Qual foi o último filme que viram ?

[PanterA]

Eu por acaso vi-o há pouco tempo e.. meh. Pouco me disse. Viu-se bem e tal, mas nada de mais. Ainda assim, e dentro do género, até foi um dos que mais gostei curiosamente.

[butterfly swimmer]

É um filme que está muito longe de estar nos meus favoritos porque estou numa onda completamente diferente de filmes, mas que aprecio bastante como já disse por ter realmente uma mensagem. Não é a típica comédia romântica americana. Todos nós já passámos pela mesma situação da personagem interpretada pelo Joseph Gordon-Levitt (actor que admiro bastante). Eu estou a passar agora LOL. Até tenho os mesmos gostos musicais do gajo (Joy Division, The Smiths), ri-me bue com as semelhanças.

[Net_Holer]

Cabeças, se bem te conheço das andanças aqui do fórum acho que és bem capaz de gostar. Mas isto no cinema já se sabe como é...

butterfly swimmer está tão longe das típicas comédias românticas que até é conhecido como o filme anti-comédia-romântica.

Compreendo que não faça mexer os cordelinhos em toda a gente da mesma forma, a mim mexeu até nos que eu não sabia que tinha. O que é posítivo, é sempre bom quando um filme nos faz sentir vivos.

[Anoni Mus]

Green Mile

Agora já sei de onde vem a lenga lenga telenovela de Walking Dead. Mas em Green Mile funciona porque as personagens são interessantes, já no Walking Dead estraga tudo.
Ainda assim achei demasiado longo e com partes muito paradas para meu gosto, mas foi muito mais positivo que negativo.

Uma curiosidade que encontrei na Bio de Frank Darabont
"After closely working for more than a year with Steven Spielberg on a script for Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008), the script was personally rejected by producer George Lucas who had taken it upon himself to rewrite the script to his liking. Spielberg loved the script, but deferred to longtime pal Lucas on the matter."
Se calhar o filme teria sido melhor Para não dizer com quase toda a certeza...

[rui sousa]

É impossível acrescentar algo de novo a tudo o que já foi dito e escrito sobre «Scarface - A Força de Poder», o filme de Brian de Palma adaptado do original de Howard Hawks. O que posso apenas dizer é que me posso juntar à (enorme) legião de fãs que idolatram este filme, e mais precisamente, a personagem principal, o traficante Tony Montana.
Achei muito curioso todo o culto à volta do filme. Os extras do DVD, que são muito interessantes, deram-me a entender a enorme influência que «Scarface» tiveram na cultura popular americana (e não só). E isto só alguns filmes são capazes de fazer: serem tâo bons que começam a fazer parte da sua própria cultura. Tal como acontece com «O Padrinho».
A história centra-se numa América de princípios dos anos 80, onde conhecemos Tony Montana, um dos muitos presos cubanos que foram "enviados" para os states, a ordens de Fidel Castro. E, depois, tudo o que se segue é, nada mais, nada menos, que a ascensão de Tony no mundo da droga, tornando-se um dos seus maiores traficantes. Mas, claro, nem tudo são rosas, e para se ter o sonho americano, é preciso pagar um preço...
Ao contrário de algumas pessoas já confessaram (tal como o Nuno Markl, numa edição da «Caderneta de Cromos» dedicada a este épico do crime), eu não fiquei, depois de ver esta fita, com vontade de ingressar no mundo da droga. Muito pelo contrário! Até porque o filme consegue ser tão real, mas tão real, que teria receio de fazer parte de um mundo daqueles. É tudo muito giro, à primeira vista, mas eu não gostaria nada, de ser como o Scarface.
Mas pronto, só sei é que o filme foi uma ótima experiência de cinema. O argumento, da autoria de Oliver Stone, está muito bem escrito, a realização de Brian de Palma é muito competente e poderosa, dando ao filme um estilo muito próprio e diferente do que o habitual, e claro, a interpretação soberba de Al Pacino. Que mais posso dizer sobre este filme? Bem, de momento, não sei de mais nada - ainda estou completamente de boca aberta, dois dias depois de o ter visto. Ainda se vai ouvir falar deste filme por muito, muito tempo.

