo. Aquele final algo inconclusivo soube-me a pouco, ficando com a ideia de que falta ali qualquer coisa para um fecho mais em beleza.
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Não podia concordar mais com o Jimmy.jimmy wrote:Ui que grande filmaço que este No Country for Old men é...de um formalismo incrivel e do melhor que existe na industria (...)
Para mim, No Country For Old Men é um dos melhores filmes dos últimos anos, pelas seguintes razões:
- O trabalho dos Coen na realização e desenvolvimento do filme é formidável. Há cenas brilhantes, especialmente as de perseguição, lentas e com total ausência de música que transbordam tensão e expectativa, diálogos inspiradíssimos, vilão emblemático, actuações memoráveis. Mais uma vez, os Coen recriam um universo de tipos impagáveis, personagens fascinantes que circulam livremente pela finíssima linha que divide a lei da marginalidade, vida da morte, o sucesso absoluto do ostracismo total.
A câmara dos irmãos Coen não desperdiça um plano sequer. O ângulo escolhido é sempre o ideal para impulsionar a narrativa adiante (praticamente não existem movimentos de câmara: os quadros estáticos são compostos para contar tudo o que é necessário) e o espectador está sempre está localizado na posição ideal.
Muito mais que um thriller, “No Country For Old Men é um ensaio sobre a violência, é uma metáfora consistente da lei da selva, na qual é sempre o mais forte quem sobrevive.
- Existem duas personagens absolutamente brilhantes, do melhor que o cinema nos deu nos últimos anos. Por um lado Bardem que surge, não apenas como um vilão assustador, mas como um símbolo do mundo-cão em que vivemos, uma metáfora do verdadeiro Mal. Por Outro Tommy Lee Jones que surge soberbo como a Voz da Razão, encarnando a frustração que todos sentimos diante da brutalidade crescente, impotente perante uma batalha já perdida.
- A banda sonora, ou melhor a ausência de uma banda sonora convencional, utilizando apenas os sons do seu próprio universo, como o ranger do assoalho, o raspar metálico de uma maleta de couro, ou o eco de um telefone que toca à distância, aumentam a tensão e o suspense para níveis inimagináveis.
- Existem cenas absolutamente memoráveis. Para mencionar apenas três. Aquela em que Moss, ao se dar conta que pode estar sendo seguido, encontra o receptor dentro da mala, liga para a recepção do hotel, e percebe posteriormente a presença de Chigurh no corredor, primeiro iluminado e depois apagado.
Ou por ex. Como o ruído do receptor de ondas sonoras, que o personagem de Bardem carrega consigo, aumenta e abaixa de volume de maneira fascinante, enquanto este passa em frente ao motel.
Ou ainda o estupendo encontro de Javier Bardem com o dono de um pequeno armazém a beira de uma estrada, onde a vida deste é colocada em jogo num cara-ou-coroa , sem razão alguma
- E felizmente este não é um filme redondinho. Pelo contrário, é um filme cheio de arestas. Talvez frustre aqueles que esperam finais fechados, argumentos sem pontas soltas, diálogos explicativos. Felizmente “No Country…” não é um desses filmes. Esta tragédia moral mantém-se aberta até o final. E nos acompanha após a sessão.
Se você agir sempre com dignidade, pode não melhorar o mundo, mas uma coisa é certa: haverá na Terra um canalha a menos. Millor Fernandes
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O filme só falha, a meu vêr, numa coisa, ou antes numa personagem... a do Xerife devia estar mais desenvolvida. Dá impressão que falta qualquer coisa que quer ser aprofundado. Chamem-me picuinhas mas sou sempre muito sensível à dinâmica das personagens. Sei que o argumento é tirado de um livro. Parece que algo ficou no livro e não foi transposto. Como o alan acabou de referir não é um filme redondinho. Talvez tenha sido essa mesma a intenção.
De resto, nada a apontar, a não ser mais um bom trabalho dos manos.
De resto, nada a apontar, a não ser mais um bom trabalho dos manos.
O Cinema é mesmo maravilhoso!!!
.
Para muitos,2 horas de filme são uma profunda,monótona e desastrosa experiência artistica,(foi o meu caso em relação a "Este Pais Não é Para Velhos",para mim,um dos piores filmes visto em sala em muitos anos de visitas regulares e,também,em minha opinião,um dos piores da toda a carreira dos Cohen,tão mau como outros filmes de outros realizadores como "The Fountain-O Último Capitulo","Sin-City","Corrupção" e "Bússula Dourada")para muitos outros,são duas horas de genialidade e apoteose filmica onde nada falha,onde tudo rima com qualidade máxima e onde encontrámos todos pormenores que ajudam a celebrar e adjectivar a nossa visão pasmante,tudo se conjuga para nosso deleite.
Por tudo isto,digo:
Viva o Cinema
!!!

