Avatar (2009) - James Cameron

[lud81]

Quando foi introduzida a cor ou o som penso que também foram considerados meros gimmicks. Não quero com isto dizer que o 3D se deve tornar a norma como a cor e o som se tornaram, mas penso que é pertinente a comparação.

Nós não vemos a preto e branco e quando o cinema introduziu a cor aproximou-se mais da mundo tal como o vemos. Nós também não vemos a 2D (bem, na realidade vemos, mas ter dois olhos cria a sensação de profundidade) e o 3D então aproxima-se ainda mais do mundo que vemos no dia-a-dia.

O meu único propósito é apenas dizer "atenção com aquilo a que chamam gimmick". É verdade que o 3D não faz um bom filme, é preciso o talento de um realizador e toda uma equipa por detrás. Mas o mesmo é verdade para a cor, a cor não fez os filmes melhores, continua a ser preciso o talento. E tal como há filmes que resultam melhor a cores, outros há que resultam melhor a preto e branco. E outros haverá que resultarão melhor em 3D. São tudo ferramentas e no futuro poderão deixar de ser gimmicks, tal como a cor e o som.

[Argaroth01]

Quando foi introduzida a cor ou o som penso que também foram considerados meros gimmicks. Não quero com isto dizer que o 3D se deve tornar a norma como a cor e o som se tornaram, mas penso que é pertinente a comparação.

Nós não vemos a preto e branco e quando o cinema introduziu a cor aproximou-se mais da mundo tal como o vemos. Nós também não vemos a 2D (bem, na realidade vemos, mas ter dois olhos cria a sensação de profundidade) e o 3D então aproxima-se ainda mais do mundo que vemos no dia-a-dia.

O meu único propósito é apenas dizer "atenção com aquilo a que chamam gimmick". É verdade que o 3D não faz um bom filme, é preciso o talento de um realizador e toda uma equipa por detrás. Mas o mesmo é verdade para a cor, a cor não fez os filmes melhores, continua a ser preciso o talento. E tal como há filmes que resultam melhor a cores, outros há que resultam melhor a preto e branco. E outros haverá que resultarão melhor em 3D. São tudo ferramentas e no futuro poderão deixar de ser gimmicks, tal como a cor e o som.

Bem visto

[jimmy]

Pois, eu confesso que estou num dilema...

O Monumental (único resquício de um local onde ainda se pode apreciar cinema em sossego na zona de Lisboa) vai ter a versão digital na sala 4 (a sala, digamos) e a versão 3D relegada para uma saleca da treta (6) do lado do Residence.

Muito sinceramente e conhecendo bem as salas, é um no brainer: digital na sala 4. Mas questiono-me se este filme, sinceramente, não valerá a pena ver apenas em 3D... opiniões?

Imagino que no futuro o cineteatro venha a ter a possibilidade de 3d . Realmente estranhei que eles tenham enfiado para a sala 6 a projeccao em 3d ,mas talvez fosse mais rapido a modificacao nessa sala para aproveitar os varios filmes que começam a ser lançados neste formato .

[portuga_daniel]

Eu sei que há aqui pessoal do Algarve.

Alguém já viu um filme em 3D no centro comercial de Tavira? Se sim, aquilo tem condições?

[lud81]

Eu não vi pessoalmente, mas um amigo meu viu lá o Final Destination e gostou. Na Guia também há 3D, é lá que vou ver o Avatar.

[portuga_daniel]

Não sabia que a Guia também tinha 3D. Se calhar vou mesmo lá. Ao menos já conheço as salas.

[Anjo]

Fui ontem à ante-estreia no Mar Shopping.

Sabes dizer-me qual foi a sala?

[Elliot]

Ora aqui está uma critica que me parece honesta:

http://cinecartaz.publico.clix.pt/criti ... =49&c=6006

Avatar
O novo mundo (piscadela à Pocahontas do Malick)

O longamente aguardado épico 3D de James Cameron é um espantoso exercício visual onde a demiurgia ganha aos pontos à dramaturgia

Vamos começar pelo paradoxo: "Avatar" não precisa do 3D para nada, mas não seria nada sem ele. Ou seja: a história que Cameron quer contar - a redenção de um soldado humano como líder de um povo alienígena - é herdada de séculos de histórias de aventuras exóticas (veio-nos à cabeça, vá-se lá saber porquê, "As Quatro Penas Brancas"), resiste intacta a qualquer tecnologia mais ou menos avançada. É verdade que, por si só, os efeitos visuais impecáveis de "Avatar" justificariam a visão "normal". No entanto, percebemos rapidamente o que é que atraiu Cameron no uso do 3D - a possibilidade de imergir o espectador num universo ficcional, de subir ao patamar superior da criação, de ser, em suma, uma espécie de "demiurgo sofisticado", batendo a galáxia longínqua de George Lucas aos pontos no seu próprio terreno. Mas não o faz, de todo, de modo sobranceiro ou altaneiro - antes com o prazer arregalado de um contador de histórias que convida os que o rodeiam a entrar no jogo, com a entrega de um miúdo a brincar ao faz-de-conta e que quer que os outros vejam o mundo que ele está a criar e desfrutem dele como ele o faz.


