Qual foi o último filme que viram ?

[Samwise]

percebo perfeitamente quem não goste, porque eu tenho gostos esquisitos...

E isto não se aplicará em relação a tudo o que é da ordem dos "gostos"?

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Weirdo, but proud of it!

[PanterA]

Vinha dizer o mesmo. Não é por eu abominar o Transfomers e ter adorado o The Master, por exemplo, que me sinto superior a todos os outros.

[nimzabo]

Das duas uma: ou vemos coisas muito diferentes ou valorizamos de forma muito diferente o que vemos.
Desconfio que é mais o primeiro caso.

Quando disse que vemos coisas muito diferentes estava a pensar por exemplo no seguinte:
Já li algures sobre o filme O Terceiro Homem da mestria do realizador em relação às sombras e sobre o 12 Homens em Fúria tenho aqui um livro que diz 'apesar de confinado a uma sala de jurados, o filme nunca é estático, devido ao uso inteligente de Lumet de cortes e ângulos de câmara'.
Eu já vi os dois filmes e não reparei em nenhum destes aspetos de que eles falam e portanto ao ver as mesmas cenas enquanto eu vejo uma coisa outras pessoas estão a ver outra e nesse sentido vemos coisas diferentes.
Claro que isto também pode ser visto como fruto de sensibilidades diferentes e até de diferentes culturas cinematográficas (ou da experiência de vida de cada um) o que poderá apontar simultaneamente para a segunda hipótese, a de valorizarmos de forma diferente o que vemos.
Disse 'Das duas uma' e se calhar disse mal. Talvez não se possa separar aquilo que se vê da sensibilidade de cada um ou da atribuição de valor que cada um faz.
O 12 homens em Fúria considero um excelente filme e já O Terceiro Homem não me disse nada de especial, penso que do ponto de vista humano é muito inferior ao primeiro.
Para mim isso é uma das coisas que contam mais, o que não quer dizer que aqui e ali não repare ou não me agradem alguns pormenores de como o filme é feito (é o caso do Beginners, que acabei de ver).


Portanto a diferença de visões (ou de sensibilidade ou de valoração) não se esgota na competência ou não ao analisar aspetos técnicos.
A própria visão dos valores e emoções retratadas variará certamente de pessoa para pessoa.
Para a próxima semana vai estrear um filme de que gostei muito que é o Fruitvale Station que trata de malta negra e de discriminação racial. Penso que o filme está bastante bem feito, bastante equilibrado e na minha visão poderá transmitir até um olhar algo conciliador.
Tenho quase a certeza que outras pessoas verão retratado no filme muitos aspetos negativos que elas próprias já têm inculcados, seja sobre negros seja sobre a policia, por exemplo.
Outras nem isso, poderá ser um assunto para o qual não estão nem aí.


Outro exemplo é o Vanishing Point. Eu vi o filme e disse que tinha gostado muito.
O Sam viu-o depois e escreveu um texto sobre ele.
E viu coisas no filme que nem me tinham passado pela cabeça.
O que não quer dizer que tudo aquilo que os outros (e incluo-me nestes, claro) escrevem e que nós não vemos esteja certo.
Também há por vezes muita retórica e intelectualidade vã no que as pessoas veem.
Tenho a certeza que muitas vezes veem coisas que nem passaram pela cabeça dos realizadores (ou dos criadores de arte em geral, qualquer que seja o seu nº de ordem)

Como podemos então dizer que aquilo que outra pessoa vê, a sua avaliação sobre determinado aspecto subjectivo (e que depende de factores necessariamente diferentes dos nossos, da forma que indiquei) está certo ou errado?

Eu não sei se está certo ou errado mas um cócó filmado com toda a mestria e muito bem representado não deixa de ser um cócó.

P.S. Não queria encerrar a minha resposta sem dar mais uma facadinha no The Master

[Samwise]

Das duas uma: ou vemos coisas muito diferentes ou valorizamos de forma muito diferente o que vemos.
Desconfio que é mais o primeiro caso.

