Donnie Darko (2001) - Richard Kelly
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Donnie Darko (2001) - Richard Kelly
quem viu este filme: DONNIE DARKO ???
outro filme tb muito bom é o CASAMENTO DEBAIXO DE CHUVA
quen viu?
outro filme tb muito bom é o CASAMENTO DEBAIXO DE CHUVA
quen viu?
Ass.
Te encontrei toda remelenta e estronchada
num bar entregue às bebida
Te cortei os cabelos do sovaco e as unhas do pé
te chamei de querida
Te falei que era importante é competir
mas te mato de pancada se você não ganhar
Te encontrei toda remelenta e estronchada
num bar entregue às bebida
Te cortei os cabelos do sovaco e as unhas do pé
te chamei de querida
Te falei que era importante é competir
mas te mato de pancada se você não ganhar
Estava a gostar de Donnie Darko até Kelly concluir o filme com aquele paradoxo no fim.
e o facto de ele ter criado um website onde se tem de ir para 'perceber' melhor a história, deixa-me mesmo irritado.
Ou um filme em si como uma unidade individual de interpretação tem todas as informações para gerer uma conclusão satisfatória - por mais ambíguas ou subtis que possam ser - ou então não vale nada, para mim. É injusto uma pessoa ter que ir à internet para perceber um filme. 2001: Uma odisseia No Espaço, Mulholland Drive, 12 Macacos, são todos complexos mas nunca chegaram ao nível baixo de Kelly. Um website, para mim, é apenas uma forma de gerar mais longevidade para um filme que de outro modo não permaneceria tão 'famoso.' É praticamente um gimmick, não concordam?
Eu poderia pensar o mesmo de Memento, que tem o seu site oficial com mais perguntas e teorias, mas a verdade é que é um aparte; eu nunca fui ao website do filme de Nolan, porém compreendo o filme muito bem.
Mas eu não vou a um site porque um realizador rasco julga-se muito inteligent por deixar os espectatores confusos! É mais fácil ir ao IMDB.com e dar-lhe um 5.

Ou um filme em si como uma unidade individual de interpretação tem todas as informações para gerer uma conclusão satisfatória - por mais ambíguas ou subtis que possam ser - ou então não vale nada, para mim. É injusto uma pessoa ter que ir à internet para perceber um filme. 2001: Uma odisseia No Espaço, Mulholland Drive, 12 Macacos, são todos complexos mas nunca chegaram ao nível baixo de Kelly. Um website, para mim, é apenas uma forma de gerar mais longevidade para um filme que de outro modo não permaneceria tão 'famoso.' É praticamente um gimmick, não concordam?
Eu poderia pensar o mesmo de Memento, que tem o seu site oficial com mais perguntas e teorias, mas a verdade é que é um aparte; eu nunca fui ao website do filme de Nolan, porém compreendo o filme muito bem.
Mas eu não vou a um site porque um realizador rasco julga-se muito inteligent por deixar os espectatores confusos! É mais fácil ir ao IMDB.com e dar-lhe um 5.

