Film Noir - o Tópico
Moderators: waltsouza, mansildv
Re: Film Noir - o Tópico
Quando li o teu comentário apeteceu-me revê-lo imediatamenteGaspar Garção wrote:Visto ontem o Leave her From Heaven, que delicia para os sentidos, clássico absoluto, e umas interpretações inesquecíveis.
edit: é "To Heaven", não "From Heaven", que do Inferno vinha ela, embora tenha que dizer, que entre as duas manas, venha o Diabo e escolha!(a Jeanne Crain no admirável "A Letter to Three Wives" te uma interpretação fabulosa, ela e a Tierney são top, mesmo!).

São duas excelentes actrizes (o que mais gostei da Jeanne Crain foi o A Letter to Three Wives e da Gene Tierney foi o The Ghost and Mrs. Muir), e em relação à parte estética inclino-me mais para a Jeanne Crain

-
- Especialista
- Posts: 1234
- Joined: January 17th, 2010, 1:30 pm
- Location: Portalegre
Re: Film Noir - o Tópico
Embora não tenha muito a ver com o noir, eu sei, mas depois de rever o Leave Her...ao fim de muitos anos, apeteceu-me também rever a box do Douglas Sirk que tenho em casa, não só pelas razões estéticas e de parecença com o Lave Her..., mas também porque sempre achei que, escondidos no meio daqueles dramalhões dos anos 50, se vislumbrava um mundo psicológico e freudiano de obsessões e de paixões mortais, e que é o noir senão isso, misturado com uns pózinhos de cobiça, de femmes fatalles e de crime, para nos estimular as pequenas células cinzentas (e outras hormonas) como diria Monsieur Hercule Poirot? 

Na baliza Jackson, defesa com Scorsese, Coppola, Spielberg e Eastwood. No meio campo, Ridley Scott, Wes Anderson, Pollack e Carpenter. Avançados, Woody, e solto nas alas Tarkovsky. Suplentes: Bunuel, Fellini, Kurosawa, Visconti, Antonioni, Lynch e Burton.
Re: Film Noir - o Tópico
Bem lembrado! O que o Robert Stack pena as maos da LaurenBacall no Written in the Wind e digno de um noir.
CC - 174 MoC - 73 BFI - 21
Re: Film Noir - o Tópico
Está aqui uma óptima síntese do significado de cinema noir.Gaspar Garção wrote:... mas também porque sempre achei que, escondidos no meio daqueles dramalhões dos anos 50, se vislumbrava um mundo psicológico e freudiano de obsessões e de paixões mortais, e que é o noir senão isso, misturado com uns pózinhos de cobiça, de femmes fatalles e de crime, para nos estimular as pequenas células cinzentas (e outras hormonas) como diria Monsieur Hercule Poirot?


Vou começar a ver os que me faltam do Ray, mas o Bigger Than Life, olhando para ele de antemão, não parece ter nada a ver com este universo...

«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
-
- Especialista
- Posts: 1234
- Joined: January 17th, 2010, 1:30 pm
- Location: Portalegre
Re: Film Noir - o Tópico
Samwise wrote:Está aqui uma óptima síntese do significado de cinema noir.Gaspar Garção wrote:... mas também porque sempre achei que, escondidos no meio daqueles dramalhões dos anos 50, se vislumbrava um mundo psicológico e freudiano de obsessões e de paixões mortais, e que é o noir senão isso, misturado com uns pózinhos de cobiça, de femmes fatalles e de crime, para nos estimular as pequenas células cinzentas (e outras hormonas) como diria Monsieur Hercule Poirot?O resto assimila-se vendo as obras.
![]()
Vou começar a ver os que me faltam do Ray, mas o Bigger Than Life, olhando para ele de antemão, não parece ter nada a ver com este universo...
Concordo perfeitamente, este filme tem mais a ver, lá está, com o tal universo freudiano do Sirk, do que com o film noir.
Entusiasmei-me a falar do Ray, e mencionei (e recomendei) este filme, que na realidade vale a pena por si só.

Last edited by Gaspar Garção on April 6th, 2016, 10:35 pm, edited 2 times in total.
Na baliza Jackson, defesa com Scorsese, Coppola, Spielberg e Eastwood. No meio campo, Ridley Scott, Wes Anderson, Pollack e Carpenter. Avançados, Woody, e solto nas alas Tarkovsky. Suplentes: Bunuel, Fellini, Kurosawa, Visconti, Antonioni, Lynch e Burton.
Re: Film Noir - o Tópico
Realmente, está aqui uma definição perfeitaGaspar Garção wrote:mas também porque sempre achei que, escondidos no meio daqueles dramalhões dos anos 50, se vislumbrava um mundo psicológico e freudiano de obsessões e de paixões mortais, e que é o noir senão isso, misturado com uns pózinhos de cobiça, de femmes fatalles e de crime, para nos estimular as pequenas células cinzentas (e outras hormonas) como diria Monsieur Hercule Poirot?