Quando disse que vemos coisas muito diferentes estava a pensar por exemplo no seguinte:
Já li algures sobre o filme O Terceiro Homem da mestria do realizador em relação às sombras e sobre o 12 Homens em Fúria tenho aqui um livro que diz 'apesar de confinado a uma sala de jurados, o filme nunca é estático, devido ao uso inteligente de Lumet de cortes e ângulos de câmara'.
Eu já vi os dois filmes e não reparei em nenhum destes aspetos de que eles falam e portanto ao ver as mesmas cenas enquanto eu vejo uma coisa outras pessoas estão a ver outra e nesse sentido vemos coisas diferentes.
Claro que isto também pode ser visto como fruto de sensibilidades diferentes e até de diferentes culturas cinematográficas (ou da experiência de vida de cada um) o que poderá apontar simultaneamente para a segunda hipótese, a de valorizarmos de forma diferente o que vemos.
Disse 'Das duas uma' e se calhar disse mal. Talvez não se possa separar aquilo que se vê da sensibilidade de cada um ou da atribuição de valor que cada um faz.
O 12 homens em Fúria considero um excelente filme e já O Terceiro Homem não me disse nada de especial, penso que do ponto de vista humano é muito inferior ao primeiro.
Para mim isso é uma das coisas que contam mais, o que não quer dizer que aqui e ali não repare ou não me agradem alguns pormenores de como o filme é feito (é o caso do Beginners, que acabei de ver).

Portanto a diferença de visões (ou de sensibilidade ou de valoração) não se esgota na competência ou não ao analisar aspetos técnicos.
A própria visão dos valores e emoções retratadas variará certamente de pessoa para pessoa.
Para a próxima semana vai estrear um filme de que gostei muito que é o Fruitvale Station que trata de malta negra e de discriminação racial. Penso que o filme está bastante bem feito, bastante equilibrado e na minha visão poderá transmitir até um olhar algo conciliador.
Tenho quase a certeza que outras pessoas verão retratado no filme muitos aspetos negativos que elas próprias já têm inculcados, seja sobre negros seja sobre a policia, por exemplo.
Outras nem isso, poderá ser um assunto para o qual não estão nem aí.

Creio que o modo como colocaste as duas hipóteses na primeira frase não foi aquilo que realmente quiseste dizer - e que de alguma forma sairam como sinónimas face àquilo que dizes depois.

Ou seja, estamos de acordo quando à pluralidade de visões/opiniões/entendimentos que se podem estabelecer sobre um mesmo objecto artístico

Tenho a certeza que muitas vezes veem coisas que nem passaram pela cabeça dos realizadores (ou dos criadores de arte em geral, qualquer que seja o seu nº de ordem)

É algo que faz assumidamente parte do jogo, e que de alguma forma o torna muito mais interessante.

Como podemos então dizer que aquilo que outra pessoa vê, a sua avaliação sobre determinado aspecto subjectivo (e que depende de factores necessariamente diferentes dos nossos, da forma que indiquei) está certo ou errado?

Eu não sei se está certo ou errado mas um cócó filmado com toda a mestria e muito bem representado não deixa de ser um cócó.

P.S. Não queria encerrar a minha resposta sem dar mais uma facadinha no The Master

Mas o The Master não é - objectivamente - um cócó. E, mesmo que fosse, encontrarias provavelmente alguém que se sentiria em casa a analisar a escatologia artística de tal filmagem...

[Ludovico]

Pois, para mim, "O Mentor" não só foi o melhor filme estreado em Portugal que vi em 2013 como passou a ser um dos três melhores filmes (até ao momento, claro)que visionei em toda esta década de cinema. Enquanto o via nem queria acreditar no que via. Para mim, "O Mentor" é mais que um filme é ÓPERA autêntica. Claro que isto é pessoal e há muitas pessoas que o acham um aborrecimento, um tédio brutal como é óbvio, ou um lixo absoluto.
Para mim, contudo, Paul Thomas Anderson mostrou em quase todos os filmes que realizou até agora que é o herdeiro legitimo de Stanley Kubrick, melhor, é o "novo" Kubrick.
Que maravilha ver "Napoleão" em cinema realizado por Anderson em lugar de o ver na televisão em mini- série feito por Luhrmann .
Para mim, Anderson é de fato o novo Stanley Kubrick .

[rui sousa]

Weirdo, but proud of it!

Sempre!!!

Das duas uma: ou vemos coisas muito diferentes ou valorizamos de forma muito diferente o que vemos.
Desconfio que é mais o primeiro caso.