Forget it, Jake; it's Chinatown!
- DarkPhoenix
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Eu percebi perfeitamente o paradoxo temporal no fim do "Donnie Darko" e nunca fui a site algum, nem tão pouco sabia da sua existência.
Não achei o "12 Monkeys" complexo.
O "2001" ainda hoje me intriga.
O "Memento" é tão óbvio e simplista que até dói.
Por outro lado, entender o "Mulholland Drive" antes de 5 ou 6 revisionamentos, isso sim é impossivel sem ajuda. Não que me interesse especialmente, pois há muito tempo que deixei de querer entender o Lynch, chega-me o puro deleite proporcionado pela beleza ( pura ou negra ) do seu cinema.
Neste último caso, quase me senti traído pelo realizador e se o filme não fosse fabuloso a todos os níveis, nunca iria perdoar ao Lynch a brincadeirinha. Especialmente depois de outra peça difícil de entender como é o "Lost Highway".
Como não considero um filme como um documentário, não entendo a obrigação de compreender, mas fico-me pela alegria de sentir. Como entender um Dali? Porquê entendê-lo?
Claro que para o podermos sentir, o filme tem que ser mais do que um encadeamento oco de rasteiras ao espectador ( Memento ).
Não achei o "12 Monkeys" complexo.
O "2001" ainda hoje me intriga.
O "Memento" é tão óbvio e simplista que até dói.
Por outro lado, entender o "Mulholland Drive" antes de 5 ou 6 revisionamentos, isso sim é impossivel sem ajuda. Não que me interesse especialmente, pois há muito tempo que deixei de querer entender o Lynch, chega-me o puro deleite proporcionado pela beleza ( pura ou negra ) do seu cinema.
Neste último caso, quase me senti traído pelo realizador e se o filme não fosse fabuloso a todos os níveis, nunca iria perdoar ao Lynch a brincadeirinha. Especialmente depois de outra peça difícil de entender como é o "Lost Highway".
Como não considero um filme como um documentário, não entendo a obrigação de compreender, mas fico-me pela alegria de sentir. Como entender um Dali? Porquê entendê-lo?
Claro que para o podermos sentir, o filme tem que ser mais do que um encadeamento oco de rasteiras ao espectador ( Memento ).
"I WAS fire and life incarnate!"
https://www.youtube.com/user/darkphoenixPT
http://ultrawideangle.blogspot.com/

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É natural. O Arthur C. Clark, co-autor do script, confessou que ele e o Kubrick não sabiam como acabar o filme e que inventaram qualquer coisa que depois foi retrabalhada pelo Dalton Trumbo, responsavel pelos efeitos especiais.O "2001" ainda hoje me intriga.
Os Meus DVD's
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"Those of you who think you know everything are annoying to those of us who do" (David Brent)
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Eu entendi o Mulholland Dr, sem ajudas, à segunda vez.DarkPhoenix wrote: Por outro lado, entender o "Mulholland Drive" antes de 5 ou 6 revisionamentos, isso sim é impossivel sem ajuda.
Hmm, mas no livro 2001 percebe-se tudo e não altera nada do que está no filme. Apenas explica por palavras o que no filme é elíptico demais. Eu gosto muito do 2001 mas acho que o Kubrick foi um pouco longe demais com as elipses, realmente... Mas leiam o livro e 2001 deixará de ser um enigma. Por outro lado, se acham que o filme ser um enigma é que vos atrai nele e têm medo de, se lerem o livro, isso retirar a magia ao filme, então não leiam.Miguel T wrote:É natural. O Arthur C. Clark, co-autor do script, confessou que ele e o Kubrick não sabiam como acabar o filme e que inventaram qualquer coisa que depois foi retrabalhada pelo Dalton Trumbo, responsavel pelos efeitos especiais.O "2001" ainda hoje me intriga.