Terminei agora o Mildred Pierce! É um filme de grande qualidade, com vários elementos noir, mas que se desenrola como um drama, apresentando-se como um noir apenas na cena inicial e no desfecho

Alguém que tenha visto o filme pode corroborar ou têm outra opinião? Acham que é um membro genuíno do universo noir?

De qualquer forma, é um excelente filme! Grandes desempenhos, história muito bem construída e bem filmada. Recomendo

Re: Film Noir - o Tópico
Ajudava se lesses o tópico mais para trás... tipo, a partir da página 3...mansildv wrote:Realmente, está aqui uma definição perfeitaGaspar Garção wrote:mas também porque sempre achei que, escondidos no meio daqueles dramalhões dos anos 50, se vislumbrava um mundo psicológico e freudiano de obsessões e de paixões mortais, e que é o noir senão isso, misturado com uns pózinhos de cobiça, de femmes fatalles e de crime, para nos estimular as pequenas células cinzentas (e outras hormonas) como diria Monsieur Hercule Poirot?![]()
Terminei agora o Mildred Pierce! É um filme de grande qualidade, com vários elementos noir, mas que se desenrola como um drama, apresentando-se como um noir apenas na cena inicial e no desfecho![]()
Alguém que tenha visto o filme pode corroborar ou têm outra opinião? Acham que é um membro genuíno do universo noir?![]()
De qualquer forma, é um excelente filme! Grandes desempenhos, história muito bem construída e bem filmada. Recomendo



Pese os nome envolvidos, eu não gostei particularmente do filme, e não o considero de todo um noir - embora o início indicie o contrário.
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
Re: Film Noir - o Tópico
Tem todo o interesse e prazer em ler tópicos antigos, mas há tanta informação em tantos tópicos diferentesSamwise wrote:Ajudava se lesses o tópico mais para trás... tipo, a partir da página 3...mansildv wrote:Realmente, está aqui uma definição perfeitaGaspar Garção wrote:mas também porque sempre achei que, escondidos no meio daqueles dramalhões dos anos 50, se vislumbrava um mundo psicológico e freudiano de obsessões e de paixões mortais, e que é o noir senão isso, misturado com uns pózinhos de cobiça, de femmes fatalles e de crime, para nos estimular as pequenas células cinzentas (e outras hormonas) como diria Monsieur Hercule Poirot?![]()
Terminei agora o Mildred Pierce! É um filme de grande qualidade, com vários elementos noir, mas que se desenrola como um drama, apresentando-se como um noir apenas na cena inicial e no desfecho![]()
Alguém que tenha visto o filme pode corroborar ou têm outra opinião? Acham que é um membro genuíno do universo noir?![]()
De qualquer forma, é um excelente filme! Grandes desempenhos, história muito bem construída e bem filmada. Recomendo![]()
![]()
![]()
Pese os nome envolvidos, eu não gostei particularmente do filme, e não o considero de todo um noir - embora o início indicie o contrário.

Mas já li a tua crítica e concordo contigo na maioria das coisas! Só que gostei do filme

Re: Film Noir - o Tópico
Vi o Bigger Than Life, e confirma-se que não tem nada a ver com cinema noir, nem por proximidade, nem por afastamento...
História de um professor de escola-primária (James Mason), pai de uma família de classe média americana, que vive com algumas dificuldades económicas (tem de fazer um turno num segundo emprego para poder pagar as despesas do lar), e a quem de um momento para o outro é diagnosticada uma grave doença no sistema nervoso, que o impede de trabalhar, e que apenas pode ser controlada com cortisona - um fármaco que estava por essa altura a ser desenvolvido e testado. Inicialmente, o tratamento parece estar a correr bem, mas aos poucos e poucos a personalidade do doente começa a mudar, tornando-se descontrolada, fazendo alternar estados de grande euforia com outros de intensa depressão e de alheamento da realidade. Até que se torna controlador e ameaçador junto de familiares e amigos...
Tragédia das tragédias, não achei nada de especial.
Estava à espera de um drama pesadíssimo, mas não me atingiu emocionalmente de nenhuma maneira, e essa indiferença com que vi o filme acabou por lhe retirar uma boa parte do valor que inicialmente julguei poder vir a encontrar. Safam-se as interpretações, em particular dos dois actores principais, o Mason e a Barbara Rush, que faz de esposa.
Estive a ler que os movie-brats da Nouvelle Vague teceram enormes elogios a este filme, à crítica que faz da sociedade americana (a mim pareceu-me muito fraquinha e circunspecta) e ao seu realizador, mas a mim deixou-se bastante frio. Do Ray, penso mesmo que é o filme de que menos gostei...