Quando disse que vemos coisas muito diferentes estava a pensar por exemplo no seguinte:
Já li algures sobre o filme O Terceiro Homem da mestria do realizador em relação às sombras e sobre o 12 Homens em Fúria tenho aqui um livro que diz 'apesar de confinado a uma sala de jurados, o filme nunca é estático, devido ao uso inteligente de Lumet de cortes e ângulos de câmara'.
Eu já vi os dois filmes e não reparei em nenhum destes aspetos de que eles falam e portanto ao ver as mesmas cenas enquanto eu vejo uma coisa outras pessoas estão a ver outra e nesse sentido vemos coisas diferentes.
Claro que isto também pode ser visto como fruto de sensibilidades diferentes e até de diferentes culturas cinematográficas (ou da experiência de vida de cada um) o que poderá apontar simultaneamente para a segunda hipótese, a de valorizarmos de forma diferente o que vemos.
Disse 'Das duas uma' e se calhar disse mal. Talvez não se possa separar aquilo que se vê da sensibilidade de cada um ou da atribuição de valor que cada um faz.
O 12 homens em Fúria considero um excelente filme e já O Terceiro Homem não me disse nada de especial, penso que do ponto de vista humano é muito inferior ao primeiro.

Portanto a diferença de visões (ou de sensibilidade ou de valoração) não se esgota na competência ou não ao analisar aspetos técnicos.
A própria visão dos valores e emoções retratadas variará certamente de pessoa para pessoa.
Para a próxima semana vai estrear um filme de que gostei muito que é o Fruitvale Station que trata de malta negra e de discriminação racial. Penso que o filme está bastante bem feito, bastante equilibrado e na minha visão poderá transmitir até um olhar algo conciliador.
Tenho quase a certeza que outras pessoas verão retratado no filme muitos aspetos negativos que elas próprias já têm inculcados, seja sobre negros seja sobre a policia, por exemplo.
Outras nem isso, poderá ser um assunto para o qual não estão nem aí.

Felizmente que os filmes não são singulares e permitem várias perspetivas. O que tu contas em relação ao 12 Angry Men e ao Third Man é a mesma coisa que eu sinto em relação ao The Searchers. Muitos consideram-no uma obra prima incontestável, mas eu não o consigo ver assim. Prefiro outros John Fords, mesmo que encontre pessoas que me digam "eish mas tens de ver que encontras simbologia aqui e ali e ali"... isso é extremamente subjetivo. Eu, por exemplo, adorei o pormenor que o Truffaut acrescentou ao «Fahrenheit 451» dos créditos iniciais serem ditos, mas é um pormenor insignificante que a muita gente não diz nada. O Psycho, para mim, não tem a melhor cena naquela que todos conhecem e têm como referência, mas o desvendar de todo o mistério. O problema é que existem pessoas que querem monopolizar o Cinema, e dizer que só um certo tipo de filmes podem ser considerados os melhores de sempre. É por isso que na Sight and Sound e noutras listas, os tops pouco ou nada mudam em relação aos filmes que lá aparecem. Fico feliz por ver os filmes que tenho interesse, e não entrar em ondas de favoritismo ou de fanatismo, até, como por vezes se sucedem com certas fitas (um dos casos mais recentes foi com o «Perks of Being...», e agora com a Nimphomaniac, já não posso ler tantos posts de malta mais jovem nos grupos do facebook a pedir que arranjem torrent do filme! Há tanto no Cinema para explorar e só estão a pensar nisso...).

A importância excessiva que se dá aos aspetos técnicos deriva também do que certos críticos de Cinema escrevem. Esquecem-se da sua função e começam a debitar um autêntico ensaio que esquece o essencial do filme, o seu conteúdo, para avaliarem a sua qualidade pelas inovações técnicas que detém, dando depois pontuações miseráveis a filmes que, se calhar, até mereciam mais. Deviam era ser todos como o Roger Ebert, que não ligava a estrelas e quis dar a entender que o que interessa é o que um filme nos faz sentir...

Eu não sei se está certo ou errado mas um cócó filmado com toda a mestria e muito bem representado não deixa de ser um cócó.

P.S. Não queria encerrar a minha resposta sem dar mais uma facadinha no The Master

Não deixa de ser um cócó mas... não é só um cócó, mas um cócó que foi filmado com toda a mestria e muito bem representado. Logo, só por essas características, esta matéria fecal distingue-se das outras matérias fecais

[nimzabo]

O que tu contas em relação ao 12 Angry Men e ao Third Man é a mesma coisa que eu sinto em relação ao The Searchers. Muitos consideram-no uma obra prima incontestável, mas eu não o consigo ver assim

Pois. Eu penso o mesmo em relação a esse filme.
De uma maneira geral penso que há muitos filmes antigos que estão sobrevalorizados.