Mas eu acho que deviam ler de qualquer maneira, e leiam também as sequelas: 2010 Segunda Odisseia, 2061 Terceira Odisseia e 3001 Odisseia Final.
"Não achei o "12 Monkeys" complexo. "
Concordo.
"O "2001" ainda hoje me intriga. "
É impossível perceber o final do filme só através do visionamento. Já sei o que tudo aquilo significa porque fui esclarecido aquí no fórum há já bastante tempo atrás, mas apesar disso na altura reví o final novamente e continuei a não perceber a ponta dum corno. Para fim aquele final é um bluff do Kubrick. Não sabia como fazê-lo e vai daí fê-lo de maneira a que ninguém desse por isso.
"O "Memento" é tão óbvio e simplista que até dói."
Pode ser óbvio e simplista (eu não iria tão longe) mas para mim é excelente.
"Por outro lado, entender o "Mulholland Drive" antes de 5 ou 6 revisionamentos, isso sim é impossivel sem ajuda."
Por acaso também percebí bem o filme à 2ª vez. À primeira é que fiquei muito baralhado. Acabei por revê-lo porque me envolvi em algumas discussões com amigos por causa do filme e fomos todos revê-lo para minha casa para tirar teimas. Não deu grande resultado porque as discussões continuaram, mas pronto.
Quanto ao Donnie Darko foi dos filmes que mais gostei nos últimos tempos. O fim presta-se a várias interpretações e eu gostei muito do filme justamente por causa do fim. I was blown away!
Concordo.
"O "2001" ainda hoje me intriga. "
É impossível perceber o final do filme só através do visionamento. Já sei o que tudo aquilo significa porque fui esclarecido aquí no fórum há já bastante tempo atrás, mas apesar disso na altura reví o final novamente e continuei a não perceber a ponta dum corno. Para fim aquele final é um bluff do Kubrick. Não sabia como fazê-lo e vai daí fê-lo de maneira a que ninguém desse por isso.
"O "Memento" é tão óbvio e simplista que até dói."
Pode ser óbvio e simplista (eu não iria tão longe) mas para mim é excelente.
"Por outro lado, entender o "Mulholland Drive" antes de 5 ou 6 revisionamentos, isso sim é impossivel sem ajuda."
Por acaso também percebí bem o filme à 2ª vez. À primeira é que fiquei muito baralhado. Acabei por revê-lo porque me envolvi em algumas discussões com amigos por causa do filme e fomos todos revê-lo para minha casa para tirar teimas. Não deu grande resultado porque as discussões continuaram, mas pronto.
Quanto ao Donnie Darko foi dos filmes que mais gostei nos últimos tempos. O fim presta-se a várias interpretações e eu gostei muito do filme justamente por causa do fim. I was blown away!
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- Especialista
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- Joined: June 17th, 2003, 12:45 am
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Eu não preciso de “compreender” um filme para gostar do mesmo.
Muitas vezes venho a saber (após ler uma entrevista com um realizador) que a minha interpretação de um determinado filme não corresponde aquilo que o realizador pretendia transmitir. E daí? Continuo com a minha interpretação, até porque, para mim, a partir do momento em que o filme é exibido no grande ecrã ele deixa de “pertencer” ao realizador que o fez, para passar a “pertencer” ao espectador que o vê.
Grande parte da magia do cinema, é essa coisa fascinante, que faz com que duas pessoas numa sala de cinema, perante o mesmo filme, tenham sensações e interpretações completamente diferentes da obra que estão a ver.
Além do mais a questão de interpretação e compreensão de um filme tem muito que se lhe diga. Segundo grande parte da crítica francesa, O Tubarão é o filme recheado de “teorias” freudianas, em que o tubarão branco é a representação por excelência do “agitar do grande pénis branco”, e o E.T. é um dos filmes mais religiosos dos últimos trinta anos, pois mais não é do que “a vinda a terra, morte, ressurreição, e o regresso ao reino dos céus de Jesus Cristo”.
Muitas vezes venho a saber (após ler uma entrevista com um realizador) que a minha interpretação de um determinado filme não corresponde aquilo que o realizador pretendia transmitir. E daí? Continuo com a minha interpretação, até porque, para mim, a partir do momento em que o filme é exibido no grande ecrã ele deixa de “pertencer” ao realizador que o fez, para passar a “pertencer” ao espectador que o vê.