História de um professor de escola-primária (James Mason), pai de uma família de classe média americana, que vive com algumas dificuldades económicas (tem de fazer um turno num segundo emprego para poder pagar as despesas do lar), e a quem de um momento para o outro é diagnosticada uma grave doença no sistema nervoso, que o impede de trabalhar, e que apenas pode ser controlada com cortisona - um fármaco que estava por essa altura a ser desenvolvido e testado. Inicialmente, o tratamento parece estar a correr bem, mas aos poucos e poucos a personalidade do doente começa a mudar, tornando-se descontrolada, fazendo alternar estados de grande euforia com outros de intensa depressão e de alheamento da realidade. Até que se torna controlador e ameaçador junto de familiares e amigos...
Tragédia das tragédias, não achei nada de especial.

Estive a ler que os movie-brats da Nouvelle Vague teceram enormes elogios a este filme, à crítica que faz da sociedade americana (a mim pareceu-me muito fraquinha e circunspecta) e ao seu realizador, mas a mim deixou-se bastante frio. Do Ray, penso mesmo que é o filme de que menos gostei...
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
-
- Especialista
- Posts: 1234
- Joined: January 17th, 2010, 1:30 pm
- Location: Portalegre
Re: Film Noir - o Tópico
Também vi ontem o Mildred Pierce e gostei, embora tenha pouco de noir (o que pouco interessa, claro)...
Embora tenha gostado muito da interpretação da Joan Crawford (vi recentemente uns filmes dela mais nova, como o A Woman's Face, e era mesmo uma "fera"!), a personagem dela é mesmo um pouco irritante, dá tudo pela filha e está constantemente a tomar as decisões erradas, é raro no filme ela ter uma decisão acertada.
Ainda assim, gostei do final do filme, que é tipíco "noir", já que no romance original a má da fita não sofre as consequências...
Daqui a uns tempo irei ver certamente a mini-série, que parece que desenvolve mais as personagens,
Ainda assim, gostei do final do filme, que é tipíco "noir", já que no romance original a má da fita não sofre as consequências...
Daqui a uns tempo irei ver certamente a mini-série, que parece que desenvolve mais as personagens,
Na baliza Jackson, defesa com Scorsese, Coppola, Spielberg e Eastwood. No meio campo, Ridley Scott, Wes Anderson, Pollack e Carpenter. Avançados, Woody, e solto nas alas Tarkovsky. Suplentes: Bunuel, Fellini, Kurosawa, Visconti, Antonioni, Lynch e Burton.
Re: Film Noir - o Tópico
Uma mãe é assim, não é? Mesmo com uma má filha não deixa de a amar... ela sabe que ela não é boa pessoa, mas ainda assim quer protege-la e quer o seu amor. Mas isto na minisserie e melhor explorado do que no filme.Gaspar Garção wrote:Também vi ontem o Mildred Pierce e gostei, embora tenha pouco de noir (o que pouco interessa, claro)...
Embora tenha gostado muito da interpretação da Joan Crawford (vi recentemente uns filmes dela mais nova, como o A Woman's Face, e era mesmo uma "fera"!), a personagem dela é mesmo um pouco irritante, dá tudo pela filha e está constantemente a tomar as decisões erradas, é raro no filme ela ter uma decisão acertada.
Ainda assim, gostei do final do filme, que é tipíco "noir", já que no romance original a má da fita não sofre as consequências...
Daqui a uns tempo irei ver certamente a mini-série, que parece que desenvolve mais as personagens,
Re: Film Noir - o Tópico
Talvez o livro explique melhor, no filme não se percebe a origem da obsessãoGaspar Garção wrote:Embora tenha gostado muito da interpretação da Joan Crawford (vi recentemente uns filmes dela mais nova, como o A Woman's Face, e era mesmo uma "fera"!), a personagem dela é mesmo um pouco irritante, dá tudo pela filha e está constantemente a tomar as decisões erradas, é raro no filme ela ter uma decisão acertada.
Daqui a uns tempo irei ver certamente a mini-série, que parece que desenvolve mais as personagens,

Em relação às más decisões tomadas pela mãe, pareceu-me que em alguns dos casos eram meros mecanismos para desbloquear o argumento!
Re: Film Noir - o Tópico
Aqui está mais um filme que quero muito ver! Reconheço que é uma grande falhaSamwise wrote:Faz lembrar aquela história narrada na gruta, no Dead Poets Society, em que uma senhora está em casa a fazer um puzzle e à medida que vai colocando as peças vai-se apercebendo que a imagem do puzzle é a sua própria casa e em que a última peça revela que ela é a vítima de um assassino... (alguém se lembra disto?)