[PanterA]

Mais outra farpa: Woddy Allen nunca me puxou muito, verdade seja dita. Além de abordar temáticas com algum interesse, nunca foi realizador que me chocasse ou me fizesse reflectir com os seus filmes. Falta-lhe aquela “coisinha” que realizadores como Bergman, Truffaut, Godard entre outros, conseguem introduzir nos seus filmes que lhes dá outro alento e um maneira quase especial de serem vistos.
È por isso que sempre foi realizador que nunca me disse nada de especial.

[nimzabo]

As Consequências do Amor: http://www.imdb.com/title/tt0398883/?ref_=nv_sr_1
Para quem já viu o La Grande Bellezza saiba que é do mesmo realizador com o mesmo ator e com a mesma narrativa na 1ª pessoa. É outro excelente filme.

[THX]

Quer dizer, eu que não queria estar para aqui a fazer off-topic já estou a ver que o meu comentário à afirmação do PanterA desenvolveu uma bela conversa de café.

Um off-topic de "valor acrescentado", que mostra que se pode debater e desenvolver diferentes opiniões e ideias bastante interessantes, e isto tudo sempre citando filmes, realizadores e até críticos de cinema.

No angel, estás a perder o teu tempo.
O discurso do THX é aquele e não muda, intependentemente da lógica toda e da força dos argumentos que venhas a invocar.

Podes crer, não mudo uma virgula aos meus textos. Não defendes as tuas convicções?
Eu acho que nunca estou a perder o meu valioso tempo ao debater com qualquer user deste forum apenas porque acredito naquela frase cliché - "Todos iguais, todos diferentes", mas saber respeitar essas diferenças é o que me interessa.

Só não percebo porque razão será assim tão dificil para as pessoas assumirem que há sempre alguém mais esperto, culto ou mais inteligente do que nós...parece ser um problema muito grave para alguns assumirem isso.

Escreveu-se aqui sobre tanta coisa (que eu já tinha referenciado) como a sensibilidade, a arte e outras coisas, mas ninguém referiu a mais importante de todas :

A CAPACIDADE!!

[nimzabo]

Harlan County U.S.A.
http://www.imdb.com/title/tt0074605/?ref_=fn_al_tt_2
http://www.rottentomatoes.com/m/harlan_county_usa/
Empresas com lucros altos e empregados tratados abaixo de cão.

[Samwise]

Não defendes as tuas convicções?

Embora a um nível mais abrangente (infelizmente), a História está cheia de personalidades que defendem as suas convições com o mesmo tipo de intolerância e preconceito que tu.

[THX]

Obrigado pela tua resposta frontal e objectiva...mas ainda não entendi se TU defendes o que acreditas ou não, mas ok na mesma.

Ao trazeres agora a "História" à baila percebi claramente essa tua ideia subjacente.
Podias era tentar ser menos subtil (!?) com essa insinuação de me comparares a um Hitler, um Napoleão ou a um César romano. Acredita que posso bem com qualquer tipo de adjectivo depreciativo que penses em usar contra a minha pessoa, sem ressentimentos nenhuns.

A importância excessiva que se dá aos aspetos técnicos deriva também do que certos críticos de Cinema escrevem. Esquecem-se da sua função e começam a debitar um autêntico ensaio que esquece o essencial do filme, o seu conteúdo, para avaliarem a sua qualidade pelas inovações técnicas que detém, dando depois pontuações miseráveis a filmes que, se calhar, até mereciam mais. Deviam era ser todos como o Roger Ebert, que não ligava a estrelas e quis dar a entender que o que interessa é o que um filme nos faz sentir...

Rui, neste parágrafo disseste tudo.
Estou completamente de acordo contigo.

[nimzabo]

Vi há dois dias 'Um Lugar na Alta Roda':
http://www.imdb.com/title/tt0053226/?ref_=nm_knf_t2
Um argumento mais maduro e complexo que noutras histórias de amor a preto e branco e um papel feito à medida da Simone Signoret valeram dois oscares a este filme que teve ainda outras quatro nomeações.
Eu gostei muito mas penso que dirá mais a algumas pessoas que a outras.

[CrissWalker]

Criss: Como adoro filmes de comédias românticas, e do Zac Efron, gastei a mesada em bilhetes para "Aquele estranho momento". Brutal!
Walker: "Reviver o Futuro", embora prefira filmes de ação. Foi um filme muito bom!