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Re: Novo rumo - Curso de Cinema
Assim de repente, eu tentava LA (UCLA), NY (NY Film Academy) e Londres (London Film School). Boa sorte! 

Re: Novo rumo - Curso de Cinema
Vale sempre a pena. Eu com 31 anos iniciei-me na minha área actual, pois o meu trabalho na área das telecomunicações não me dava gozo nenhum. Detestava, até. Por imaturidade e teimosia, nunca desisti do curso de Engenharia Electrotécnica, de que nunca gostei por aí além, para um outro que me desse gozo.grisas wrote:Com 26 anos, às vezes penso que já posso estar "fora do prazo" para me meter numa outra Licenciatura, mas outras vezes apetece esquecer tudo o que até agora aprendi e atirar-me de cabeça para algo que realmente sinto que teria paixão em fazer (e digamos que cada vez me apetece mais).
Mas desde então tenho adorado o meu novo trabalho. E quando se gosta mesmo do que se faz, é fácil de progredir. Na semana passada arranjei o meu dream-job, a fazer aquilo que mais adoro, numa empresa onde nem sonhava entrar.
No entanto, conheço pessoas, licenciadas, que têm trabalhos que detestam. Durante a semana são miseráveis, estando só à espera do fim-de-semana. E teimam em não mudar. Eu sei que o mundo não é perfeito, e é necessário ter sorte por vezes, por muito trabalho árduo que se faça. Mas acho que ficar parado e aceitar o destino como se algo superior o tivesse imposto, é morrer um pouco.
Boa sorte

Re: Novo rumo - Curso de Cinema
Vá, estamos todos curiosos, conta lá...Darkav wrote:Na semana passada arranjei o meu dream-job, a fazer aquilo que mais adoro, numa empresa onde nem sonhava entrar.

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Re: Novo rumo - Curso de Cinema
grisas,
se o meu caso te servir de inspiração, cá vai. Licenciei-me em Relações Públicas embora nunca tenha tido a intenção de exercer. Quando acabei o curso, há uns seis anos - tenho 28 agora - ainda não tinha a certeza daquilo que queria fazer. Estive um ano em Relações Internacionais, entrei na Escola Superior de Teatro e Cinema mas decidi não ir, e estive dois anos em Comunicação Social até me aperceber que já não me apetecia estudar, em 2007.
Abri um videoclube em 2008 e fechei-o por razões pessoais (e também porque é um negócio que já era). Decidi então fazer-me à estrada em 2009 e fui p'rá Polónia durante seis meses, fazer voluntariado. Descobri uma vocação - ensinar inglês - e pude participar activamente em festivais de cinema, e levar a cabo algumas curtas. Na hora de voltar, decidi que era tempo de fazer o que realmente queria porque a vida são dois dias.
Resultado: escrevi a meias um guião para uma longa-metragem e uma produtora nacional aceitou produzí-lo. Estamos agora a tratar da questão do realizador. E surgiu agora a oportunidade de trabalhar em mais duas curtas que já acabei de escrever, a segunda das quais vou realizar. Não perco de vista o objectivo de me licenciar em cinema lá fora, ou pelo menos tirar um curso de verão nos EUA.
Investi em contactos. A net, nesse campo, faz milagres e hoje mexo-me com algum à vontade em vários países, tendo inclusive um ou outro convite para reunir com argumentistas americanos e realizadores de várias nacionalidades.
Há dias sugeriram o meu nome para trabalhar numa produtora de cinema nacional, mas ainda não sei o que farei exactamente porque não quero ficar a viver cá e há a hipótese de dar aulas de inglês lá fora e muito bem pago. E com tempo de sobra para continuar a escrever e filmar.
A única questão é: voltei da Polónia em Agosto e até agora tenho investido quase o meu tempo todo no cinema, sem retorno financeiro. Faço uns biscates para me manter. Mas acredita, vale todos os momentos. É com isto que sonhamos e mesmo que não venha a fazer isto toda a vida, pelo menos a experiência ninguém ma tira.
se o meu caso te servir de inspiração, cá vai. Licenciei-me em Relações Públicas embora nunca tenha tido a intenção de exercer. Quando acabei o curso, há uns seis anos - tenho 28 agora - ainda não tinha a certeza daquilo que queria fazer. Estive um ano em Relações Internacionais, entrei na Escola Superior de Teatro e Cinema mas decidi não ir, e estive dois anos em Comunicação Social até me aperceber que já não me apetecia estudar, em 2007.
Abri um videoclube em 2008 e fechei-o por razões pessoais (e também porque é um negócio que já era). Decidi então fazer-me à estrada em 2009 e fui p'rá Polónia durante seis meses, fazer voluntariado. Descobri uma vocação - ensinar inglês - e pude participar activamente em festivais de cinema, e levar a cabo algumas curtas. Na hora de voltar, decidi que era tempo de fazer o que realmente queria porque a vida são dois dias.
Resultado: escrevi a meias um guião para uma longa-metragem e uma produtora nacional aceitou produzí-lo. Estamos agora a tratar da questão do realizador. E surgiu agora a oportunidade de trabalhar em mais duas curtas que já acabei de escrever, a segunda das quais vou realizar. Não perco de vista o objectivo de me licenciar em cinema lá fora, ou pelo menos tirar um curso de verão nos EUA.
Investi em contactos. A net, nesse campo, faz milagres e hoje mexo-me com algum à vontade em vários países, tendo inclusive um ou outro convite para reunir com argumentistas americanos e realizadores de várias nacionalidades.
Há dias sugeriram o meu nome para trabalhar numa produtora de cinema nacional, mas ainda não sei o que farei exactamente porque não quero ficar a viver cá e há a hipótese de dar aulas de inglês lá fora e muito bem pago. E com tempo de sobra para continuar a escrever e filmar.
A única questão é: voltei da Polónia em Agosto e até agora tenho investido quase o meu tempo todo no cinema, sem retorno financeiro. Faço uns biscates para me manter. Mas acredita, vale todos os momentos. É com isto que sonhamos e mesmo que não venha a fazer isto toda a vida, pelo menos a experiência ninguém ma tira.
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Re: Novo rumo - Curso de Cinema
Vá, prefiro manter um anonimato mínimo 

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Re: Novo rumo - Curso de Cinema
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Re: Novo rumo - Curso de Cinema
Sobre a ESTC não posso dizer muito porque não conheço muito bem. Ora alternativas, no campo técnico tens o ETIC que me dizem ser muito válido. Com o curso de cinema aconselham-me cada vez mais a UBI pois o curso de cinema de lá anda a dar cartas. e é tudo o que sei, cá dentro.grisas wrote:p_alucinado, o teu caso não serviu de inspiração. Serviu sim para causar inveja.... ehehehe, brincadeira. Agora a sério, a tua história, assim como a do Darkav (também fiquei muito curioso para saber qual é o tal dream job), parecem ser histórias que eu não me importava de contar daqui a uns tempos.
Mencionaste a ESTC. Por acaso estava a dar especial atenção a essa escola. Sabes mais info sobre ela? O que te levou, naquela altura, a escolhê-la? Sabes que alternativas, a nível nacional, deverei também ter em conta?
Como a tua "jornada" parece estar longe do fim (felizmente), só te tenho a desejar boa sorte
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Re: Novo rumo - Curso de Cinema
Tens também o curso de cinema da Lusófona.
Eu ando nesse curso. Em termos de material, instalações e parcerias é sem duvida o melhor curso em Portugal.
Quanto ao programa curricular é inconstante. Apanhas com muita coisa que não é muito vocacionada para cinema mas no geral tem um programa curricular aceitável.
Eu ando nesse curso. Em termos de material, instalações e parcerias é sem duvida o melhor curso em Portugal.
Quanto ao programa curricular é inconstante. Apanhas com muita coisa que não é muito vocacionada para cinema mas no geral tem um programa curricular aceitável.
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Re: Novo rumo - Curso de Cinema
Bem, se queres ser realizador o melhor é escreveres um guião e tentares arranjar financiamento, mas claro é preciso que o guião seja muito bom mesmo. Esta talvez seja uma das unicas maneiras de entrares no meio sem cunhas.
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Re: Novo rumo - Curso de Cinema
Posso dizer-te que nunca tive formação académica de nada relacionado com cinema. Fiz uma formação em 2004 chamada Técnicos Audiovisuais e Multimédia, mas cujo fim era única e exclusivamente fazermos um filme seguindo todas as suas etapas, desde a concepção da ideia até à montagem. Num curso de três meses, dois dias por semana, não se aprende tanto assim pelo que os filmes resultantes da formação - um por grupo - não foram por aí além. No entanto, serviu especialmente para aprender bués com ideias pré-concebidas e evitar erros nos quais, à partida, nem reparamos.
O maior benefício que acabei por tirar dessa formação foi o formador em si, que soube depois ser meu vizinho de trás, e que é o produtor dos dois filmes que estou a fazer agora (os dois como argumentista, só o segundo como realizador). Grande parte do que aprendi sobre argumento e realização foi com ele, e através de dois livros muito bons: Screenplay - The Foundations of Screenwriting, do Syd Field, e o Story, do Robert McKee. Ambos são interessantíssimos e muitíssimo úteis, embora eu prefira a forma como o Field vê a coisa.
Depois tambéns os extras de alguns filmes. Parecendo que não, aprende-se muito, mesmo a nível técnico, com eles.
Uma coisa importantíssima: FILMA, faz os teus próprios filmes. Se tens uma ideia escreve sobre ela. E depois reescreve-a, e reescreve-a quantas vezes achares que faz falta até atingires aquilo que realmente queres dizer. Não tenhas medo de te colar a outros filmes - quase todos os fazem - retirando deles pequenas fatias como forma de inspiração. E depois filma-os, mesmo que a tua câmara seja tosca ou mesmo que seja um telemóvel. Só assim vais conseguindo perceber que as coisas não são bem como pensavas no início.
Lê entrevistas a actores e argumentistas. Entrevistas com o Jack Lemmon e o Dustin Hoffman fazem-te ver de outra forma, não só o cinema, como a vida.
Um conselho importantíssimo: não faças como a maioria dos realizadores tugas. Não tentes fazer o filme da tua vida. Tenta contar uma história de forma clara e precisa, de forma a que as pessoas a entendam. só assim conseguirás captar a atenção de quem te vê.
Lê guiões, isso é importante. Observa a forma como as pessoas falam e as diferenças entre a forma de se expressar de cada uma. Dantes, o meu produtor acusava-me constantemente de todos os personagens dos meus argumentos falarem como eu. E tinha razão. Quando escreveres um argumento, faz uma descrição dos personagens, com um passado familiar, gostos pessoais, tiques, e por aí fora. Na altura de escreveres a história, saberás bem sobre quem estás a escrever.
Nunca comeces um argumento sem ter um final. Isso é a regra de ouro dos argumentistas. Por todos os motivos: podes não conseguir arranjar um final à altura do filme que escreveste até aí; podes, por não ter um final, perder a motivação de escrever o argumento a meio dele; tendo um final, sabes onde queres chegar, depois só tens de definir o caminho por onde queres ir.
Sobre e muitos aspectos de produção tens o excelente documentário Hearts of Darkness, da Elleanor Coppola, sobre as filmagens do Apocalypse Now. Não o encontras em DVD porque não existe em parte nenhuma do mundo. Só tens duas opções: VHS nas lojas de 2ª mão ou vias menos legais. Eu tenho as duas. Arrisco-me a dizer que todos os cineastas, ou aspirantes a isso, deveriam vê-lo obrigatoriamente. Abrange mesmo todos os aspectos da produção.
Quando fizeres um filme, acredita nisto: tudo o que pode correr mal, vai correr mal!!! Ora chove no dia em que precisas de sol, ora estão a fazer obras no local que tinhas escolhido para filmar, ora a actriz está doente... ou qualquer outra coisa. Tudo isto pode acontecer, e realmente acontece quase sempre. E acontece principalmente quando estás a fazer filmes sem orçamento.
Planifica o filme com muito cuidado. Pensa nos meios que tens e faz a planificação de planos e cenas consoante os meios de que dispões. E, durante as filmagens, se te faltar o tempo, sê prático. Um dos mandamentos principais do cineasta (também serve para a parte do argumento) é: Na dúvida, CORTA! É porque não é essencial.
Um livro muito jeitoso que aborda todos os aspectos da concepção de um filme, de forma muito simples, é o Making Movies, do Directors Guild of America. É grátis!!! e está para download aqui: http://scenariosusa.org/img/downloads/m ... -intro.pdf (introdução) e aqui http://scenariosusa.org/img/downloads/m ... es-ch1.pdf (este é o capítulo 1. para chegares aos outros só tens de mudar o número depois do ch).
Depois há muitas mais coisas para descobrires. Não falta pessoal a querer colaborar em filmes. Eu próprio sou um deles e aceito propostas, bem como já aceitei de outros membros aqui do fórum, trabalhos esses que estão a dar frutos muito interessantes, mesmo ao nível profissional.
Há muitas formas de se promover filmes gratuitamente e ferramentas que te permitem lançar o mais insignificante dos filmes em festivais.
Bem, e p'ra já é tudo, senão ainda adormeces a ler isto.
Espero ter sido útil.
O maior benefício que acabei por tirar dessa formação foi o formador em si, que soube depois ser meu vizinho de trás, e que é o produtor dos dois filmes que estou a fazer agora (os dois como argumentista, só o segundo como realizador). Grande parte do que aprendi sobre argumento e realização foi com ele, e através de dois livros muito bons: Screenplay - The Foundations of Screenwriting, do Syd Field, e o Story, do Robert McKee. Ambos são interessantíssimos e muitíssimo úteis, embora eu prefira a forma como o Field vê a coisa.
Depois tambéns os extras de alguns filmes. Parecendo que não, aprende-se muito, mesmo a nível técnico, com eles.
Uma coisa importantíssima: FILMA, faz os teus próprios filmes. Se tens uma ideia escreve sobre ela. E depois reescreve-a, e reescreve-a quantas vezes achares que faz falta até atingires aquilo que realmente queres dizer. Não tenhas medo de te colar a outros filmes - quase todos os fazem - retirando deles pequenas fatias como forma de inspiração. E depois filma-os, mesmo que a tua câmara seja tosca ou mesmo que seja um telemóvel. Só assim vais conseguindo perceber que as coisas não são bem como pensavas no início.
Lê entrevistas a actores e argumentistas. Entrevistas com o Jack Lemmon e o Dustin Hoffman fazem-te ver de outra forma, não só o cinema, como a vida.
Um conselho importantíssimo: não faças como a maioria dos realizadores tugas. Não tentes fazer o filme da tua vida. Tenta contar uma história de forma clara e precisa, de forma a que as pessoas a entendam. só assim conseguirás captar a atenção de quem te vê.
Lê guiões, isso é importante. Observa a forma como as pessoas falam e as diferenças entre a forma de se expressar de cada uma. Dantes, o meu produtor acusava-me constantemente de todos os personagens dos meus argumentos falarem como eu. E tinha razão. Quando escreveres um argumento, faz uma descrição dos personagens, com um passado familiar, gostos pessoais, tiques, e por aí fora. Na altura de escreveres a história, saberás bem sobre quem estás a escrever.
Nunca comeces um argumento sem ter um final. Isso é a regra de ouro dos argumentistas. Por todos os motivos: podes não conseguir arranjar um final à altura do filme que escreveste até aí; podes, por não ter um final, perder a motivação de escrever o argumento a meio dele; tendo um final, sabes onde queres chegar, depois só tens de definir o caminho por onde queres ir.
Sobre e muitos aspectos de produção tens o excelente documentário Hearts of Darkness, da Elleanor Coppola, sobre as filmagens do Apocalypse Now. Não o encontras em DVD porque não existe em parte nenhuma do mundo. Só tens duas opções: VHS nas lojas de 2ª mão ou vias menos legais. Eu tenho as duas. Arrisco-me a dizer que todos os cineastas, ou aspirantes a isso, deveriam vê-lo obrigatoriamente. Abrange mesmo todos os aspectos da produção.
Quando fizeres um filme, acredita nisto: tudo o que pode correr mal, vai correr mal!!! Ora chove no dia em que precisas de sol, ora estão a fazer obras no local que tinhas escolhido para filmar, ora a actriz está doente... ou qualquer outra coisa. Tudo isto pode acontecer, e realmente acontece quase sempre. E acontece principalmente quando estás a fazer filmes sem orçamento.
Planifica o filme com muito cuidado. Pensa nos meios que tens e faz a planificação de planos e cenas consoante os meios de que dispões. E, durante as filmagens, se te faltar o tempo, sê prático. Um dos mandamentos principais do cineasta (também serve para a parte do argumento) é: Na dúvida, CORTA! É porque não é essencial.
Um livro muito jeitoso que aborda todos os aspectos da concepção de um filme, de forma muito simples, é o Making Movies, do Directors Guild of America. É grátis!!! e está para download aqui: http://scenariosusa.org/img/downloads/m ... -intro.pdf (introdução) e aqui http://scenariosusa.org/img/downloads/m ... es-ch1.pdf (este é o capítulo 1. para chegares aos outros só tens de mudar o número depois do ch).
Depois há muitas mais coisas para descobrires. Não falta pessoal a querer colaborar em filmes. Eu próprio sou um deles e aceito propostas, bem como já aceitei de outros membros aqui do fórum, trabalhos esses que estão a dar frutos muito interessantes, mesmo ao nível profissional.
Há muitas formas de se promover filmes gratuitamente e ferramentas que te permitem lançar o mais insignificante dos filmes em festivais.
Bem, e p'ra já é tudo, senão ainda adormeces a ler isto.
Espero ter sido útil.
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Re: Novo rumo - Curso de Cinema
Esse pensamento é completamente errado. Não é a qualidade da câmara que vai fazer com que faças um filme melhor ou pior. É a tua habilidade por detrás da mesma.grisas wrote: Outro exemplo: Tenho uma Canon 500D. A habilidade de gravar vídeo interessou-me a ponto de me passar pela cabeça usar essa função, mas quando vejo que só grava a um máximo de 1080p20, já nem penso em mais nada. Só penso "não serve. devia filmar a 1080p24, para sair algo de jeito". É que nem me nem interessa que grave a 720p30 (menos mal) e, mais grave ainda, nem me ocorre algo do género "será que ia ter jeito para a coisa?".
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Re: Novo rumo - Curso de Cinema
Eu percebo o que queres dizer. Queres-te sentir minimamente seguro de que quando pegares numa câmara saberes o que deves fazer. Mas tenho de concordar com o p_alucinado. Não há nada melhor do que experimentar. Pega numa câmara qualquer e filma o que tu quiseres, independentemente se está bem feito ou não, se aplicas as "regras" como deve ser ou não. Filma, filma, filma. É esse o conselho que te posso dar. Se tiveres esse calo, quando aprenderes de facto a teoria e os aspectos técnicos vais ver que te irás sentir muito mais completo.
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Re: Novo rumo - Curso de Cinema
Fonix quem me dera que a minha Canon filmasse sequer em HD, omg, e 1080 é brutal de qualquer maneira
, acho que o melhor é começares mesmo a filmares coisas, tipo tentares fazer pequenas metragens, nem que seja sobre assuntos sem grande interesse.

Re: Novo rumo - Curso de Cinema
p_alucinado wrote:Posso dizer-te que nunca tive formação académica de nada relacionado com cinema. Fiz uma formação em 2004 chamada Técnicos Audiovisuais e Multimédia, mas cujo fim era única e exclusivamente fazermos um filme seguindo todas as suas etapas, desde a concepção da ideia até à montagem. Num curso de três meses, dois dias por semana, não se aprende tanto assim pelo que os filmes resultantes da formação - um por grupo - não foram por aí além. No entanto, serviu especialmente para aprender bués com ideias pré-concebidas e evitar erros nos quais, à partida, nem reparamos.
O maior benefício que acabei por tirar dessa formação foi o formador em si, que soube depois ser meu vizinho de trás, e que é o produtor dos dois filmes que estou a fazer agora (os dois como argumentista, só o segundo como realizador). Grande parte do que aprendi sobre argumento e realização foi com ele, e através de dois livros muito bons: Screenplay - The Foundations of Screenwriting, do Syd Field, e o Story, do Robert McKee. Ambos são interessantíssimos e muitíssimo úteis, embora eu prefira a forma como o Field vê a coisa.
Depois tambéns os extras de alguns filmes. Parecendo que não, aprende-se muito, mesmo a nível técnico, com eles.
Uma coisa importantíssima: FILMA, faz os teus próprios filmes. Se tens uma ideia escreve sobre ela. E depois reescreve-a, e reescreve-a quantas vezes achares que faz falta até atingires aquilo que realmente queres dizer. Não tenhas medo de te colar a outros filmes - quase todos os fazem - retirando deles pequenas fatias como forma de inspiração. E depois filma-os, mesmo que a tua câmara seja tosca ou mesmo que seja um telemóvel. Só assim vais conseguindo perceber que as coisas não são bem como pensavas no início.
Lê entrevistas a actores e argumentistas. Entrevistas com o Jack Lemmon e o Dustin Hoffman fazem-te ver de outra forma, não só o cinema, como a vida.
Um conselho importantíssimo: não faças como a maioria dos realizadores tugas. Não tentes fazer o filme da tua vida. Tenta contar uma história de forma clara e precisa, de forma a que as pessoas a entendam. só assim conseguirás captar a atenção de quem te vê.
Lê guiões, isso é importante. Observa a forma como as pessoas falam e as diferenças entre a forma de se expressar de cada uma. Dantes, o meu produtor acusava-me constantemente de todos os personagens dos meus argumentos falarem como eu. E tinha razão. Quando escreveres um argumento, faz uma descrição dos personagens, com um passado familiar, gostos pessoais, tiques, e por aí fora. Na altura de escreveres a história, saberás bem sobre quem estás a escrever.
Nunca comeces um argumento sem ter um final. Isso é a regra de ouro dos argumentistas. Por todos os motivos: podes não conseguir arranjar um final à altura do filme que escreveste até aí; podes, por não ter um final, perder a motivação de escrever o argumento a meio dele; tendo um final, sabes onde queres chegar, depois só tens de definir o caminho por onde queres ir.
Sobre e muitos aspectos de produção tens o excelente documentário Hearts of Darkness, da Elleanor Coppola, sobre as filmagens do Apocalypse Now. Não o encontras em DVD porque não existe em parte nenhuma do mundo. Só tens duas opções: VHS nas lojas de 2ª mão ou vias menos legais. Eu tenho as duas. Arrisco-me a dizer que todos os cineastas, ou aspirantes a isso, deveriam vê-lo obrigatoriamente. Abrange mesmo todos os aspectos da produção.
Quando fizeres um filme, acredita nisto: tudo o que pode correr mal, vai correr mal!!! Ora chove no dia em que precisas de sol, ora estão a fazer obras no local que tinhas escolhido para filmar, ora a actriz está doente... ou qualquer outra coisa. Tudo isto pode acontecer, e realmente acontece quase sempre. E acontece principalmente quando estás a fazer filmes sem orçamento.
Planifica o filme com muito cuidado. Pensa nos meios que tens e faz a planificação de planos e cenas consoante os meios de que dispões. E, durante as filmagens, se te faltar o tempo, sê prático. Um dos mandamentos principais do cineasta (também serve para a parte do argumento) é: Na dúvida, CORTA! É porque não é essencial.
Um livro muito jeitoso que aborda todos os aspectos da concepção de um filme, de forma muito simples, é o Making Movies, do Directors Guild of America. É grátis!!! e está para download aqui: http://scenariosusa.org/img/downloads/m ... -intro.pdf (introdução) e aqui http://scenariosusa.org/img/downloads/m ... es-ch1.pdf (este é o capítulo 1. para chegares aos outros só tens de mudar o número depois do ch).
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