É por essa "démarche" de sedução e convite que Cameron ganha "Avatar", durante as suas primeiras duas horas, como um guia turístico que leva o seu tempo a mostrar as belezas naturais de Pandora ao visitante. E, inteligência suprema, faz o espectador vê-lo através dos olhos de Jake Sully, o soldado paraplégico projectado sensorialmente num corpo geneticamente construído, misto de ADN humano e alienígena, tal como a sua história é um misto de ficção científica futurista e mito tribal primitivo, tal como o seu filme é uma combinação de imagem real tradicional e virtual "state of the art".

"Avatar" é um híbrido - e essa é a sua grande força e a sua principal fraqueza. Cameron não é o argumentista mais inventivo do mundo e nunca primou pela subtileza, pelo que a sua história parece um "megamix" de ideias recicladas de outros e melhores filmes (alguns deles até seus), sem o distanciamento meta-narrativo ou pós-moderno que a tornaria contemporânea. Ao mesmo tempo, a sua concepção psicadélico-fluorescente do povo alienígena Na''vi está demasiado próxima da visão tradicional do "bom selvagem", abraçando os lugares-comuns bocejantes de uma boa consciência ecológica que encontram o seu oposto ideal na vilania de papelão do militar mercenário. Não é preciso muito para perceber que, sim, Cameron gosta do melodrama clássico, básico, simples, e não há nada de mal nisso. Mas, no modo como tudo perde progressivamente gás em direcção a um final que se adivinha à distância, a sensação que fica é a de uma versão extra-terrestre da luta das tribos nativas contra a civilização ocidental, que abre portas e pistas que nunca mais acabam mas que fica sempre aquém do que podia ser - que nunca ganha verdadeiramente espessura para lá do arquétipo porque o realizador se distraiu com a caixa de brinquedos visual que ele próprio criou.

A verdade é que o percebemos. Raras vezes conseguimos olhar para um filme e sentir que estamos a ver qualquer coisa, outra coisa, alguma coisa que vai para lá daquilo a que estamos habituados, e que não se quer limitar a pintar quadros mas quer que esses quadros ganhem vida e nos toquem da mesma maneira que o tocaram a ele. Cameron conseguiu fazê-lo em todos os seus filmes anteriores, mas a pulsão criativa de "Avatar" é esmagadora, até mesmo alucinogénica no grau de detalhe com que todo este universo extra-terrestre é concebido, e no modo como Cameron o usa como reflexo e ressonância da história que conta. Poder-se-ia dizer que é um filme de um director artístico mais do que um realizador, mas isso é negar que Cameron sempre procurou que as suas epopeias tecnológicas tivessem uma alma humana; e, mesmo que nem tudo esteja no ponto em "Avatar", há emoção e arte e vida em Pandora. Que existiria mesmo sem o 3D, mas que, com a tecnologia, faz a diferença entre a admiração distante e a partilha.

James Cameron criou um universo dentro da sua cabeça e quis-nos convidar a visitá-lo, sem segundas intenções que não a de nos mostrar um espectáculo que nunca vimos antes. Quando foi a última vez que um cineasta nos fez um convite destes?

[lud81]

Bem, o Avatar está em 3D na sala 2 da Guia. O preço fica nuns espantosos €8,30! Eu já não vou ao cinema à Guia há muuuuuiiiiiito tempo, e segundo parece o bilhete normal por lá agora já custa €6,30... Em Faro o preço do bilhete não chega aos €6, é 5 e tal, não me lembro agora quanto é o "tal". Porra, €6,30 por um bilhete de cinema normal? E aquelas salas da Guia, a não ser que tenham tido obras extensivas no último ano, não valem esse preço, na minha opinião.

[DyingSun]

Bem, o Avatar está em 3D na sala 2 da Guia. O preço fica nuns espantosos €8,30! Eu já não vou ao cinema à Guia há muuuuuiiiiiito tempo, e segundo parece o bilhete normal por lá agora já custa €6,30... Em Faro o preço do bilhete não chega aos €6, é 5 e tal, não me lembro agora quanto é o "tal". Porra, €6,30 por um bilhete de cinema normal? E aquelas salas da Guia, a não ser que tenham tido obras extensivas no último ano, não valem esse preço, na minha opinião.