Nota: * * * * *


O 18.º filme que vi de Woody Allen é simplesmente mágico. E deve ser dos mais originais e cativantes filmes do realizador. Quem nunca imaginou que, quando vemos um filme, é como se os atores estivessem a representar só para nós? Foi essa ideia que Allen pretendeu transmitir com este filme, e como, muitas vezes, a personagem e o ator que interpreta, não são tão parecidos como imaginamos. Nesta fita, que é das mais aclamadas do realizador, a personagem de Mia Farrow é uma viciada em filmes e ficou fascinada pela última estreia no cinema do bairro: «A Rosa Púrpura do Cairo». E, quando foi ver o filme pela quinta vez, uma das personagens decidiu sair do ecrã para a ir conhecer. Surreal, não é? Nada de mais para Woody Allen, que sabe concretizar as ideias mais absurdas com uma perna às costas.
Entretanto, a rebeldia da personagem do filme causa uma grande polémica e a desordem total no mundo do cinema, e então, o estúdio responsável pela «Rosa Púrpura do Cairo», decide enviar para lá o ator que encarnou a personagem, que entretanto, está perdida de amores por Mia Farrow. Só que, depois, ela terá de escolher entre a personagem irreal e o ator de carne e osso e não-ficcional.
Este é dos filmes mais bonitos de Woody Allen e que brinca com o conceito do próprio cinema de uma maneira muito engraçada e original. Comparo este filme a um mais recente, «Meia-noite em Paris», por uma simples razão: faz-nos transportar para ideias que só existiram mesmo dentro da nossa cabeça, de uma maneira completamente mágica e cativante, pondo Allen num lugar de topo como um dos maiores criativos da história de Hollywood.

Nota: * * * * 1/2


Em 1952, devido a (falsas) suspeitas de estar ligado ao partido comunista americano, em plena época de fanatismo como foi a da "caça às bruxas", o génio da comédia Charlie Chaplin é obrigado a fugir do país que o deu a conhecer ao mundo, refugiando-se na Europa enquanto o McCarthyismo perdura nos EUA.
Em 1957, Chaplin realiza, escreve, interpreta, produz e compõe a música de «Um Rei em Nova Iorque», uma comédia que pretende ser uma sátira ao modo de vida e à cultura dos americanos, através de história de um rei fictício, Shadov, que exila-se nos EUA para sobreviver à tirania vivida no seu país. E é nos states que Shadov conhecerá as manias americanas, a publicidade excessiva que inunda tudo quanto é sítio, e o fanatismo deste povo em certos aspetos, que infelizmente permanecem hoje em dia, mas de uma forma diferente. Shadov vai-se ver sem dinheiro (pois o seu tesoureiro fugiu e levou-lhe a massa toda), mas a sua repentina popularidade (devido a um programa de apanhados em que foi a personagem principal) vai ajudá-lo a angariar dinheiro com muitas propostas publicitárias que começam a florescer.
Na minha opinião, o filme é interessante, mas, infelizmente, não conseguiu ser bom, ou tão bom como os anteriores filmes de Chaplin, autor de grandes obras-primas do cinema como «Tempos Modernos», «O Garoto de Charlot» e (o meu favorito de todos) «O Grande Ditador».
Mas, é claro, temos de contextualizar a feitura deste filme com as dificuldades com que Chaplin teve de se debater para o fazer, toda a pressão da rodagem do filme (que, citando o especialista em Chaplin, David Robinson, que faz uma pequena introdução ao filme, dá para se sentir que o filme não foi feito com calma) e claro, os poucos meios que o cómico teve para concretizar a sua comédia. Mas pronto, o filme tem algumas coisas más, e outras coisas boas. Há cenas do filme que são profundamente de génio, mas «Um rei em Nova Iorque» deixa muito a desejar: cenas montadas à pressa, que se sucedem umas às outras sem qualquer objetivo e sim apenas para Chaplin se "vingar" da América, esquecendo-se de alguns pontos-chave de uma obra cinematográfica (como uma história bem desenvolvida), a montagem feita à pressa e um final demasiado curto e pouco trabalhado, fazem com que esta fita não passe do interesse de se a ver uma vez na vida e nunca mais. E penso que, se os últimos dez minutos do filme fossem mais desenvolvidos e tivessem a mesma qualidade que algumas cenas do filme, talvez esta obra pudesse ser mais memorável. Havia tanto para explorar e "atacar". É verdade que as condições não foram as melhores para «Um rei em Nova Iorque» poder ser melhor do que se tornou, mas, pelo menos, Charlie Chaplin deixou uma comédia interessante, que entretém quem a vê, e que também reflete a vida da época e a fase mais turbulenta da vida de um dos maiores cómicos da História do Cinema.