Grande parte da magia do cinema, é essa coisa fascinante, que faz com que duas pessoas numa sala de cinema, perante o mesmo filme, tenham sensações e interpretações completamente diferentes da obra que estão a ver.
Além do mais a questão de interpretação e compreensão de um filme tem muito que se lhe diga. Segundo grande parte da crítica francesa, O Tubarão é o filme recheado de “teorias” freudianas, em que o tubarão branco é a representação por excelência do “agitar do grande pénis branco”, e o E.T. é um dos filmes mais religiosos dos últimos trinta anos, pois mais não é do que “a vinda a terra, morte, ressurreição, e o regresso ao reino dos céus de Jesus Cristo”.
Se você agir sempre com dignidade, pode não melhorar o mundo, mas uma coisa é certa: haverá na Terra um canalha a menos. Millor Fernandes
Os melhores exemplos que eu tenho para essa afirmação são precisamente o 2001 e o Lost Highway. O 2001, eu fazia uma ideia do filme, mas claro, "intrigava-me" também, só o compreendi bem quando li o livro, uns dois anos depois de ver o filme. Mas adorei o filme desde a primeira vez que o vi. O Lost Highway conheço desde 1997 e só o percebi em 2002!
E foi lendo um tópico na IMDB. Mas também o adorei desde a primeira vez que o vi. É como olhar para uma pintura. Podemos não perceber o que lá está, mas há qualquer coisa que nos atrai. Não é intelectual, é sentimental, inconsciente. Não é preciso estar a inventar textos pseudo-profundos com floreados de crítico de cinema para justificar a atracção por um filme. Muitas vezes as pessoas esquecem-se que o cinema também é arte. E como arte que é, não tem de ser intelectual, tem que apelar a qualquer parte de nós, não precisa ser a inteligência. Quando digo isto não me estou a auto intitular de burro...
Apenas a dizer que há outros prazeres que não o intelectual no cinema. E, para reforçar, também não estou a falar de filmes pipocas. A melhor analogia é mesmo olhar para um quadro abstracto. Se alguém disser que olhar para um quadro de Pollock, por exemplo, lhe estimula o intelecto, está a mentir! O que estimula é qualquer parte do inconsciente, emoções cruas e não explicáveis em palavras.



Essa não é a melhor das comparações, uma vez que cinema é um meio para contar uma história com começo, meio e fim e que deve possuir uma coerência mesmo que incoerente, i.e. Mulholland Drive. Os quadros de Dalí, não: são apenas uma imagem estática.Como não considero um filme como um documentário, não entendo a obrigação de compreender, mas fico-me pela alegria de sentir. Como entender um Dali? Porquê entendê-lo?
Então agradecia a tua explicação.Eu percebi perfeitamente o paradoxo temporal no fim do "Donnie Darko" e nunca fui a site algum, nem tão pouco sabia da sua existência.

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- DarkPhoenix
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- Joined: February 13th, 2004, 2:58 pm
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Os quadros de Dali estão bem longe de serem "apenas" uma imagem estática, como aliás grande parte da pintura.
E quem disse que o cinema deve ser coerente?
Como qualquer outra forma de expressão humana ( arte ), a coerência nada tem a ver com o resultado final ou o sucesso da obra, apenas a riqueza das sensações que provoca a quem a admira.
Impôr regras matemáticas ou científicas à arte é redutor.
Embora a técnica possa ser ( é ) benéfica a um artista para que este seja melhor sucedido a expôr os seus intentos, nunca poderá ser considerada primordial, pois mesmo o mais ignorante tecnicamente pode ser, e é-o com certeza, um artista em potencial.
Para mim, a cineastas como Lynch dispenso o racional, pois o prazer sensorial é já de si impagável.
Vamos lá abrir esses olhinhos.
E quem disse que o cinema deve ser coerente?
Como qualquer outra forma de expressão humana ( arte ), a coerência nada tem a ver com o resultado final ou o sucesso da obra, apenas a riqueza das sensações que provoca a quem a admira.
Impôr regras matemáticas ou científicas à arte é redutor.
Embora a técnica possa ser ( é ) benéfica a um artista para que este seja melhor sucedido a expôr os seus intentos, nunca poderá ser considerada primordial, pois mesmo o mais ignorante tecnicamente pode ser, e é-o com certeza, um artista em potencial.
Para mim, a cineastas como Lynch dispenso o racional, pois o prazer sensorial é já de si impagável.
Vamos lá abrir esses olhinhos.
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