Mas 6 (ou 6 e tal) já o preço normal dos bilhetes de cinema... os 8 (e tal) que estão a pedir neste caso é que começam a ser um abuso! Acima de tudo, tendo em conta que a qualidade das projecções costuma ser algo abaixo do aceitável (não digo que o seja neste caso).

[lud81]

Eu agora já vou pouco ao cinema e as poucas vezes que vou, como disse, é a Faro e o preço é 5 e tal, não chega aos 6. E as salas de Faro são melhores que as da Guia, na minha opinião. 6,30? Sim, sim, é já a seguir...

Vou ver o Avatar, mas porque é uma experiência em 3D e o novo filme do James Cameron.

[Shivers]

Avatar

"Avatar" marca o regresso de James Cameron à direcção das grandes produções desde "Titanic" de 1997, o maior êxito de bilheteira de todos os tempos, e transporta-nos a um espectacular mundo para além da nossa imaginação, onde um herói rebelde embarca numa viagem de redenção, descoberta e amor inesperado, assim como lidera uma batalha heróica para salvar a civilização.

http://www.castellolopesmultimedia.com/avatar/

[Shiva]

Vi ontem, em IMAX 3D, em Londres.

A história não é original, já todos vimos isto acontecer antes. Mas o que nunca foi visto é um mundo tão incrivel como o criado pelo King of the World. Eu nao tenho jeito para criticas, então vou resumir dizendo isto: se apenas se deixarem levar pelas beleza das imagens e nada mais, Avatar é a derradeira experiencia cinematográfica.

[lud81]

Já vi o filme em 3D. Bem, o filme não me espantou por aí além, não foi tão bom como esperava. Mas não é mau, muito longe disso. É só que o filme só parece ganhar fôlego a partir do final do 2º acto. Até lá parece apenas um meio para exibir o 3D. Talvez tenha sido de mim, mas pareceu-me que só a partir de mais de metade do filme é que este se deixou de exibir o 3D e passou a ser mais natural, como um filme qualquer só que em 3D. Quero com isto dizer que o filme na primeira parte tem muitos planos que parece que são feitos de propósito para chamar a atenção para o 3D, enquanto no final o 3D simplesmente está lá e o filme já não grita "OLHEM PARA MIM EM 3D, QUE LINDO!"

Os efeitos especiais, esses sim são muito bons mesmo. Os Navi são completamente credíveis, mais que o Gollum sim senhor. E o movimento é completamente realista também, a maneira como se mexem e interagem com o meio ambiente, é tudo completamente real, nunca em nenhum instante pensei que estava a ver CGI e estou a falar a sério. Tanto os Navi como todos os outros animais e inclusive as florestas, é tudo CGI e não parece. Um feito prodigioso. E as caras dos Navi transmitem muita emoção, mais uma vez completamente real, tanto as expressões faciais, pequenos movimentos de músculos faciais, e os olhos, muito expressivos. Tudo excelente.

A história, como já foi dito, nada de novo, até muito batida mesmo. É tipo Dança Com Lobos.

Um pormenor engraçado, no final Jake na narração diz "the aliens returned to their dying world". E os aliens a que ele se referre são os humanos.

[Elliot]

Também cheguei agora do cinema.
Estou como o Lud81. O filme é engraçado, vê-se bem e ponto final.
Tem imagens fantásticas criadas em CGI que enganam qualquer olhar mais atento mas nunca deixei de olhar para os Na'vis como os "bonecos azuis" que partilham com outra fauna irrealista, as "reais" paisagens de Pandora (aqui sim). (Engraçado o seguinte, o pormenor previsivel das camaras lentas do Michael Bay, aqui funcionam bem pois dão "corpo" aos personagens. Conseguem enganar-nos e quase fazer acreditar q estão ali pessoas a sério.) Como nao houve esta empatia entre mim e os bonecos seria caso para dizer que o filme nao funciona. Mas isso seria redutor pois o Avatar tem muita coisa para ser vista e aproveitada.
Devo dizer que este foi o primeiro filme 3D q vi e que me cansou bastante a vista. Se calhar por usar lentes de contacto. O truque é piscar mais vezes os olhos pois com a vontade em querer ver tudo o que se está a passar no ecrã esquecemo-nos de o fazer.
Foi uma boa experiencia.
6/10

Edit: Demorei um pouco a habituar-me às legendas "suspensas".