Nota: * * * 1/2

[pedrofokia86]

harry potter and the sorcerer's stone - 2001 - chris columbus
terminei o livro uns três meses antes de ver o filme e não fiquei desiludido com a adaptação da obra de j.k. rowling. gostei da apresentação das personagens, de toda a envolvência cénica e da banda sonora, que em certos momentos me levou a recordar os dois filmes sozinho em casa (também da mesma dupla realizador/compositor). apesar de ser impossível, a meu ver, reproduzir um livro em tela, este filme teria ganho mais se o realizador lhe tivesse dado um tom mais negro e menos familiar (percebo no entanto a sua intenção).
vou estar atento aos próximos filmes da saga.
7/10

la science des rêves - 2006 - michel gondry
um filme estéticamente muito original mas que não me conseguiu atrair tanto quanto o eternal sunshine of the spotless mind. os sonhos estavam muito bem caracterizados mas creio que o argumento podia ter sido melhor aproveitado.
6/10

heat - 1995 - michael mann
um bom filme de acção com uma dupla inesquecível - de niro/al pacino -. tem provavelmente a melhor cena de tiroteio alguma vez vista em cinema! excelente! o único defeito é ser demasiado longo o que faz com que por vezes se arraste um pouco...
8/10

[PanterA]

Chronicle - 5.5/10

Que desilusão.
Uma das maiores secas descomunais que apanhei nos últimos tempos.

Nem vale a pena tecer mais linhas sobre ele, que não merece o tempo perdido. È esquece-lo o quanto antes.

Ne le dis à personne - 9/10

Filme bastante inteligente com uma escrita magnifica.
Um dos grandes thriller's que vi ultimamente. Desde a história inicial que agarra logo, do suspense, da intriga, daquele enredo todo que faz o espectador pensar minuto a minuto, passando pelo casting, realização... acabando com um final perspicaz e perfeito.

Sempre deu para tirar da mente durante 2 horas magnificas um tal chamado de Chronicle.

[paupau]

I only have two things in this world: my word and my balls. And i don't break them for no one. Ou algo do género, já não vejo o filme há uns anos. O que torna o Tony Montana fascinante é o seu código moral, e é isso que o distingue das outras personagens quer do filme, quer de todos os outros filmes do género. Só o Padrinho se aproxima, ao aceder aos pedidos no dia do casamento da filha, a renda da velhota no II, o não querer entrar no mundo da droga...Este conflito que existe no interior de homens moralmente abjetos e capazes dos piores atos com alguns aspetos da conduta que mantêm inquebrantável é que os torna fascinantes. Mesmo o outro Tony, o Soprano encaixa nestes moldes. We all need the bad guy.

A Night to Remember (1958)

O FILME do Titanic. A sério, Cameron sucks ass. O que distingue este? Não há história de amor a segurar a narrativa (mal e porcamente como no 97), não há propriamente personagens principais, vamos seguindo muitos passageiros em diferentes momentos. E acima de tudo, a estoicidade perante a tragédia, à boa maneira que se imagina dos ingleses.
Tem um inconveniente para audiências modernas, pois tanta personagem provocam um arrance lento e que não capta a atenção imediatamente.
Para quem resistir, irá reparar noutro pormenor importante muito mais bem captado que na versão US: a divisão social. Não há cá ascendência social, a riffraff não está misturada com os ricos dos ricos ao fim da primeira hora de filme. Há uma série de referências muito Família Bellamy que são suavizadas ou inexistentes na versão 97, conseguidas sobretudo com a forma como a câmara é colocada que aumentam imenso o efeito do diálogo. Um bom exemplo é quando o barco bate no icebergue e cai gelo no convés ( plano que o próprio Cameron diz que copiou), os passageiros da 3ª classe improvisam um jogo de futebol. De um convés superior um rico observa e pergunta à mulher se se pode juntar, ao que responde como, se eles são a ralé? O que causa o impacto? O ser filmado em deep focus à Kurosawa ou Renoir, que mostra a insignificância dos inferiores da sociedade perante os abastados.

Esta estoicidade só na parte final do naufrágio se vai quebrar um pouco na parte final do naufrágio com pânico generalizado, e acho que o filme caminha na corda bamba entre não exagerar na nobreza das personagens ou na calma como reagem, mas também não cai em alguns exageros em que Cameron caiu, como os tiros para o pessoal não entrar nos salva vidas.

Visualmente é soberbo, e é a grande surpresa do filme. Há muitos, MUITOS planos decalcados em 97, o que só prova que pouco envelheceu visualmente. Tudo o que é interiores do navio está fidedigno - parecem que puseram o de 97 a p/b -, e no naufrágio também vemos os cenários inclinados ( não exatamente na vertical, mas quase), o barco fora de água a ver-se as hélices ( mas não se parte aqui).
Não empalidece minimamente perante a versão moderna, o que aliado ao facto de ser filmado numa espécie de docudrama, e sem bengalas narrativas, torna-o no filme definitivo sobre o tema. Quem aprecia o tema, e viu o de Cameron sem ser pela dupla principal, irá delirar com esta versão.

[No Angel]

Antichrist – 10/10
Mais outra obra prima de Lars Von Trier. Cinematografia lindíssima, uma atmosfera muito boa, grandes atores e boa musica. Sem duvida nenhuma Lars é o melhor realizador contemporaneo, a par de David Lynch. E um dos melhores de sempre. Os filmes dele tem uma qualidade intrinseca e um estilo único. A atuaçao da Charlotte é brilhante, grande atriz! Super recomendado.

[grayfox]

bem paupau se queres uma obra do Titanic que destaca as diferenças socias vê a mini-série deste ano, passa sei la quanto tempo a dizer que os de 3a classe são todos humildes e mal tratados, e os de 1a classe são todos futeis e arrogantes. cheirou a lição de moral desde o inicio e enjoou-me. se tens o blu-ray da Criterion vê a entrevista com a mulher que ia em 3a classe no Titanic, que ela explica que a diferença obviamente estava no conforto, não estavam a espera de ter as mesmas condições de quem paga para ir em 1a classe.

em relação ao filme concordo contigo, é o melhor filme sobre o Titanic que eu vi, mas não partilho do ódio ao filme de 97.

[paupau]

Ainda não vi os copiosos extras. Não tenho ódio em particular ao filme, foi a mais divertida sessão de cinema que alguma vez tive... Ehehehe. Fico e sempre triste quando blockbusters conseguem fazer esquecer versões mais antigas das historias, que podem ter visuais datados mas são mais filmes.
Há uns tempos vi a versão muda do ben-hur e visualmente e muito semelhante a de 59, a cena das quadrigas nem queria acreditar que a arena era idêntica, e mesmo a filmagem pouco inova.
Haverá muitos exemplos certamente.
Quanto ao titanic 97, vi quando foi lançada a edição 4 discos e achei bem melhor do que lembrava. Mas tem cenas primarias na execução que afectam a qualidade geral do filme.
Só quis alertar que há uma versão bem superior que passa despercebida sob a sombra de um mastodonte.

[grayfox]

eu não acho que o A nigh to remebmer tenha perdido notoriedade com a saída do filme do Cameron. pelo contrário o sucesso deste ultimo pode ter levado muitas pessoas a interessarem-se pelo evento e a descobrir outros filmes da mesma temática.

[paupau]

A ideia que tenho e que a maioria das pessoas não procura as versões mais antigas, basta ver remakes americanos de filmes estrangeiros do ano anterior para saber que uma grande franja dos espectadores só vê os filmes dos grandes estúdios, e o do Cameron foi claramente pensado para os adolescentes.
Essa serie e porreira? BBC, Itv, quem produziu isso?

[PanterA]

A série que ele fala deve ser esta: http://www.blu-ray.com/movies/Titanic-Blu-ray/37881/

[grayfox]

sim, é essa. passou na tv portuguesa aquando do 100º aniversário do naufrágio do Titanic.