Para muitos,2 horas de filme são uma profunda,monótona e desastrosa experiência artistica,(foi o meu caso em relação a "Este Pais Não é Para Velhos",para mim,um dos piores filmes visto em sala em muitos anos de visitas regulares e,também,em minha opinião,um dos piores da toda a carreira dos Cohen,tão mau como outros filmes de outros realizadores como "The Fountain-O Último Capitulo","Sin-City","Corrupção" e "Bússula Dourada")para muitos outros,são duas horas de genialidade e apoteose filmica onde nada falha,onde tudo rima com qualidade máxima e onde encontrámos todos pormenores que ajudam a celebrar e adjectivar a nossa visão pasmante,tudo se conjuga para nosso deleite.
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É esse o fascínio da arteLudovico wrote:O Cinema é mesmo maravilhoso!!!.
Para muitos,2 horas de filme são uma profunda,monótona e desastrosa experiência artistica,(...) para muitos outros,são duas horas de genialidade e apoteose filmica onde nada falha,onde tudo rima com qualidade máxima e onde encontrámos todos pormenores que ajudam a celebrar e adjectivar a nossa visão pasmante,tudo se conjuga para nosso deleite.
Por tudo isto,digo:
Viva o Cinema!!!

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Isso acontece porque muitas vezes só vemos mesmo aquilo que queremos ver. Acontece-me muitas vezes, ver um filme pela segunda vez passado alguns tempos, e reparo em pormenores que nem sequer me apercebi ou os apreciei no primeiro visionamento.Ludovico wrote:O Cinema é mesmo maravilhoso!!!.
Para muitos,2 horas de filme são uma profunda,monótona e desastrosa experiência artistica,(foi o meu caso em relação a "Este Pais Não é Para Velhos",para mim,um dos piores filmes visto em sala em muitos anos de visitas regulares e,também,em minha opinião,um dos piores da toda a carreira dos Cohen,tão mau como outros filmes de outros realizadores como "The Fountain-O Último Capitulo","Sin-City","Corrupção" e "Bússula Dourada")para muitos outros,são duas horas de genialidade e apoteose filmica onde nada falha,onde tudo rima com qualidade máxima e onde encontrámos todos pormenores que ajudam a celebrar e adjectivar a nossa visão pasmante,tudo se conjuga para nosso deleite.
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Viva o Cinema!!!
Às vezes não consigo é ter coragem para o visionar uma segunda vez. Comigo aconteceu com o Fight Club e o Fargo. Vi-os num mau. Pura e simplesmente não era o dia adequado para o visionamento desses filmes.
Discordo fortementeVon Paulus wrote:Isso acontece porque muitas vezes só vemos mesmo aquilo que queremos ver. Acontece-me muitas vezes, ver um filme pela segunda vez passado alguns tempos, e reparo em pormenores que nem sequer me apercebi ou os apreciei no primeiro visionamento.Ludovico wrote:O Cinema é mesmo maravilhoso!!!.
Para muitos,2 horas de filme são uma profunda,monótona e desastrosa experiência artistica,(foi o meu caso em relação a "Este Pais Não é Para Velhos",para mim,um dos piores filmes visto em sala em muitos anos de visitas regulares e,também,em minha opinião,um dos piores da toda a carreira dos Cohen,tão mau como outros filmes de outros realizadores como "The Fountain-O Último Capitulo","Sin-City","Corrupção" e "Bússula Dourada")para muitos outros,são duas horas de genialidade e apoteose filmica onde nada falha,onde tudo rima com qualidade máxima e onde encontrámos todos pormenores que ajudam a celebrar e adjectivar a nossa visão pasmante,tudo se conjuga para nosso deleite.
Por tudo isto,digo:
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Às vezes não consigo é ter coragem para o visionar uma segunda vez. Comigo aconteceu com o Fight Club e o Fargo. Vi-os num mau. Pura e simplesmente não era o dia adequado para o visionamento desses filmes.

Nunca em dois visionamentos ou mais passei a achar uma coisa completamente diferente daquilo que vi pela primeira vez.
Os maus ou péssimos filmes que vejo nunca mais os quero ver novamente.
Obviamente,respeito todas as opiniões contrárias

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Eu não estou a afirmar que isso é capaz de acontecer com qualquer tipo de filmes. Eu duvido fortemente que um filme na categoria dos Transformers, alguma vez, (eu) o vá considerar como obra-prima ou que chega mesmo à categoria de medíocre. Eu referia-me mais a este tipo de filme (de cinema) que nos põe a "reflectir", e que procuram algo mais além do que o entretenimento puro, ou seja são obras de arte.
Até dou o exemplo pessoal do 2001, Odisseia no Espaço. Vi-o pela primeira vez, quando tinha 14 anos (no Tivoli), e achei-o na altura no mínimo de "secante". Passados quase trinta anos após, já o vi mais cinco vezes. Passou de secante a pretensioso. De pretensioso passou a filmes com pormenores interessantes. A próxima vez que o vir, quase que aposto, vai se tornar numa obra-prima e num dos filmes da minha vida.
A arte tem destas coisas.
Até dou o exemplo pessoal do 2001, Odisseia no Espaço. Vi-o pela primeira vez, quando tinha 14 anos (no Tivoli), e achei-o na altura no mínimo de "secante". Passados quase trinta anos após, já o vi mais cinco vezes. Passou de secante a pretensioso. De pretensioso passou a filmes com pormenores interessantes. A próxima vez que o vir, quase que aposto, vai se tornar numa obra-prima e num dos filmes da minha vida.
A arte tem destas coisas.

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Esta questão da idade que o Van Paulus é bastante relevante. Um filme que numa determinada época gostamos, noutra poderemos não vir a gostar, mesmo grandes obras-primas. E não acontece só no salto da infância / adolescência para a idade adulta, pode mesmo acontecer na fase adulta numa determinada mudança comportamental da vida.
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Exacto.Tojal City wrote:Esta questão da idade que o Van Paulus é bastante relevante. Um filme que numa determinada época gostamos, noutra poderemos não vir a gostar, mesmo grandes obras-primas. E não acontece só no salto da infância / adolescência para a idade adulta, pode mesmo acontecer na fase adulta numa determinada mudança comportamental da vida.
A nossa percepção de uma obra de arte vai-se alterando com a vida. Isto é arte. E o cinema também pode ser arte.
Tojal City wrote:Esta questão da idade que o Van Paulus é bastante relevante. Um filme que numa determinada época gostamos, noutra poderemos não vir a gostar, mesmo grandes obras-primas. E não acontece só no salto da infância / adolescência para a idade adulta, pode mesmo acontecer na fase adulta numa determinada mudança comportamental da vida.
Também concordo que há medida que vamos crescendo os nossos gostos vão evoluindo e os gostos também mas também acho que quando se chega há idade adulta acho fica muito dificil mudarmos os nossos gostos

Certamente que há filmes mais dificeis de digerir do que outros sejam artisticos ou não.Não estou de acordo com a chamada distinção entre comercial e autoral quando se fala em cinema.
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