É um excelente filme, e um noir obrigatório!Samwise wrote:Vi o Sorry, Wrong Number e gostei bastante. Apreciei sobretudo a adequação do modelo narrativo face à dinâmica temporal e dispersão das peças que compõe a história - trata-se de um complexo puzzle no qual vamos vendo as peças colocadas uma a uma e sobre o qual só conseguimos ver o panorama geral quando a última dessas peças estiver no sítio. O tempo narrativo é "real", por assim dizer, com uma séries de enredos dispersos, vindos do passado, a convergirem ao mesmo tempo, em termos de climax, para um mesmo momento (uma determinada noite), e estas histórias vão-nos sendo apresentadas e interligadas entre si através de inúmeros flashbacks (e flashbacks dentro de flashbacks), numa sucessão engenhosa de pequenas narrativas parcelares que se unem apenas no final.
O final é bem "engraçado"...![]()
![]()
![]()
Muito boa entrada noir.9/10
A cena final é de deixar um nó na garganta

Re: Film Noir - o Tópico
Penso que o Harper é um legítimo candidato a entrar neste tópico

Tem todas as características inerentes ao género - detective, rapto, crimes, femme fatale, cenas durante a noite e em locais característicos, como bares na berma da estrada, todos os intervenientes são suspeitos - apenas foi feito nos anos 60 e a cores!
Como noir é fantástico. Começa de uma forma muito simples, em que o detective é contratado para descobrir onde anda o marido de uma mulher inválida, mas rapidamente se percebe que se passa algo mais complicado!

Em relação aos desempenhos, gostei de ver o Paul Newman num registo diferente, também ele é dúbio e desprezível, e o filme é composto por pequenos, mas excelentes desempenhos de grandes actores, como a Lauren Bacall, Julie Harris, como uma pianista viciada em drogas, Janet Leigh, Robert Webber, Strother Martin, Shelley Winters, como uma actriz em decadência, e a Pamela Tiffin, não tão talentosa mas muito agradável de se ver
A Julie Harris tem um excelente desempenho, já a tinha visto em Requiem for a Heavyweight e East of Eden e está sempre magnífica, assim como a Shelley Winters, que está sempre em grande nível.

Os fãs do noir vão apreciar este filme, sem qualquer dúvida


Tem todas as características inerentes ao género - detective, rapto, crimes, femme fatale, cenas durante a noite e em locais característicos, como bares na berma da estrada, todos os intervenientes são suspeitos - apenas foi feito nos anos 60 e a cores!
Como noir é fantástico. Começa de uma forma muito simples, em que o detective é contratado para descobrir onde anda o marido de uma mulher inválida, mas rapidamente se percebe que se passa algo mais complicado!

Em relação aos desempenhos, gostei de ver o Paul Newman num registo diferente, também ele é dúbio e desprezível, e o filme é composto por pequenos, mas excelentes desempenhos de grandes actores, como a Lauren Bacall, Julie Harris, como uma pianista viciada em drogas, Janet Leigh, Robert Webber, Strother Martin, Shelley Winters, como uma actriz em decadência, e a Pamela Tiffin, não tão talentosa mas muito agradável de se ver

A Julie Harris tem um excelente desempenho, já a tinha visto em Requiem for a Heavyweight e East of Eden e está sempre magnífica, assim como a Shelley Winters, que está sempre em grande nível.

Os fãs do noir vão apreciar este filme, sem qualquer dúvida

Re: Film Noir - o Tópico
Óptima sugestão.
Não tem muito a ver, mas o "dístico" de investigador na imagem fez-me recordar de outro título que tenho muita curiosidade de ver, o Detective Story (https://en.wikipedia.org/wiki/Detective ... 51_film%29)

Não tem muito a ver, mas o "dístico" de investigador na imagem fez-me recordar de outro título que tenho muita curiosidade de ver, o Detective Story (https://en.wikipedia.org/wiki/Detective ... 51_film%29)
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva